(3) IKYWT | 2012

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And I realize the blame is on me
Cause I knew you were trouble when you walked in

—Taylor Swift

O hotel estava lotado de pessoas que trabalharam no festival, e eu conseguia ouvir o barulho delas comemorando o fim daquilo

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O hotel estava lotado de pessoas que trabalharam no festival, e eu conseguia ouvir o barulho delas comemorando o fim daquilo. Eu me sentia grata pelos meus companheiros de quarto terem se juntado ao restante, no saguão, porque eu precisava de um momento. Um momento para entender o que havia acontecido, há algumas horas atrás.

Eu estava estática, no meio daqueles travesseiros fofinhos.

Queria twittar sobre aquilo, mas me achariam louca. Queria ligar para Sarah e contar, mas eu nem conseguia falar aquilo em voz alta e acreditar em minhas próprias palavras.

Em dois dias, eu voltaria a Oxford e à minha realidade universitária, depois dessa semana louca. Aqueles dias haviam acabado e eu tinha muita coisa para processar, mas nada seria mais difícil de compreender do que  o que havia acontecido no camarim.

Matthew Daves havia feito um curativo no meu calcanhar cortado pelo espelho quebrado, e havia passado álcool no meu joelho arranhado. Matthew Daves me ajudou com meu vestido, distribuiu  sorrisos doces e me pediu para assistir seu show -que eu já assistiria, de qualquer maneira-  Matthew Daves viu os meus peitos e elogiou a visão.

Insano. Apenas passamos dez minutos juntos, mas eu poderia jurar que nenhuma outra experiência na minha vida conseguira me deixar tão nervosa. Ele era... o meu compositor favorito. Eu podia dizer, inclusive, que só voltei a tocar instrumentos e a escrever músicas depois que eu conheci sua banda, há uns 10 meses atrás.

Era difícil acreditar que eu tinha esbarrado nele daquela maneira. E que... porra, ele viu os meus peitos. Me viu quebrar um espelho e cair por cima dele. Viu o meu rosto inchado e vermelho depois de chorar por conta de um vestido apertado.

Ele me viu sendo uma completa pateta, enquanto a minha visão foi a de um homem de quase dois metros de altura, com cabelos que formavam ondas, despenteados da mais perfeita maneira que existia, vestido com jaqueta de couro e outras roupas pretas. Matthew dava aquele sorriso brilhante e eu não consegui retribuir em nenhum momento. Eu havia ficado em choque com aquela situação e com a sua beleza.

Ah, Jesus, como eu poderia voltar a estudar para as minhas provas, se eu sabia que minha cabeça só iria pensar naquele momento?

Eu não conseguia parar de  imaginar naquele rosto angular, o nariz avantajado e ossos que caracterizavam uma origem grega, talvez? Não sei. Ele era a personificação de um clássico britânico de Manchester no seu jeito de falar, mas algo naquele rosto me parecia tão mediterrâneo.

Um barulho alto me fez fugir daqueles pensamentos. Graças a Deus.

—Alô? -falei, ao atender o interfone- Aqui é do quarto 97.

Soa Como Desastre (+18)Onde histórias criam vida. Descubra agora