09| 6 DIAS ANTES DA QUEDA

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oieeeeeeeeeee <3

tudo bem, carneirinhes? eu espero que sim.

como quem é vivo sempre aparece, eu voltei com apenas 11 MIL PALAVRAS para vocês. sumi por muito tempo, pois a rotina está péssima. c':

obrigada por continuarem acompanhando a história.

até a próxima att! <3

~ Mags

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#CaiuNoGolpe🍎


Era tão molhado e quente.

O contato firme deslizava livremente pela sua pele, afundando as digitais na quentura macia à medida que parecia arrancar, com todas as raízes, os últimos resquícios da culpa que sufocava, perdendo toda a sua força e vida, dentro do peito do noviço. Os suspiros se misturavam aos estalos molhados e às lufadas de ar, os arrepios se misturavam ao calor abrasivo que dominava e transbordava por toda e cada célula do corpo ao qual os dedos ásperos e calejados ansiavam desesperadamente se unir ao buscarem o rosto corado, cujos lábios inchados cediam sem pestanejar ao toque das digitais brutas que neles se afundavam; os ombros relaxados, amolecidos pela entrega devota à culpa que insistiram em deixar de carregar; os braços ansiosos e egoístas que seguravam seu dono, afoitos, desesperados com a inexistente possibilidade da sua partida; a cintura fina, marcada pelas manchas arroxeadas daquela memória em estágio de formação, e as coxas nuas que lutavam contra o desejo de circundar o corpo colado à elas.

O cinzento nevoeiro se espalhava com rapidez, nublando todos os sentidos do pequeno carneiro que se desviara do caminho indicado pelo pastor e perdeu-se na floresta escura e perigosa, aquela na qual o lobo havia esperado ansiosamente que ele adentrasse, à medida que se encontrava com a borda de um precipício sem fim e fazia da sua única saída querer pular, porque tudo no lobo o fazia incapaz de manter o controle.

Porque ele era inebriante. Extasiante. Entorpecente. Viciante. E o pequeno carneiro não conseguia resistir aos seus encantos.

Ainda lembrava-se perfeitamente da expressão relaxada e contente, satisfeita, daquele que o devorava tão intensamente e da forma que o deleitava, e adormecia, vê-lo tão satisfeito pelos seus beijos, seus toques, que se fazia incontrolável a ânsia de continuar ali, atado a ele, como se nada mais existisse lá fora, como se o venenoso sabor das doces maçãs que escorria entre os lábios dos dois enquanto presos naquela molhada e ofegante satisfação submissa fosse o suficiente para mantê-lo ali. Para sempre.

Continuava incapaz de compreender a frustração intensa, a desesperadora abstinência, que o abatera quando ele desvencilhou os lábios dos seus, de entender porquê a ausência do calor dele o entristecia e o irritava profundamente. Sabia, apenas, que queria mais dele, de tudo nele, que precisava sentir o toque, o cheiro e o calor incandescente, que percorria o seu corpo como arrepios, que ele o causava, porque ainda não havia experimentado o suficiente dele.

Se lembrava dos dois, vagando pela noite, de mãos dadas, aproveitando-se, vez ou outra, da perigosa tranquilidade do subúrbio para revisitar por alguns segundos o calor dos lábios um do outro até se verem próximo o suficiente da Santíssima Casa. Recordava incansavelmente o beijo de despedida que ele deixou nos seus lábios, a forma morna, carinhosa e cuidadosa, que ele segurou-lhe as bochechas e o domou os lábios uma última vez, da sensação de desmoronar por tão pouco, ao observar o gengival e encantador sorriso que enfeitava o rosto que o encarou pelos míseros segundos que antecederam a volta dele ao subúrbio, até que seus olhos cansados não fossem mais capazes de reconhecê-lo no meio da escuridão que abatia as ruas romanas.

DESCONSTRUINDO O ÉDEN | yoonmin Où les histoires vivent. Découvrez maintenant