Capítulo 8

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Os cabelos da ruiva balançavam maleáveis contra o vento forte que fazia aquela manhã, geralmente Megan se incomodava com isso, no entanto hoje queria mostrar para o mundo o corte novo do cabelo. O ruivo havia sido suavizado com alguns reflexos loiro feito pelo cabeleireiro. Ontem tinha sido um longo dia no shopping. Deixando a velha Megan na parta de entrada e saindo com roupas para Á nova Magan.
As roupas lhe caiam bem sobre o corpo, mas levaria tempo para Mag se acostumar a se vestir como às boas moças. Essas mesmas, as boas moças que tinham um bom emprego, uma carreira, uma casa enorme, um cartão de crédito ilimitado e que se vestiam de forma executiva e formal. No entanto ela só ficaria com a parte da vestimenta das boas moças no presente momento.
Antes Megan acordava as pressas, pegava qualquer uma de suas roupas em seu closet minúsculo e não se importava se a cor da blusa combinava com o tênis, ou se o sinto combinava com a bolsa. Antes ela nem usava bolsa, era uma mochila velha que jogava no ombro onde dentro continha tudo o que precisava, mas agora ela tinha uma bolsa, tinha sapatos novos, tinha cintos que combinavam com sapatos e roupas para combinar com tudo o que comprou. Levaria tempo, mas ela aprendia rápido.
Mas no dia anterior foi diferente, as vendedoras das lojas onde ela entrou a ajudaram a comprar as roupas que ela queria. Lembrou-se da primeira loja em que entrou. Não era de suas habituais, era mais sofisticada, ou melhor, chique. As vendedoras tinham cabelos presos num rabo de cavalo bem feito, a pele numa maquiagem sutil. E o que ela julgou uniforme, já que todas se vestiam iguais era um vestido preto, justo ao corpo e salto alto da mesma cor, mas pareciam modelos cm seus corpos esbeltos do que vendedoras.
Seu uniforme também era igual ao de todos no Dog's, mas não se comparava com aquelas, na verdade era horrível, calça jeans largas e desbotadas com manchas de mostarda e ketchup, uma blusa cor sim cor não com o logotipo da marca que ficava na reta de seu mamilo, tênis vermelho e um boné que não cabia direito em sua cabeça, mas que fazia parte daquele look grotesco. Era isso que ela usava para trabalhar.

Receosa ela olhava para as roupas nas araras, coisas que ela não tinha em seu closet. Uma das vendedoras que a abordou a olhou primeiramente do pé a cabeça antes de lhe proferir um sorriso cordial.

― Posso ajudar? ― Perguntou-a.
― Na verdade sim. ― Respondeu de forma direta. Ela não havia gostado do olhar que lhe foi dado, mas engolindo seu orgulho ferido deixou ser ajudada pela moça a sua frente.

Nada realmente lhe encheu os olhos enquanto provou, mas as roupas lhe caiam bem, ela já se sentia um pouco mais como às boas moças que via andando pela rua. Saiu do shopping cheia de sacolas, e mesmo não gostando da maioria das coisas que comprou havia certa satisfação em seu intimo.
Ao se olhar no espelho depois da transformação no salão, ela gostou do que via e se sentiu um pouco mais feminina, fazia bastante tempo que Magan não sabia o que era fazer compras e muito menos ir a um salão de beleza.
Mas a manhã de hoje foi desafiadora, lembrando-se das dicas que lhe foram dadas pelas vendedoras ela tentava se vestir de boa moça, o que foi uma tarefa dificílima. Optou por um vestido preto, blazer e um salto nude preto. Era um look exagerado pensou, mas era assim que as boas moças se vestiam habitualmente, e seria assim que se vestiria a partir de agora.
Entrou pela porta da frente, dificilmente Magan entrou por aquela porta, era sempre a portinha suja dos fundos. A portinha dos funcionários, mas do dia de hoje em diante ela não seria mais a funcionária daquele lugar. Seus saltos faziam barulho contra o piso e viu Stacy lhe proferir aquele sorriso maquinal do qual ela mesmo dava para os clientes todas às vezes que um entrava.

― Mag? ― A voz de Stacy era incerta, estreitava os olhos para vê-la melhor. Não tinha a reconhecido?
― Sim sou eu. ― sorriu envergonhada.
― Você está dif....Linda! ― Ela percebeu que não seria aquela a palavra usada por Stacy. Mas gostou do elogio exclamado no fim.
― Obrigada. O Connor está ai?
― Sim, no escritório. ― Seu tom de voz era enojado. Todos ali esboçavam enjoo quando Connor era citado.
― Vou falar com ele. ― falou no mesmo tom enojado que ela.

Passando pela porta que tinha ao lado da bancada ela entrou na cozinha, os meninos a olharam se perguntando "o que aquela mulher fazia ali?". Mas assim que a reconheciam, cumprimentaram-na com elogios típico dos homens.

Mas seu principal motivo ali não era chocar os funcionários com seu look de boa moça e sim pegar sua carta de alforria daquele lugar. A passos decididos ela foi em direção a porta da qual Connor passava boa parte do dia trancado. O que ele fazia lá era um mistério para todos, mas quando não estavam enchendo o saco dos demais funcionários ele deveria estar lá dentro batendo uma punheta. Era só isso o que vinha em sua mente. Não só na dela, dos outros também. Connor era um caro solitário, ninguém nunca tinha ouvido falar de namorada, noiva, mulher, amante ou simplesmente uma puta casual.

"Gerente" dizia a pequena placa que ela ignorou, abrindo a porta em um supetão fazendo o homem sentado na cadeira se assustar sobressaltando-se e deixando os papeis que tinha em mãos caírem sobre o chão. Era nojento, mas ela realmente imaginou que o flagraria com a mão na coisa e a coisa na mão. Vulgo seu pênis.

― O que deu em você? ― perguntou num grito um pouco sem fôlego, mas aquele miserável ainda tinha fôlego para gritar com ela.

Enquanto todos ficaram deslumbrados com a nova Mag, para ele sua nova aparência não surtiu nenhum efeito. Gay, ela cogitou naquele instante, talvez ele tivesse começado a virar gay.

― Você está atrasada. ― Confrontou-a, os olhos fulminavam. ― Por que não está de uniforme?
― Cala a boca Connor. ― Gritou batendo a porta atrás de si. Sua cota de Connor já estava mais do que saturada. ― Eu vim pedir minha demissão. ― Sentou-se na cadeira a frente dele de forma sucinta cruzando as penas.
― Você ficou louca? ― Gargalhou. ― Que droga você usou Megan? Veio da baladinha agora e ainda está bêbada? Você e eu sabemos mais do que ninguém que precisa desse emprego.

Ele sabia das dificuldades dela e era por isso que a tinha nas mãos. A humilhava com gosto, pois sabia que ela engoliria calada.
Mas não hoje.

― Foi o que você ouviu Connor. ― Bateu na mesa com força e o resto de riso irônico que tinha em seus lábios sumiu. ― Eu estou muito sóbria querido. ― Foi a vez dela de rir, não uma gargalhada, mas um sorriso de canto de boca, desses simplórios.
― Você tem certeza disso Magan? Eu não vou te aceitar aqui amanhã quando você vier chorando me pedir para voltar.

Ela já tinha feito isso uma vez, se humilhou e foi a partir desse dia que Connor começou a pisar sobre ela como um pano de chão.

― Nunca tive tanta certeza na minha vida. ― sua voz não tremeu em nenhum momento ao respondê-lo. Aquilo era tudo o que ela sempre quis.

Se ver livre daquele lugar era seu sonho de consumo.

― Então assim será. ― levantou-se medindo-a com os olhos. ― Na verdade você está me fazendo um favor, é uma péssima funcionária e...
― E o caralho... ― Levantou-se exibindo suas garras, ela não deixaria que ele a humilhasse mais uma vez. ― Você não vai pisar em mim mais uma vez. E eu acho bom você calar a sua boca antes que eu meta a na sua cara.

Os olhos do homem se arregalaram e antes que ele abrisse a boca, foi ela quem voltou a falar.

― Você tem o orgulho ferido porque sempre me quis e eu não quis nada com você. Antes eu aguentava calada porque precisava dessa merda de emprego. Não estou cuspindo no prato que comi, mas por sua causa eu odeio esse lugar, se alguém é culpado aqui esse alguém é você. ― Gritava, despejando tudo o que tinha para falar para ele. Tinha muito que falar. ― A única coisa boa que vou levar desse lugar são os amigos que fiz; fora isso nada. ― Disse por fim.

Sem mais nada a falar ela saiu deixando Connor sem o direito de resposta. Despediu-se dos amigos que fez e foi embora sem olhar para trás. Na verdade ela queria tacar fogo naquele lugar, tira-lo do mapa, do continente, do planeta. Faria um favor para o mundo, mas infelizmente ainda tinham pessoas ali que precisavam daquele emprego.

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Oi leitores amados aqui é a escritora que vós fala, ou melhor, que escreve a estória. Como vocês estão? Espero que ótimos. Sem mais delongas eu gostaria de saber o que estão achando do livro gente, podem falar, eu não mordo kkkkkk. Dêem opiniões, sugestões, puxões de orelha, sou toda olhos :D

Meninas Malvadas - INCOMPLETOWhere stories live. Discover now