Um Luthor sorrateiro

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Boa leitura!

- Kara? - Lillian ficou paralisada quando encontrou a filha parada atrás da cortina encarando o escuro.

Não é como se ela não tivesse gostado da surpresa que a presença da sua filha lhe causou. Ela não gostou de ter percebido a presença de Kara, no meio da madrugada, como um fantasma de casas abandonadas.

Lillian não tinha medo, óbvio que não.

Mas as situações dependiam bastante da confiança. Lillian sabia que vivia em uma enorme casa cheia de segurança e poucos empregados, mas nenhum deles eram conhecidos por andarem pelos corredores noturno dos aposentos da família.

Lillian quase sempre estava por ali, sozinha com seu fiel escudeiro.

Ver Krypto dormindo tranquilamente no meio da enorme cama e ver uma silhueta no escuro talvez tenha lhe levado algumas batidas aceleradas.

- Sou eu, mãe. - Kara encarava o lado de fora da sua antiga casa. - Desculpe por assustá-la, eu esqueci totalmente que humanos podem fazer isso.

"Humanos?" Lillian estranhou a reação da filha, Kara geralmente esquecia que era alienígena, mas nunca esqueceu nenhum detalhe sobre seres humanos. Principalmente porque compreendia que sempre precisaria se conter diante deles.

- Você está bem, querida? - Lillian se aproximou da filha, percebendo que o que quer que tenha acontecido, havia deixado Kara claramente dispersa. - Aconteceu alguma coisa?

- Mãe, eu acho que minha mente está me sabotando. - Kara se virou para encarar sua mãe.

Só então Lillian percebeu que Kara usava uma calça jeans preto, sua famosa jaqueta de couro que havia sido presente de Lex e por baixo, uma camisa azul com o símbolo da sua família em vermelho e amarelo.

O ar fugiu de seus pulmões.

Seus olhos percorreram cada centímetro do rosto da filha. Lillian viu aquela garota crescer, era óbvio que ela conhecia os pensamentos de sua pequena criança, então suspirou ao puxar a filha com cuidado para os seus braços, foi então que Kara chorou pegando a mulher mais velha totalmente de surpresa.

- Eu vim para este planeta com o propósito de cuidar do meu primo mais novo e dar continuidade a linhagem da minha família, mas tudo o que eu fiz foi matá-lo antes que esse planeta tivesse o mesmo destino que Krypton. - Kara desatou a falar enquanto suas lágrimas escorriam por seus olhos. - Eu nem ao menos consegui usar o símbolo da minha família sem sentir o peso que as consequências deles me causam...

- Meu amor, você não precisa se sentir assim... - Lillian nunca achou que Kara falaria sobre aquelas coisas. Primeiro porque sabia que Kara tinha uma rede de apoio primordial para as cicatrizes que ela não contava, principalmente depois que voltou a vida. Tudo era tão novo para saber exatamente o que fazer. - Olha pra mim, meu amor. - Kara fez o que a mãe pediu. - Você não precisa se sentir culpada pelas ações das outras pessoas... Você acha que eu me sinto culpada por todas as crueldades que Lionel fez em vida?

Kara ficou em silêncio, não sabia o que responder.

- Passei anos da minha vida tentando uma redenção porque achei que eu fazia parte disso, mas meu marido sempre fazia questão de aprontar situações cada vez piores e chegou a um ponto em que eu não conseguia ver meus filhos crescerem sem o medo de perdê-los. Eu fui capaz de mantê-los distantes do que correr o risco de perdê-los para sempre, querida! Você pode não compreender agora, eu amo que teus pais tenham te resgatados e te enviado para mim, mas você precisa ter a consciência de que você era apenas uma criança quando foi designada a essa missão praticamente suicida! - Lillian tomou cuidado em suas palavras, não queria que Kara se revoltasse pela forma que interpretaria suas falas. - Pensa comigo, minha criança... Como a sua vida seria se você não tivesse sido atingida pela explosão e nunca tivesse ficado presa na Zona Fantasma?

The Luthor's - Supercorp Where stories live. Discover now