Capítulo 28

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Haylley levantou- se zonza do chão, a cabeça latejava e doía, levando uma das mãos a cabeça ela sentiu o calo enorme em sua temporã e ao olhar sua mão, o sangue levava seus dedos e manchava a mão de vermelho. De pé via as costas de Matthew, mas mãos dele em volta do pescoço da loira que se debatia freneticamente em busca de oxigênio.

O que fazer? O que fazer?... Era mais uma dúvida do que uma pergunta. Sua mente procurava pela solução desesperadamente. E foi justamente nesse momento que ela se lembrou do que tinha guardado em sua bolsa. Seus olhos varreram o lugar, que por sinal estava uma desordem; focalizando o que procurava ela correu sem pestanejar, jogando tudo no chão e junto com os outros objetos sem importância o envelope pardo caiu contra chão fazendo um estardalhaço com o barulho.

Hay nunca pensou que precisaria usar a arma que comprara tão repentinamente, mas na situação em que se encontrava a medida mais cabível e desesperada era justamente a que acabara de tomar.

O metal frio gelou sua mão, um frio lhe correu a espinha e empunhando a arma com certa dificuldade ela equilibrou os braços os estendendo num ângulo reto e atirou várias vezes contra as costas de Matt. Assim que abriu os olhos viu seu corpo cair contra o chão e assim que se deu conta de que ele não levantaria, seus braços caíram inertes, deixando o peso no metal cromado em suas mãos cair contra o chão.

- Você está bem? - correu até Amanda que buscava por ar. Seu rosto saia de um tom arrocheado a cada resfolego de entreva nos pulmões.
- Ooo quê você fez? - Amanda olhou contra Hay vendo o corpo de Matthew caindo contra o carpete.
- Eu, eu...e... - gaguejou. - Ele ia nos matar, eu só agi em legítima defesa. - O pavor mosturado com a adrenalina começava a se instalar em seu corpo.
- Matt? - Amanda engatinhou até ele e virou seu corpo.

Matthew estava imóvel, o corpo estatístico. Os olhos inexpressivos e as pupilas dilatadas. O sangue esvaia-se de seu corpo e fazia uma ligeira poça de sangue ao redor de seu corpo.

- Matt? - Amanda o chamou. Seus olhos já marejavam.

Não houve nenhuma resposta do homem estirado ao chão. As duas se entreolharam e ficou claro o que tinha acontecido.

- A gente precisa ligar para emergência. - Amanda levantou-se e correu até o telefone em cima de sua mesa.

Sua mão tremia ao discar o número e de seus olhos as lágrimas escorriam desenfreadas. 9...1... E foi interrompida com um baita tapa em sua mão.

- Você ficou louca?! - Haylley pegou o telefone de forma rude e o colocou de volta no lugar.
- Hay, ele... - olhou com pavor para Matt. Do jeito que ela o colocou, seu corpo ainda estava.
- Está morto Amanda, não há mais nada o que fazer. - A morena disse quase num grito.

Seria mentira se Haylley dissesse que não estava nervosa, que não estivesse com medo. Mas alguém tinha que manter a calma e tudo o que ela conseguia pensar era no inferno que se tornaria a sua vida se descobrissem que estava envolvida em um assassinato. Ela não queria um bando de repórteres na sua cola e não queria ficar enjaulada numa cela por não sei quantos anos.

A adrenalina deixava seu corpo agitado. Andava de um lado a outro, pensando no que fazer. "O que fazer? O que fazer? O que fazer?..." Ela viu Amanda aos soluços, proferindo palavras inaudíveis no momento. O corpo de Matt estirado sobre o chão desfalecido, o barulho de seu salto contra o assoalho tintilava e misturava-se com as vozes em sua cabeça.

"Esconda, esconda, esconda..." O misto de vozes sem rostos repetia. E justamente num último sussurro eis que lhe sopram a genial e brilhante ideia. "Esconda o corpo dele"

- HAY???

Haylley se assustou sobressaltando-se e encarando Amanda que a olhava confusa.

- Vamos esconder o corpo dele. - disse e foi na direção de Matthew.
- Você ficou louca? - a voz da loira denunciou o assombro da atitude tomada por Hay.
- Você tem alguma ideia melhor? - Hay olhou para Amanda a espera da resposta.
- A gente explica o que aconteceu. Ele... Ele nos atacou. Agimos em legítima defesa.
- NÃO! - disse rispidamente. - Você e eu sabemos que isso não vai colar. Nós matamos ele Amanda.
- Não, você matou ele. - Amanda deu um passo atrás escabriada.
- Foi por sua causa. - defendeu-se a acusando. - Eu não quero ir presa por causa desse merdinha. - olhou com desdém para Matt. - Nós temos muito ainda pela frente. - disse num tom mais emano e se aproximou com cautela da loira amedrontada. - Pensa no seus pais, a decepção que você vai trazer pra eles.

E num jogo de conversa Haylley usava todos os argumentos que tinha para influenciar a loira.

- Eu acho que isso não vai dar certo Hay. - Amanda já cogitava a hipótese. - Como vamos tira-lo daqui. Ele é pesado.
- Calma minha querida, nós vamos dar um jeito. - passou a mão sobre seu rosto gentilmente e em seguida deu-lhe um beijo leve nos lábios.

E elas deram. Começaram cobrindo o corpo de Matthew. Na parede de seu escritório ficava pendurada uma pintura que não foi nem um pouco barata, mas antes uma pintura usada para uma "boa" ação do que ir para a cadeia. Foi com o tecido do quadro que elas enrolaram o corpo. Pegaram uns sacos pretos de lixo e envolveram para que o sangue não escorresse mais pelo chão.

Nenhuma das duas nunca havia limpado um chão na sua vida, más naquela noite foi extremamente necessário. Como se não houvesse amanhã elas limparam aquela sala e a deixaram um brinco.

A pior parte foi carregar o corpo de Matthew pelo prédio, ele era bem pesado. Mas aquela noite em especial elas tiraram forças de onde não tinha.

- E agora, o que vamos fazer? - Amanda pergunta para Hay enquanto olha o corpo de Matt envolto por plástico e tecido dentro da mala do carro.
- Vamos esconder em um lugar onde ninguém nunca irá encontrar.
- E onde seria?
- No meu quintal. - a voz soou natural, como se toda semana ela escondesse um corpo no quintal da grande mansão dos Lancaster.

Halley fechou a mala e ouviu-se apenas o som estridente do metal ecoar na garagem deserta do edifício.

Meninas Malvadas - INCOMPLETOWhere stories live. Discover now