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[06/2021 - 22:30h]

SuGar: O que vc acha da gente sair amanhã? Podemos ir ao centro, almoçar na rua. Tem um parque que abriu recentemente tbm. Eu não aceito um não como resposta kakaka

O celular vibrava a cada mensagem de Yoongi, mas Jeongguk não sentia vontade alguma de responder. Não sentia vontade de fazer nada desde que Lalisa havia lhe contado sobre Taehyung.

Só tinha algumas horas que a garota tinha explodido de raiva e aberto a boca; só tinha algumas horas que Jimin ainda tentava ligar para os avós do Kim, mas sem sucesso.

Só tinha algumas horas que Jeongguk não conseguia falar nem ao menos levantar do sofá, onde havia ficado desde que ouviu sobre a doença terminal do Kim.

O coração acelerado no peito, chegava a doer, a mente estava um caos, cheio de perguntas sem respostas e Jeongguk também sentia uma vontade absurda de chorar, mas segurava ao máximo, se preocupando apenas em aguardar alguma notícia sobre Taehyung.

Doía na alma do Jeon imaginar pelo o que Taehyung estava passando, mas se perguntava porque, aparentemente, foi o último a saber. Enquanto isso, Lalisa se afastou um pouco dos dois e foi para a cozinha, sentindo-se culpada e sabia que Taehyung lhe daria bons cascudos quando soubesse que agora Jeongguk sabia.

— Eu fiz kimchi… Querem? — Jimin encarou a garota seriamente. — Não adianta me olhar assim. Ele ia acabar descobrindo uma hora ou outra.

— Eu não vou falar nada. Vou deixar para o Tae encher seus ouvidos. — Respondeu. — Jeongguk, você precisa comer. — Se aproximou do amigo deitado no sofá. — Se ficar sem comer vai ficar doente e ninguém aqui quer que isso aconteça. — Jeongguk continuou olhando para o nada. — Tenho certeza que o Tae gostaria que você jantasse e fosse descansar.

Jeongguk levou os olhos até Jimin, que já sabia que algo assim poderia acabar acontecendo. Agora, pelo menos temporariamente, enquanto ele estivesse num choque, Jeongguk só prestaria atenção se o nome de Taehyung estivesse no meio.

Lalisa foi rapidamente para a cozinha e preparou uma bandeja com tudo o que Jeongguk tinha direito, voltando para a sala e deixando na mesinha de centro. Jimin fez com que o Jeon sentasse e se alimentasse de pouquinho em pouquinho, enquanto voltava a tentar ligar para os avós do Kim.

— Eu acho melhor a gente ir dormir e voltar a tentar amanhã. — Lalisa comentou e Jimin a olhou irritado. — Não pode me tirar a razão. Se aconteceu alguma coisa grave, porque sabemos que é uma possibilidade, talvez eles estejam ocupados demais de olho no Tae. Não tem tempo de pegar no telefone. Ou podem ter levado ele para outro lugar e deixado o celular em casa.

— Com outro lugar você quer dizer, um hospital? — Jeongguk perguntou, sem tirar os olhos da comida.

— Infelizmente, é uma possibilidade, Jeongguk.

— Entendi. — Largou os talheres, levantando se em seguida. — Eu concordo com você, é melhor a gente ir dormir.

— Jeongguk. — Jimin chamou antes que o amigo saísse da sala. — Você quer companhia essa noite? — O moreno demorou a responder, mas depois negou. — Tem certeza?

— Eu quero ficar um pouco sozinho. — Respondeu e subiu para o quarto.

— O que acha que aconteceu, Jimin?

— Provavelmente o Tae teve alguma recaída, como da última vez. Não é normal eles não atenderem o telefone. — Respondeu Jimin, pegando a bandeja do Jeon e levando para a cozinha, tendo a garota atrás de si. — Eu preciso voltar.

— Quer que eu vá junto?

— Quero que cuide do Jeongguk. Consegue fazer isso?

— É claro. Mas assim, você sabe que agora, tem uma grande possibilidade dele querer ir para Daegu. Ir atrás do Tae.

— Eu sei, por isso vou voltar amanhã mesmo e preparar o Tae, porque eu sei que assim que o Jeongguk acordar e perceber que eu fui embora, vai dar um jeito de ir atrás.

— Você disse que o Tae pode ter tido alguma recaída. Como assim?

— São os remédios. Eles tem efeitos colaterais e o Tae vem sempre mudando eles para alguns mais fortes, porque eles perdem o efeito com o tempo.

— Então, pode ser que algum dia não tenha um remédio mais forte? — Jimin assentiu, com pesar. — E o que ele acha disso?

— Não sei quantas vezes o ouvi dizer que prefere desistir do tratamento e deixar que as coisas aconteçam naturalmente. Ele se vê como um fardo a maior parte do tempo, ele sabe que os avós estão gastando uma fortuna nos remédios e acha que está atrapalhando as vidas de quem cuida dele.

— Inclusive a sua… — Concluiu Lisa, colocando um pouco de comida para o amigo. — O que os médicos dizem?

— Que a cada dia a doença se agrava mais e que agora o tratamento só está servindo para termos mais tempo com o Tae. Que é para ficarmos preparados, porque ele pode ir a qualquer momento. Por isso essas recaídas assustam… Porque pode ser que em uma delas, ele não volte mais.

Lalisa não perguntou mais nada, percebendo como era difícil para Jimin falar sobre. Os dois comeram e após limparem tudo, subiram para o quarto em que estavam dividindo. Enquanto a garota dormia, Jimin comprou a passagem de trem de volta para Daegu, enquanto ainda tentava se comunicar com os avós de Taehyung.

No final do corredor, onde ficava o quarto de Jeongguk, o moreno observava a noite estrelada pela janela, olhando de vez em quando para a tela do celular, passando as fotos arquivadas que tinha de Taehyung de anos atrás.

Dos olhos as lágrimas escorriam e pingavam no colo, o coração acelerado e apertado no peito, a cabeça doía e as lembranças balançavam Jeongguk e o moreno não sabia porque chorava tanto, porque ainda sorria pequeno com as fotos e momentos em que tinha passado ao lado do Kim.

Ou pelo menos, fingia não saber, já que no fundo, era como se Jeongguk dissesse para Taehyung, sem dizer, “eu sei que já faz tempo, mas ainda amo você”.

I Will Be Here Waiting For YouWhere stories live. Discover now