Se entregando ao inimigo

Capítulo 1

Joseph era um homem frio. A vida fora amarga com ele, e ele retribuía agora. Se apaixonara e fora correspondido, amara com toda intensidade que poderia provar. Então Camila foi arrancada de seus braços. O fruto do amor dos dois sobreviverá. Mas anos se passaram e a menina nunca andou. Joseph convivia com a dor todos os dias quando acordava, olhava e via sua cama vazia, pois Camila jamais voltará ao seu lugar. E toda manhã, quando abria os olhos ele repetia a mesma promessa. Hades pagaria!

- Joseph? – Nicolas chamou, entrando no quarto. Joseph revirou os olhos, enquanto fechava o colete em frente ao espelho do banheiro.

- Sinceramente. Nicolas, onde está Samantha? – Perguntou terminando de fechar o colete.

- Bom dia pra você também. – Disse, irônico. – O mensageiro de Zac está lá embaixo.

- Pois que espere. – Joseph disse apanhando o terno na cama.

- Vai ser problema seu. Só vim passar o recado pois tens a péssima mania de demitir todos os criados que lhe enviam recados.

- Um dia desses demito até você. – Ironizou Joseph rindo.

- Não sou teu empregado, nem teu inferior, Joseph. Sonhe com isso. – Disse, virando as costas e saindo. Ter que lidar com Joseph pela manhã era cansativo.

Joseph deixou a cabeça cair para trás, os olhos fechados, respirando fundo. Ser rei não era um conto de fadas, muito menos quando se está em guerra. Ele precisa de apoio de Zac. Conseguia do Nicolas recentemente, fato que fez o mesmo se hospedar com a esposa Samantha em seu castelo. Mas a quantidade de homens e armas que Zac possuía seria o cheque mate nessa briga e ele finalmente teria sua vez com Hades.

Mas ele queria ir logo a ação. Dezenas de homens já haviam morrido em sua espada, mas nenhum deles era o que ele queria, por fim ele apanhou o terno da cama vestindo-o e saiu.

Enquanto isso na floresta...

Micaela havia cavalgado a noite toda a galope, não podia ser seguida e quando o dia nascesse já queria estar no lugar de espera. Amanhecerá e ainda não conseguia sair da floresta. Estava cansada, com sede, suas mãos ardiam pelas correias do cavalo.

- Tem alguém aí? – Perguntou a voz vindo de longe. Micaela parou o cavalo. Os olhos assustados procurando por alguém.

Ela desceu do cavalo o mais silenciosamente possível então desatou a correr. Após um tempo a sapatilha que usava começou a ceder. Seus pés doíam em contato com as pedras dentro do mato. Não olhou para trás em nenhum instante. Já era mais de meio dia e ela achava que ia morrer. Não conseguiria. Tropeçava várias vezes, caía outras inúmeras, chovia.

Finalmente ela viu. Chegara à fronteira. Ela cansada e ofegante se deixou cair sentada no chão molhado, encostada em uma árvore esperando que seu destino a salvasse.