Capítulo Doze - Parte Um

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Never Too Much

Pete

No dia seguinte, fiz o que sei fazer de melhor: trabalhei. Tentei resolver todos os problemas que faltavam no meu projeto. Sempre me senti meio egoísta por desenvolver esse trabalho no intuito de agradar Vegas e não de ajudar o meio ambiente. Agora não consigo fazer as duas coisas, pois sempre que abro o arquivo, o motivo de eu ter começado aparece automaticamente na minha mente.

Acho que posso deixar isso para mais tarde, quando eu já tiver superado ele de vez, afinal, a apresentação ainda vai demorar muito para acontecer. Ou então eu só deixo essa merda de lado e sigo minha vida. Não.  Eu vou continuar sim. Já comecei, então não tem motivos para não terminar.

Ao longo do dia, um número desconhecido não parava de ligar. Não me atrevi a entender porque: UM, estou no trabalho e não gosto de mexer no celular enquanto estou trabalhando e, DOIS, há uma grande chance de ser ele, uma vez que eu bloqueei ele em todo lugar que poderia bloquear, então, não me surpreenderia se ele tivesse arrumado outro número para falar comigo. Ele já fez isso antes e pode muito bem fazer de novo. 

Tive um pouco de sossego depois que desliguei o telefone e comecei a me focar de novo no trabalho. A partir de então, foi só paz.

Eu só precisei ligar o celular de novo quando eu estava prestes a, finalmente, ir embora para casa descansar. Religuei só para falar com Porsche e avisar que não vou fazer hora extra hoje, mas a mensagem que ele me enviou, me deixou um pouco chateado.

PORSCHE

estou indo para o estacionamento

te espero lá

amigo, hoje sou eu que vou 
fazer horas extra

Desgraçado!

mas passa aqui no meu andar para pegar a chave do carro.

deixa que eu volto de uber hoje.

Oh amigo abençoado que eu tenho!

tá certo

estou indo


Assim que peguei o elevador, junto aos meus amigos, torci para que nenhuma inconveniência acontecesse dessa vez. Como uma supermodelo ou um CEO pudessem aparecer do nada. Mas o que eu recebi foi só mais uma ligação. Agora ele vai me ouvir.

— Escuta aqui, seu bostinha, para de me ligar ou então eu…

"Com quem você pensa que está falando para falar comigo desse jeito?"

Era uma voz feminina e de personalidade forte. Uma voz que faz tempo que não escuto, por não ter tido tempo o suficiente para dar uma visita, que tanto estou devendo. Era minha tia Verônica, uma das mulheres que ajudou na minha criação. A mulher mais forte do mundo.

— Tia Verônica?! Ai meu deus me desculpa! Eu não sabia que era você.

"Pietro Álvares de Alleori Ubaldi, é assim que você trata a sua tia? Não vem me visitar por meses e ainda me trata assim?

— Desculpa, tia. Achei que fosse um inconveniente me ligando. E não tinha seu nome, como eu poderia achar que seria você.

"Você?"

Droga! Esqueci que ela odeia quando eu a chamo de "Você". Coisa de quem mora na América do Sul. Vocês sabem como é.

— A senhora! Não pensei que fosse a senhora.

Wintertime Hot | VegasPeteWhere stories live. Discover now