Sutil Insistência

Apresentações

Sentindo-se acolhida e um pouco menos nervosa sobre toda a coisa de conhecer as pessoas mais próximas de Rooster, Rafaela conseguiu se sentir bem o suficiente para responder algumas das perguntas que vieram a seguir.

-Então, Rooster disse que toca piano, faz muito tempo que você toca? – Natasha puxou assunto e Rafaela ficou feliz que foi exatamente nesse assunto que ela tocou, algo leve do qual ela pudesse falar sem problemas.

-Ah desde que eu era adolescente, se tornou um hobby pra mim, mas pra um segundo trabalho na verdade – ela contou com modéstia.

-Você podia tocar pra nós qualquer dia desses, tá vendo o piano ali, não tá? – a piloto apontou para o instrumento que estava a alguns metros de distância.

-Ah eu não sei não – Rafa negou qualquer possibilidade no assunto.

-Tudo bem, além do mais, Rooster sempre acaba tocando, é um holofote dele, um verdadeiro metido quando se trata de ser o pianista do bar – Natasha floreou um pouco de propósito.

-É você que está dizendo – ele ergueu as mãos em defesa - eu não sou tão metido assim, talvez tenham inveja da minha confiança.

-Excesso de confiança, você quer dizer? – uma nova voz foi adicionada à conversa, o que deixou Rafaela um pouco espantada, chegando a se sobressaltar em cima do banco do balcão.

-Você realmente precisa parar com essa mania de interromper as conversar e se intrometer – Phoenix corrigiu o estranho, completamente irritada.

-Muito bem, me desculpa – Jake Seresin tentou se redimir – eu não devia fazer isso, só queria dar um oi pros meus amigos, vocês estão meio apertados aqui, o que acham de dividir uma mesa? Daqui a pouco o resto da galera chega.

Se Rafaela conhecesse bem a quantidade de membros do Dagger Squad, sabia que ainda faltava mais quatro rapazes para se juntar a ela, o que a deixou um tanto intimidada e engolir em seco, chegando a olhar um pouco para baixo, sentindo um pouco de vertigem.

-Está tudo bem? – Bradley notou a pequena mudança nela, então murmurou sua preocupação.

-Está sim, não se preocupe – ela respirou fundo sutilmente e olhou bem em seus olhos.

-Nós vamos aceitar seu convite, então – Natasha respondeu pelo grupo, querendo tomar o controle da situação, com um ar convencido, que apenas deixou Hangman mais satisfeito.

-Foi um prazer conhecer vocês – Rafaela arrematou educadamente, diretamente a Maverick e Penny.

Os dois sorriram compreensivos, enquanto Bradley e Rafaela levantaram e seguiram os dois para uma mesa maior.

-Então, quem é sua amiga? – Jake quis saber, notando Rafaela como uma novata no grupo, ainda mais ao lado de Rooster, o que era um motivo a mais para chamar sua atenção, embora ele tivesse uma noção de quem se tratava.

-Rafaela – ela se aproximou com um sorriso singelo, não queria que Bradley falasse o tempo todo por ela.

-Rafa, esse é o Jake, codinome Hangman, ele é meu amigo também, por assim dizer – Bradley fez as apresentações.

-Eu sou seu amigo! - Insistiu Jake – talvez o mais chato de todos, mas sou sim.

-Esse seu discurso todo não pega bem, ainda mais na frente das moças – Natasha alfinetou um pouco.

Eles trocaram alguns olhares de provocação, enquanto o casal na mesa tinha sua própria troca de olhares, que significava outras coisas.

"O que há com esses dois?" era o questionamento claro no olhar de Rafaela.

"Uma longa história, te conto depois" Bradley prometeu, devolvendo o olhar.

-Uhum! – ele limpou a garganta alto, como um claro sinal para os amigos de que eles não estavam sozinhos ali.

-Exageramos, não é? – Natasha percebeu.

-Foi sim – seu melhor amigo admitiu, enquanto Rafa apenas assentiu em concordância.

–Eu te garanto, Rafaela, não somos assim o tempo todo – Phoenix tentou se desculpar.

-Nós tentamos, me desculpe por isso – Jake tentou se redimir – então, mudando de assunto, faz quanto tempo que é amiga do Bradley?

-Nos conhecemos faz uns meses, nós estamos namorando, na verdade – Rafaela teve coragem de contar, já que Jake estava falando diretamente com ela.

-Uau, meus parabéns, eu espero que dê tudo certo, pra vocês, sério, mas eu tenho que te desejar boa sorte, esse cara aqui pode ser bem mala – Hangman acabou sendo parte sincero, parte brincalhão – mas antes que alguém reclame, ele é um cara ótimo, de verdade.

-Se eu não fosse tão ótimo, você não salvaria minha vida, não é? – Rooster retrucou, sendo um pouco mais complacente com o amigo.

-Vocês estão brincando, não é? – Rafaela deixou seu pensamento preocupado aparecer em voz alta.

-Ah não, amor, foi bem real, lembra que eu mencionei uma missão em que eu salvei a vida do Mav? Hangman aqui salvou a nossa vida depois – Bradley confessou, sem dar mais detalhes, já que tinha sido uma missão confidencial.

-Sério isso? Eu... sabia que sua profissão era perigosa, a de vocês, aliás, mas não esperava algo assim – a novata ali confessou sua opinião sincera.

-Não era minha intenção te assustar – Jake pareceu um tanto arrependido, sendo até mesmo gentil.

-Nem a minha reagir assim, me desculpe – Rafaela disse, sentindo-se um pouco mal com a situação.

-Está tudo bem, amor, de verdade – Bradley olhou para ela, assegurando-a disso, mas sem muito sucesso, ela tinha se sentido um pouco mais constrangida do que já estava.

-Eu estava falando com a Rafa que o Rooster toca o piano de vez em quando aqui no bar, e ela gosta de música também – Natasha tentou recuperar o clima mais leve da conversa.

-Sério? Que tipo de música você gosta? – Jake perguntou diretamente para Rafaela.

-Ah eu não sei, de tudo um pouco, mas acho que R&B, e rock dos anos 70 e 80, rock brasileiro dessa época, inclusive, me faz lembrar de casa – ela conseguiu contar, se sentindo um pouco melhor.

-Se sentir em casa por quê? Você é do Brasil? – a possibilidade deixou Hangman um tanto espantado.

-Eu sou, sou de São Paulo, vim pra cá faz uns anos e acabei ficando – acrescentou Rafaela a sua história.

Ela esperava que a conversa toda ficasse por aí e ela não precisasse mergulhar nos detalhes de seu passado. Era algo que ela só poderia confiar a Bradley e mais ninguém.