EVERYTHING BLACK | " oh, como eu amo e odeio isso ao mesmo tempo. Você e eu bebemos o veneno do mesmo vinho. "
ERA COMUM NO MUNDO MÁGICO que crianças nascessem com pequenas tatuagens em seus corpos. Tatuagens que simbolizavam sua alma gêmea. Mas...
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dezembro, 1997
Arabella Lyra Potter-Black
Sair do Trem de Hogwarts havia sido nostálgico, pois Arabella sabia que aquela seria sua última vez. O último momento de sua infância, o que a separaria eternamente da fase infantil para a jovem adulta.
Naquele momento, quando colocou seus pés para fora do ônibus com Theodore ao seu lado e Draco e Blaise juntos com eles, era como respirar um novo tipo de ar.
Seus últimos dias em Hogwarts foram estranhos, era como deixar uma parte de sua vida para trás, e Arabella já havia deixado muita coisa para trás.
— Então, o que vejo aqui é uma recém formada de Hogwarts — Regulus sorriu para a filha. — Como se sentem?
— A mesma coisa, eu acho — Theodore deu de ombros e cumprimentou Evan, que estava ao lado de Regulus.
Evan também sorriu para eles, e bagunçou o cabelo de Theo em um jeito carinhoso.
— Isso aí, garoto — Evan o elogiou e Theo não pode deixar de se sentir bem consigo mesmo com aquele pequeno gesto.
— Estou orgulhoso, dos dois — Regulus disse enquanto abraçava Arabella. — Sei que não estão em um momento fácil, mas conseguiram e isso é o que importa.
Arabella não gostou daquilo. Era sua culpa. Os segredos, ignorar Tom, tudo.
Era quase cômico como tudo sempre acabava sendo sua culpa, afinal.
— Vou me despedir de Draco e Blaise, já volto.
Arabella sorriu e se desvencilhou de seu pai, indo em direção aos seus outros dois melhores amigos. Ela não queria, mas Arabella reparou nos olhares.
Quem não iria reparar?
A duas semanas alguém havia vazado para a imprensa que Arabella tinha uma alma gêmea e todos estavam jogando um jogo de adivinhação para saberem quem é.
O assédio constante da mídia já tinha esgotado sua paciência, sem contar os incontáveis garotos irritantes que tentaram mais do que tudo serem as almas gêmeas da famosa Salvadora.
Se seu Tom soubesse.
— Vejo que continua a mesma perdida de sempre — Lucius disse quando a viu se aproximar.
— E você o mesmo velho ranzinza — Arabella retrucou e ambos se encaram por um minuto.
Narcisa ergueu uma sobrancelha os vendo e segurou a risada. Não importa quanto tempo passasse, ambos ainda se alfinetariam por motivo nenhum. Draco, por outro lado, revirou os olhos.
