Capítulo Dois - parte dois

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Pete

Já se passaram uma semana desde aquele incidente daquele dia. Finalmente tudo parecia normal depois de uma notícia boa, quatro socos na cara e uma foda incrível. Nada pode dar errado, principalmente quando a vida está prestes a ficar melhor. 

Eu andava pelas ruas de Manhattan normalmente, em busca por uma alfaiataria que a empresa me recomendou para buscar um bom terno que foi requisitado para uma festa que vai haver na mansão do dono do novo emprego. Com certeza estou animado com tudo isso e mal vejo a hora de acrescentar mais uma peça ao meu guarda roupa, por mais que seja a vestimenta mais heterossexual que exista.

Assim que chego, admiro um pouco o lugar. Certamente era para pessoas com a classe social mais alta que a minha, mas ainda sim era lindo. Não sei exatamente como irei pagar pelo terno, mas felizmente tenho um cupom de desconto que a própria empresa me passou pela Internet. 

Não estava cheio, obviamente. Só tinha dois homens na minha frente. Um deles estava em pé em um banco enquanto o outro, o alfaiate, ajustava algumas coisas no terno do cliente.

— Com licença. Eu vim em nome da Archer Enterprises …

— Ah sim, sim. Senta-se. Já irei te atender — disse o alfaiate, me interrompendo 

Distraidamente, olho mais um pouco o lugar que era cheio de manequins e vitrines com ternos muito, muito caros. Coloco meu casaco no cabideiro à esquerda e sento na cadeira à direita.

— Deseja mais alguma coisa, senhor Vegas?

Vegas?! Como assim Vegas?!

O soar desse nome me fez arregalar os olhos e, imediatamente, tremer um pouco de medo e ansiedade.

Eu sei que ele é rico, mas por que ele estaria aqui logo hoje e agora?

— Não, não. Está tudo ótimo, Albert — respondeu Vegas.

— Meu jovem, Venha. É a sua vez — disse Albert — Suba nesse banco. Deixe-me ver suas medidas.

Então vou em sua direção, andando lentamente, passando por Vegas com o cu tão fechado que nem passava sinal de Wi-Fi, enquanto este tirava o paletó bem a minha frente. Não sequer me atrevo a olhar o homem com quem passei uma noite e que sorria maliciosamente para mim; apenas subo no banco e levanto os braços conforme pediu o alfaiate.

Albert era um homem velho e calvo que usava uma camisa branca de botões e uma calça de suspensórios. Possuía um monóculo, uma pulseira com uma lá com uns alfinetes e uma linha de medir. Suas mãos tocavam meu corpo sutilmente de modo que não me fez sentir nenhum desconforto, mas o verdadeiro desconforto estava se trocando de roupa no provador. Estou definitivamente suando frio e contava as horas para ir logo embora desse lugar ou para que Vegas fosse o mais rápido possível, mas ele voltou e ainda usava um terno.

— O que acha, senhor Vegas? Ele tem uma boas medidas.

— Com certeza. Nunca vi alguém com essas medidas.

— Tem alguma recomendação?

— Acho que um italiano cai bem nele.

— De fato. Irei buscá-lo  

— E quanto custa o italiano? — pergunto

— Uns cinco mil dólares 

— Cinco mil dólares?! Ah não. Algo mais barato, por favor. Algo que valha o cupom que me deram.

— Não é necessário — interrompeu Vegas — Eu mesmo pago.

— Não precisa — digo.

— Eu insisto.

Wintertime Hot | VegasPeteWhere stories live. Discover now