Capítulo 17

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- Anjo. – disse se sentando na cama da filha. Suri ergueu o rostinho do livro de colorir que tinha sob o colo – Você gosta da Srta° Nina?

- Não. – disse curta e clara. Joseph piscou achando graça da espontaneidade dela.

- Por quê? Ela maltrata você? – perguntou como quem não quer nada.

- Não, ela só é chata. Não tem graça ficar com ela. – disse se esticando na cama – Mas se o senhor colocasse Micaela no lugar dela...

- Não comece. – A menina riu, sapeca – Alguma vez a Srta° Nina fez algo que machucou você? – algo que a levaria a forca por exemplo.

- Não que eu me lembre. Está tudo bem? – perguntou estranhando.

- Tudo sim, eu só precisava saber. Você já jantou? – a menina assentiu com a cabeça – Não deveria ir dormir agora então?

- Assim que eu terminar esse desenho. – propôs, e ele sorriu.

- 05 minutos

- 10. – Intercedeu.

- O que eu faço com você? – perguntou, passando a mão no cabelo. A menina riu – 10 minutos e eu venho ver você. – A menina assentiu.

Joseph deu um beijinho na testa da filha e saiu. Ainda espumava de raiva, mas Micaela o fizera prometer que não faria nada. Ele cumpria suas promessas.

Ele não torceria o pescoço de Nina, isso era cumprir sua promessa. Voltou 10 minutos depois e pôs Suri na cama, cobrindo-a do frio que fazia. A menina pediu para que ele lesse, para atrair seu sono. Assim ele terminou na cama dela sem sapatos, lendo um livro grande e ilustrado.

Quando a menina dormiu, ele a abraçou forte beijando-lhe os cabelos. Nem que lhe custasse a vida, nunca nenhum mal acontecerá a Suri. Por fim a pôs entre as almofadas, guardou o livro e apagou suas velas, saindo.

É claro que ele não foi para o próprio quarto.

- Até que enfim! – disse ao vê-lo entrar no quarto – Já estava prestes a ir atrás de ti! – disse suspirando aliviada. Não havia sangue na roupa dele. Nina estava viva.

- Fiquei um pouco com Suri. – disse abraçando-a – O que ia fazer, entrar na sala pedir licença a Nicolas e me trazer pelas orelhas? – perguntou divertido erguendo-a do chão. Micaela riu.

- Algo do tipo. – disse manhosa, aceitando a fungada que ele dava em seu pescoço.

Joseph trouxe o rosto dela para si, beijando-a e a levou até a cama. Os dois caíram deitados lá aos beijos e carinhos, e ela o acolheu dentre suas pernas, satisfeita.

Na manhã seguinte...

- Srta° Nina. – disse aparecendo do nada. Nina quase derrubou a bandeja no susto. Joseph não se desculpou.

- Meu senhor. – respondeu se recuperando do susto.

- Tenho algo a falar com você... sobre aquela criada. Micaela. – disse com a mão as costas. Nina esperou. Havia algo sob o olhar dele, como se ele reprimisse a vontade de atacar.

- Ela o importunou, senhor?

- Não. É sobre a carga de trabalho dela. – Nina ergueu a sobrancelha – M e parece demais para uma mulher só.

- É justo senhor. Todas temos nossas atividades. – disse tentando modelar o ciúme na voz.

- Justo. – repetiu consigo próprio. Os olhos dele ainda tinham aquele brilho violento, doentio que não combinava com o rosto calmo – Pois muito bem, a partir de hoje a Srta. assumira o trabalho dela.

- Perdão? – perguntou incrédula.

- O trabalho dela. Você o fará, todo. – repetiu respirando fundo para manter as mãos nas costas.

- Perdão senhor, mas não há como me encarregar dos serviços sendo que me dedico meu tempo integral a menina Suri e... – interrompida.

- Suri não é mais responsabilidade sua. A propósito, eu quero você bem longe da minha filha. – disse e o brilho dos olhos se tornou mais doentio.

- Mas... por quê? – perguntou em choque

- Apenas obedeça. Deixe o café de Suri aqui, e assuma as atividades de Micaela. Agora. – e ele deu as costas saindo, deixando-a espumando de raiva.

Joseph foi procurar Micaela. Mas não a achou em lugar nenhum.

- Que diabos, onde está? – perguntou cansado.

- No corredor do segundo patamar. – informou Nicolas lendo um folhetim, passando por ele com uma caneca na mão sem dar atenção. Joseph fez uma careta, mas já que servira... ele foi atrás dela.

Se entregando ao inimigoWhere stories live. Discover now