Capítulo 82

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Nada mais aconteceu, para o alívio de Micaela. Durante a madrugada, pode ir embora. Se separou de Joseph na entrada, e ele foi resolver um problema de última hora e ela aproveitou para se trocar. Deixou a coroa nos pés da cama, enquanto tentava soltar os nós do vestido.

- Eu trouxe a caixa. Cristal salvou o buque e Samantha o véu... mas o que diabos você está fazendo? – Vanessa questionou vendo-a se esforçar para soltar o vestido. – Aqui – soltou a caixa e foi até ela ajudar.

- Pensei que havia perdido o véu. – disse satisfeita vendo, Samantha e Cristal juntas dobrando o véu – Para que o buque?

- Oh! Ninguém explicou?

- É como uma tradição. O buque da rainha é salvo junto com todo o resto do vestido. Você os guarda até que sua primeira filha chegue à idade de se casar, assim você a presenteia.

- Minha filha vai ser obrigada a se casar com meu vestido? – questiona.

- Não é obrigatório, é simbólico. As filhas nunca aceitam, preferem fazer seu próprio vestido. Então ele fica como uma recordação.

- Pronto. – Vanessa soltou Micaela. – Me ajudem com isso antes que Joseph volte. Nicolas já torrou a paciência dele hoje.

Micaela observou as outras dobrarem seu vestido. Vanessa pediu os sapatos e ela lhe deu. Colocaram o vestido coberto pelo véu dentro da caixa, protegido por várias camadas de seda. Todas foram embora logo após terminar. Micaela foi para o banheiro. A camisola que havia escolhido era de seda branca, longa com um decote fundo. Ela se penteou e voltou para quarto, encontrando Joseph.

Ele estava sentado nos pés da cama, descalço e sem terno. Ele parou por um instante, observando-a de cima baixo, como quem aprecia algo.

- Pensei que teria que buscá-la. – brincou se levantando. Deixou a coroa próxima a dela, e se aproximou oferecendo a mão. Ela apanhou a mão dele, abraçando-o pela cintura. – Está linda – murmurou passando o nariz pelo cabelo dela. Ela se arrepiou com a respiração profunda dele em seu rosto.

Finalmente havia chegado sua noite de núpcias.

- Me sinto mal. – comentou beijando o rosto dela.

- O que há? – perguntou preocupada, e ele sorriu beijando-lhe a testa. Ela se afastou, apanhando o champanhe. Abriu servindo-a.

- Não fisicamente carinho. Me sinto mal por não poder dar a viagem de lua de mel que você merece. – ela entendeu.

- Não sinto falta de uma lua de mel. Estamos juntos. Olhe isso. – apontou ao redor do quarto que foi todo decorado. Lençóis de linho luxuosos. Chovia lá fora, a lareira estava acesa tornando o ambiente ainda mais gostoso. Ela caminhou até a cama, se sentando.

- Ainda sim é pouco. Mas em compensação, tirei o tempo que você quiser. Levantarei a defensiva, e a guerra vai parar enquanto estivermos em lua de mel. – ela ergueu as sobrancelhas, tomando mais do champanhe. Ele sorriu vendo-a corada.

- Pode fazer isso? – ela questiona admirada.

- Posso, não por muito tempo. Mas posso. – confirmou – Já fiz. Na nossa lua de mel, ninguém irá nos interromper, eu estarei contigo o tempo todo, e faremos o que você quiser. – ele hesitou, vendo-a beber. – Quando tudo isso acabar, iremos viajar para onde quiser.

- Quanto tempo nós temos?

- Dois meses. Foi o máximo que pude conseguir. – disse como um pedido de desculpas, e ela abriu um sorriso lindo. Ele se aproximou, sorrindo.

- Parou para pensar que nossos filhos serão concebidos aqui? – disse se deitando na cama. Joseph encarou a situação.

- Aqui ou em qualquer outro cômodo. – ele passou por cima dela, que o encarou – Mas para deixar as coisas mais civilizadas, juraremos que foi aqui. – sussurrou e ela riu gostosamente.

Ela parou der repente encarando-o apaixonada. Finalmente depois de tudo o que passou, ela está casada com o homem da sua vida!

Se entregando ao inimigoOnde histórias criam vida. Descubra agora