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Ano: 2000.
Taehyung: 10 anos.
Jeongguk: 07 anos.
Ano de escolaridade: Ensino fundamental I.

Flashback On

O verão em Seul era um pouco mórbido para o pequeno Jeon, que puxava seu carrinho de madeira enquanto andava a passos curtos até o parquinho que havia perto de sua casa.

O tempo nublado, sem vento e nem um pouquinho de calor irritava o pequeno Jeongguk, que sempre acreditou que no verão, Seul em especial deveria ser agraciada pelo sol quente, junto da necessidade de beber litros e mais litros de água o tempo todo, piscinas sendo montadas nas casas e viagens para algum parque aquático.

Mas ao contrário do que sempre esperava, o verão em Seul era nada mais nada menos que um dia comum, onde as pessoas andavam enroladas em seus casacos não tão grossos assim, ao invés de roupas mais frescas e leves. Sentando-se no banquinho do parquinho, Jeongguk observava enquanto algumas crianças brincavam distantes de si, o observando por uns segundos para depois fingir não notar sua presença.

O acontecimento já era um tanto quanto normal para o pequeno Jeon, que sempre implorava para sua mãe para ir brincar no parquinho, mas assim que chegava ao lugar, passava as próximas horas sentado no banquinho observando as outras crianças brincarem juntas, enquanto mexia sem vontade em seu carrinho.

Jeongguk era uma criança tímida e bem introvertida, pelo menos era essa a impressão que o pequeno passava para os outros, mas apenas seus pais e sua irmã sabiam como o garotinho era brincalhão e bem imperativo em casa.

Era comum ao entrar em casa após voltar da escola, guardar sua mochila e partir para o guarda-roupas, vestir suas fantasias enquanto gritava e rodopiava pelo quarto; pulava na cama e roubava biscoitos toda vez que sua mãe não estava vendo.

Esse sim, era o pequeno Jeon Jeongguk.

A timidez e os olhares julgadores das outras crianças o faziam se encolher — como os ômegas das histórias que seu pai o contava antes de dormir — e por muitas vezes, fugir das outras crianças. Jeongguk era vítima de gozações ridículas por causa de sua aparência e altura baixa.

Seu pai por muitas vezes, enquanto contava histórias, dizia que a estatura baixa e aparência fofa e infantil demais do filho era uma obra de arte para muitos e que este não deveria ligar para comentários que não lhe valiam de nada. O homem o chamava de pequeno ômega em casa e mesmo quando Jeongguk sorria e soltava barulhos animados e felizes pelo apelido, no fundo, o garotinho queria apenas ser um alfa daqueles que nem nas histórias.

Queria ser alto, forte, queria que sua "presença" fosse notada ao longe por todos, ômegas, betas e até mesmo outros alfas, queria ser respeitado pelos colegas, apenas isso. Contudo, sabia no fundo que isso nunca aconteceria, pois era inteligente o suficiente para não cair nos contos de seu pai, que por muitas vezes, lhe jurava de pé junto que, sim, o Universo ABO existia.

O resto de esperança que o garotinho tinha era crer que ao crescer se tornaria o "alfa lúpus" que sempre sonhou ser e orgulhar seus pais e familiares, conseguindo por fim ser aceito por milhares.

Normalmente, quando o pequeno Jeon falava sobre com tanta determinação e felicidade com os pais, estes se olhavam em dúvida e depois sorriam para o filho, lhe dizendo que se ele acreditasse mesmo e buscasse aquilo que queria, conseguiria chegar a qualquer lugar e eram essas coisas com que faziam Jeongguk sorrir largo e agradecer aos pais pelo apoio, enquanto sonhava acordado com o dia em que realizaria todos os seus sonhos.

Jeongguk acordou de seu transe quando uma bola azul chegou aos seus pés — calçados em uma de suas sandálias de tons claros favorita — e um garoto de cabelos  apareceu a sua frente sorrindo gentil e abaixando-se para pegar a bola. O pequeno Jeon pensou em falar algo, mas constatou por si só que o garoto iria embora sem ao menos lhe dizer um "oi" assim que estivesse com a bola em mãos.

I Will Be Here Waiting For YouWhere stories live. Discover now