DESCONSTRUINDO O ÉDEN | yoonmin

10| 3 DIAS ANTES DA QUEDA - parte 1

OIEEEEEEEE <3

PELO AMOR DE DEUS, A MARGARIDA VOLTOU! (TAVA NA HR JÁ)

mil desculpas pelo ENORME sumiço, bananinhas :( eu tava com muita coisa para fazer, muito pepino do grosso para descascar e tava extremamente desanimada de continuar a história. eu sumi do instagram, larguei o xwitter e tudo mais para ver se conseguia me sentir em paz, então peço mesmo mil desculpas.

o cap 10 ultrapassou as 18 mil palavras, por isso eu dividi ele em dois (e a prox parte sai ainda em 2023, prometo). espero que gostem, quem ainda estiver por aqui, e obrigada pelos 1,4k de views.

boa leitura!

~mags

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Era insuportável.

O corpo esquelético e pálido se contorcia no chão frio, dentre toda aquela terra seca e todos aqueles espinhos que atravessavam com tortuosa lentidão a sua pele enquanto a corda rompida balançava, levada pelo vento frio da madrugada, dependurada no mais alto galho da macieira nos fundos do casebre. Sua mente estava presa, enjaulada na companhia das suas mais temerosas alucinações, aquelas nas quais o brilho no olhar do garoto desaparecia, como a chama de uma vela que queimou por completo, enquanto encarava, com devoção e entrega, a escuridão sem fim do seu.

Yoongi conseguia sentir o peso do corpo frio e sem vida dele sobre os seus braços sujos conforme o sabor da vitalidade do garoto abandonava as suas papilas gustativas, como um passageiro e supérfluo sabor substituível e incapaz de saciar toda a sua fome, conforme o seu peito se enchia de um pesado vazio e uma espaçosa dor que o fazia desejar morrer mesmo sabendo que ele jamais o deixaria permanecer de tal forma.

A voz rouca lhe rasgava os lábios, esganiçada, a cada novo golpe que ele deferia contra o seu peito e o despedaçava como a carne de um cordeiro em meio ao abate. Sua garganta se enchia e se fechava, o fazendo engasgar, quando o intragável sabor daquilo que havia se tornado o seu sangue a inundava e o sufocava.

Na sua mente, a agonia de se ver em ar, sufocando lentamente, se repetia sem intervalos, o torturando como se seu corpo ainda estivesse içado no quintal à medida que a agonia e o debater dos seus movimentos o permitiam ouvir o laço da corda apertando-se cada vez mais ao redor do seu pescoço, soando mais, mais e mais alto aos seus ouvidos.

Soando como um aviso de que não era Yoongi quem decidia se aquele corpo viveria, ou não, um outro miserável dia.

Os fios de cabelo loiros, pálidos, destacavam-se cada vez mais em meio à úmida cabeleira de cor ébano que grudava à sua pele áspera e sem brilho, coberta pelo suor que gotejava no piso sujo. Os dedos esguios tentavam se agarrar à madeira que se desfazia contra a sua pele numa inútil esperança de voltar ao controle, porém ele e a sua ira eram enormemente mais fortes. A lama escorria pelos lábios esbranquiçados enquanto os braços, repletos de hematomas roxos e pretos, tentavam sustentar o corpo fraco e vulnerável ao qual pertenciam, mas parecia não haver jeito.

Não importava o quanto gritasse ou o quanto implorasse, para quem quer que estivesse ouvindo-o, por algo que pudesse pará-lo, nada acontecia.

A veia do seu pescoço saltava, perturbada pela força do engasgo, enquanto a água quente e salgada escorria pela pele do seu rosto, parecendo corroê-la prazerosamente na lentidão do seu caminhar. Sua cabeça se movia em um angustiado negar enquanto a voz berrava dentro da sua cabeça, odiosa como jamais esteve antes, e as garras continuavam a despedaçá-lo de dentro para fora.

— Não! — seu grito esganiçado soou, desesperado, ao que a voz berrou alto, pedindo por aquilo que ele não queria dar. — Farei qualquer coisa... — prometeu, sentindo seu coração palpitar forte. — Apenas não o machuque... Por favor....