"-Você vai ser minha de novo -Matthew declarou, com a voz mais rígida, do que carinhosa- Não me importa quanto tempo vai demorar. Não me importo se você vai resistir. Mas acontecerá."
Quando o amor pareceu não ser o suficiente para mantê-los juntos...
When I met you in that hotel room I could tell that you were so bad news But I keep messin' with ya, messin' with ya
—Montell Fish
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Enquanto esperava que Ammy falasse alguma coisa, tudo o que me restava era analisar o seu rosto.
Cada detalhe dela, cada pequeno gesto, parecia intensificar-se na atmosfera carregada de tensão. Seus olhos, em particular, traíam uma linguagem própria, um olhar que falhava em esconder algum sentimento conflitante.
Ali, no silêncio, eu me via à beira de um colapso, completamente perturbado. Cada segundo se esticava como uma eternidade, e meu coração martelava em meu peito.
A incerteza pairava no ar, e eu, envolto nesse espaço de vulnerabilidade, questionava minha própria sanidade por ter deixado escapar as palavras que ecoavam naquele quarto.
E uma revolta subia em meu peito, ao mesmo tempo em que havia um alívio por, finalmente, ter falado aquilo.
Por que caralhos eu amava tanto Ammybeth? Ela era um mistério, uma montanha-russa emocional que desafiava qualquer pedacinho de lógica da minha cabeça.
Ammy era tão fodidamente difícil.
As explosões emocionais dela resultam, toda maldita vez, em um monte de palavras cruéis que não fazem sentido nenhum. Ela desafia a minha paciência. Ela tem tanta dificuldade de falar as coisas certas, que parece uma criança birrenta aprendendo a se comunicar e...
Ela é irritante, indomável, e sua maneira de encarar a vida é como de alguém que não consegue pensar duas vezes antes de pular em um precipício.
Tão teimosa que, às vezes, faz minha cabeça se pesar e querer explodir a qualquer momento.
Mas uma onda de contradições surge, quando eu penso que nada daquilo é justo.
Ammy é a minha fonte de vida. Um calor, quando tudo à minha volta parece frio e apático.
E... quando a minha cabeça estava perdida em emoções obscuras, quando única coisa que eu conseguia pensar era em sumir do mundo, existia apenas uma coisa que me dava motivos de respirar.
Heroína me deu motivos para querer morrer, muitas vezes. E também acalmou aqueles sentimentos de merda, quando eles surgiam no meio da madrugada.
Eu achei mesmo que as drogas eram as únicas coisas que acalmavam a minha cabeça perturbada, mas não era verdade.
Ammy foi quem me manteve vivo, por todos aqueles anos.
E eu queria chorar, ao pensar naquilo. Porque era assustador como inferno, deixar meu coração na mão de uma pessoa só.
