Arco 1 - Capítulo 19

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Harry abriu os olhos e percebeu que estava no escritório de Voldemort. Sua mente não demorou a entender a situação e ele logo chamou por quem o trouxe ali.

- Thanatos.

O silêncio tenso rolou por alguns instantes, antes de uma voz fria surgir atrás dele.

- Ora, ora, se não é meu majestoso mestre, como estão seus cachorrinhos?

- Não ouse chamar meus amigos assim! - Apollo lançou um olhar de ódio na direção da morte, que apenas soltou um riso sarcástico e revirou os olhos.

- Que seja, nós sairemos para buscar algumas almas em breve, eu vim avisá-lo para se preparar. Não quero ver uma criança chorando na hora de fazer o trabalho, entendeu?

- Não se preocupe comigo, não sou como os outros da minha idade, não vou ter problemas quando chegar a hora.

- Espero que esteja falando a verdade. - ele olhou com desprezo para seu jovem mestre e revirou os olhos - Isso era tudo o que eu queria dizer. Adeus.

O mundo girou e desapareceu em escuridão, Harry abriu os olhos novamente e suspirou ao dar de cara com o verde de sua cama. Ele fez sua rotina matinal e esperou pelos outros para ir ao salão. Quando chegou lá, Harry olhou na direção da mesa dos leões e percebeu com pesar que Neville havia se afastado até mesmo de seus amigos grifinórios.

O loiro levantou os olhos e percebeu que Apollo estava o observando, ele deu um pequeno sorriso e acenou levemente com a mão direita. Harry acenou de volta com um sorriso triste no rosto e seguiu para sua mesa. O dia se seguiu como de costume, tirando o fato de que agora Neville não andava mais com seu grupo, Hermione tentou falar com o menino, mas todos disseram para que ela o deixasse em paz, ela não entendeu o porquê e ficou irritada acreditando que eles haviam abandonado um amigo, mas o próprio Neville a corrigiu e disse que havia pedido um tempo para si mesmo. A menina se desculpou com os amigos e Apollo decidiu que ela precisaria saber da verdade logo.

Quando a noite chegou, Apollo se deitou em sua cama e fechou as cortinas ao seu redor, no entanto, antes que pudesse dormir, Thanatos se materializou ao pé da sua cama com um sorriso de escárnio no rosto.

- Não é hora de dormir ainda, Mestre. - ele disse a última palavra com certo nojo - Levante-se, nós iremos trabalhar agora.

Apollo suspirou com cansaço, mas fez como ordenado. Ele vestiu algumas roupas pretas que estavam guardadas no fundo de seu baú, pôs seu anel e capa e se aproximou de Thanatos. O adolescente maior segurou o ombro de seu mestre e os transportou para um beco escuro de Londres.

Thanatos estralou o pescoço como se estivesse se preparando e andou na frente, seu mestre o seguiu. Eles atravessaram alguns dos lugares mais sujos e tristes que Apollo já tinha visto, até chegarem a um beco escuro; uma pequena e frágil figura estava jogada em um dos cantos mais escuros, disposta sobre uma poça de sangue.

Thanatos parou de andar e olhou na direção de seu mestre, Apollo entendeu que ele deveria se aproximar sozinho. Ele caminhou até a criança, notando se tratar de um menino de aproximadamente sete anos. A criança tinha a pele pálida marcada de hematomas, seus cabelos pretos bagunçados sobre sua cabeça, estavam encharcados de seu próprio sangue, e seus olhos...

Naquele momento, Apollo deu um passo para trás e arregalou os olhos, ele sentiu a mão de Thanatos em seu ombro. O lorde ouviu mais do que viu o sorriso na voz da morte, enquanto o mesmo falava:

- Esse garoto é Maxwell Johnson, um órfão. Seus pais morreram em um acidente de carro e ele foi deixado pelas autoridades em um orfanato, pois seus últimos familiares não o quiseram. Ele foi maltratado por seus "cuidadores" e esperou pacientemente pelo dia em que seria salvo de seus abusadores. Quando mais jovem, ele descobriu que podia realizar ações espantosas apenas com sua força de vontade, enquanto nenhum de seus colegas poderia fazer o mesmo. Quando a matrona do orfanato descobriu, ela o expulsou.

Lorde ApolloOnde histórias criam vida. Descubra agora