( cap. 1 ) Olá pequena Arabella

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outubro, 1981   

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outubro, 1981   


  Regulus sentiu seu corpo ficar tenso à medida em que a noite escurecia cada vez mais. Desde o início daquela noite ele sentia que havia algo de extrema importância para acontecer. Era por isso que nesse momento ele estava na antiga mansão Black, a qual já havia abandonado faz tempo.

 — Monstro?

 O pequeno elfo rabugento apareceu na sala em um instante, o olhar de surpresa em seu rosto.

— O jovem mestre voltou!

— Sim — Regulus sorriu cansado, as rugas em seu rosto mostravam o quanto o jovem já havia vivido de forma negativa. — Vou voltar para a mansão, por enquanto.

— Claro jovem mestre — Monstro concorda veementemente. — Seu quarto está intacto, igual como o havia deixado.

 Regulus deixou seu olhar vagar sobre a sala, ainda com pensamentos distantes. Foi quando sentiu uma enorme dor em seu pulso, como se estivesse sendo marcado em brasa. O Black se curvou pela dor, seu corpo escorando contra a parede. Monstro parecia em pânico com a dor de seu mestre, sem saber o que fazer.

— Uma… Uma marca de ligação — Regulus falou com dificuldade, vendo os traços começarem a se formar em seu corpo.

— De almas gêmeas? — O elfo perguntou, o ajudando a se sentar na poltrona.

 Regulus negou com dor ao ver dois animais se formando nas linhas pretas. Uma raposa adulta protegendo um filhote.

— Platônicas — Regulus falou. — Em algum lugar nesse exato momento nasceu uma criança que devo proteger e cuidar como se fosse parte da minha família.

 Regulus se sentiu atordoado. Quem poderia ser a criança?

 Monstro pareceu ter uma ideia, porque o encarou com um pesar muito estranho.

— Arabella Potter, meu senhor…

— Quem? — Regulus pareceu confuso, não sabia que existia outro Potter além de James. Seu tempo longe da Inglaterra pareceu o desfavorecer.

— Arabella Potter está sendo declarada a menina que viveu — Monstro disse timidamente — O Lorde das Trevas atacou a casa da família Potter e apenas a menina sobreviveu. Estão dizendo que ela sobreviveu à maldição da morte.

 Regulus sentiu seu coração parar. 

Arabella.

 O Black sentiu a imensa vontade de a proteger, como se a pequena garota não estivesse salva no meio daquelas cobras e leões.

— Onde Monstro.

— Jovem mestre…

— Eu não vou repetir.

— Godric's Hollow.

 E com isso Regulus Black desapareceu e Monstro se preparou para a chegada da jovem Potter, porque ele sabia que não teria uma única alma viva capaz de parar o seu jovem mestre quando ele queria alguma coisa.





. . . 




 Albus Dumbledore não imaginava o quanto o destino de alguém poderia ser horripilante até por seus olhos em Arabella Potter. A bebê exibia uma cicatriz gigantesca em seu pescoço, o lembrava de um forte raio destruidor. Mas o que mais ele temeu foi a marca de uma cobra acima de sua cintura.

— A menina tem uma alma gêmea Albus — Minerva, a diretora da casa dos leões, disse.

— E de um protetor — Albus afirmou após ver as duas raposas em seu pulso.

— Deveríamos achar esse protetor, Arabella não pode ficar com esses trouxas Albus, são seres desprezíveis — McGonagall o afirmou.

— Muitos bruxos tentarão  mentir suas marcas apenas para terem a heroína em suas vidas, ela não tem mais ninguém — Dumbledore disse com pesar.

— Acho que acabei de resolver seu problema, diretor.

 Ambos os professores se viraram ao escutar a voz fria e familiar de Regulus Black. A surpresa era palpável para ambos.

— Eu sou o protetor da criança — Regulus afirmou, mostrando sua própria marca.

— Achamos que tínhamos morrido, Sirius achou… — Minerva disse, escondendo a emoção em sua voz ao mencionar Sirius.

— Sirius não olhava para a minha cara a anos professora, não me venha com mentiras — O Black respondeu. — Isso aqui é só um aviso, vocês não são responsáveis pela criança e não tem direitos sobre sua custódia, não vejo porque prolongar isso.

— O que o mundo bruxo irá dizer quando descobrir que um ex Comensal está cuidando e criando a salvadora? — Minerva retrucou vendo que Albus continuaria em silêncio.

— Eu não me importo com o mundo bruxo — Regulus tinha um brilho cruel e perigoso nos olhos — Vão em frente, digam a todos os jornais que um ex Comensal está cuidando da salvadora deles mas também digam que ele é Regulus Black, seu protetor. Veremos quantas serão corajosas para comprarem uma briga com um Black, professora.

Os três adultos se encararam em silêncio. O ruído de cachorros ao fundo acordou o bebê, que se remexeu no colo do diretor. Regulus se aproximou e com um cuidado que não sabia que possuía, a pegou em seus braços.

 Aqueles olhos verdes vívidos o encararam como se pudessem ver sua alma, e Regulus sentiu que amaria aquela pequena criatura com todo o amor quebrado e arruinado que o restará.

— Olá pequena Arabella — Regulus sussurrou com cuidado para a bebê, que fez um ruído alegre, não sabendo nada ao seu redor. — Vamos para casa, você não deveria estar pegando esse sereno da rua. 

 Regulus então olhou para os dois adultos que o encaravam intensamente, como se esperassem que ele fizesse algo horrível.

— Até mais professora, diretor — Regulus se despediu, sem nenhuma emoção evidente em sua voz antes de desaparecer em meio a escuridão.

— Você acha que devemos deixar essa loucura continuar? — Minerva criticou.

— Não temos poder sobre tudo e todos Minerva. E certamente você não gostaria de atiçar a ira de um Black protetor.







. . .




  Arabella Potter era apenas um bebê quando seus pais morreram por ela. Arabella Potter era apenas um bebê quando Regulus Black a adotou por meio sanguíneo, deixando seu sangue Black correr mais livremente por suas veias. Arabella Potter era apenas um bebê quando foi declarada a menina-que-viveu. Arabella Potter er apenas um bebê quando Tom Riddle morreu com a promessa de que voltaria.

Arabella Lyra Potter-Black era apenas um bebê quando o destino traçou seu cruel e turbulento futuro, prometendo a alma da dor e da raiva, da vingança e do amor.

E não havia um bruxo ou bruxa capaz de prever o quão irônico e incrivelmente poderoso seria a vida da filha de James e Lily Potter e Regulus Black por ligação.





















EVERYTHING BLACK; t. riddleOnde as histórias ganham vida. Descobre agora