Capítulo 3

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Rebeca

Acordo com um barulho irritante, abro meus olhos e vejo um teto branco, tento me mexer, mas paro quando sinto dor por todo meu corpo, começo a olhar em volta e percebo que estou em um hospital, vejo um homem olhando pela janela e não sei quem é.

– Q..quem é v...você? - pergunto com a voz falhando.

A pessoa vira em minha direção e não consigo reconhecê-la, mas aos poucos percebo que a pessoa é muito parecida com Dylan, mas faz tantos anos que não o vejo que não sei se é ele. 

 – Você acordou, vou chamar a Carla - vai em direção a porta.

Então Carla entra e vem em minha direção rapidamente - como você tá? tá com dor? - me olha preocupada - tô com dor e muita sede - digo e olho em volta, em busca de água.

– Dylan pega água pra ela - ela pede e ele vai em direção a uma mesa no canto do quarto.

– Dylan é você mesmo? - pergunto surpresa, não acreditando que seja ele,  mesmo que pareça - sim sou eu, aqui a sua água -  fala e me ajuda a beber com um canudinho.

– Você tá diferente - encaro seu rosto - diferente como - pergunta me encarando profundamente - você tá mais alto e... - coro quando percebo o que ia dizer - mais bonito, seria essa a palavra - continua me encarando, mas com um sorriso de lado e desvio meu olhar do seu.

– Você também está diferente, você está mais... - entorta a cabeça como se estivesse pensando - gorda, seria essa a palavra - digo repetindo sua fala e fechando a cara - eu iria dizer mais bonita - diz e desvio novamente meus olhos dos seus.

– Ei, eu ainda to aqui - diz Carla, olhando para nós dois emburrada, por termos esquecido dela.

– Bom, porque eu to no hospital? - Carla olha pra mim e fala - você não se lembra, você me ligou pedindo ajuda por o Gustavo tinha feito alguma coisa com você, e quando eu cheguei no seu apartamento te vi no chão toda machucada - fala e só aí me lembro do que aconteceu no meu apartamento, e então minhas lágrimas começam a escorrer.

– Eu quase nunca te vejo chorar Rebeca, me fala porque ele te bateu - me encara querendo saber e então começo a falar – Eu acordei com ele no meu quarto passando a mão em mim aí eu perguntei o que ele tava fazendo ali de madrugada, aí ele falou que tava sentindo saudades, eu pedi a chave do apartamento de volta e ele não quis me dá, aí eu insisti e falei que se ele entrasse de novo no meu apartamento a noite, o nosso namoro acabaria, aí ele ficou bravo e começou a me agredir, me esfaqueou e disse que se eu contasse pra alguém ele me mataria, Carla, eu nunca senti tanto medo na minha vida, com hoje - conto soluçando, tentando controlar as lágrimas que insistem em escorrer pelo meu rosto.

– Ele vai pagar por tudo que te fez ouviu - diz segurando meu rosto com calma.

– Carla mesmo se ele for preso, não vai durar nem um dia, ele tem dinheiro e é conhecido por muitas pessoas importantes - digo a encarando.

– Eu também tenho dinheiro, e eu te prometo que ele vai pagar - fala e aperta o botão ao lado da cama para chamar o médico.

Após alguns minutos a porta é aberta, e por ela entra o médico com uma prancheta na mão, acompanhado de uma enfermeira - olá, boa tarde, me chamo Doutor Miguel, como está se sentindo? - sorri na minha direção - boa tarde, estou cansada e com dor no corpo principalmente na região das costelas - digo e então ele escreve alguma coisa na prancheta e volta a me olhar - bom você chegou aqui esfaqueada na barriga, com o braço quebrado, uma torção no pulso, quatro costelas quebradas e vários machucados pelo corpo, então já adianto que você sentirá dor por um longo tempo, mas te passarei alguns remédios para aliviar a dor - me diz e a enfermeira coloca alguma coisa no soro.

– Quando eu irei receber alta? - pergunto com esperança de ser logo - vamos fazer alguns exames, e se tiver tudo bem, você receberá alta depois de amanhã, mas precisará ficar de repouso por um longo tempo por causa das costelas - encara o papel em sua mão.

– Tudo bem obrigado - agradeço e ele se vai.

Relaxo minhas costas, na cama e bocejo - vocês se importam, se eu dormir - pergunto já fechando os olhos - não, pode dormir, você precisa descansar - Carla acaricia meu cabelos me fazendo relaxar.


Dylan

Olho Rebeca dormindo e tenho vontade de me aconchegar ao seu lado e dormir também, mas não posso.

– Ca, eu vou pra casa tomar banho, comer alguma coisa e descansar tá bom, aí depois eu volto pra passar a noite aqui - digo a olhando segurar a mão de Rebeca.

Ela se levanta e vem em minha direção - tem certeza Dy, eu posso ir com você, se quiser - me encara preocupada e dou um sorriso.

– Não se preocupe Cá, agora eu tô com a minha idade normal, eu aprendi a controlar quando fico criança ou não - ela me encara e suspira - tudo bem então, mas qualquer coisa manda mensagem ou liga, tá bom - continua me olhando - ok, me empresta a chave do carro - peço e ela me entrega, dou um beijo em sua testa e vou em direção a Rebeca lhe dando um beijo na testa também e saio do quarto.

Chego no estacionamento, entro no carro e sigo para casa, chegando lá vejo que não mudou nada, coloco o carro na garagem, pego minha mala e entro, subo rumo ao meu quarto e vejo que tá do mesmo jeito em que deixei, com todos os meus livros e objetos pessoais. Coloco minha mala no chão e vou para o banheiro tomar um banho, tiro minhas roupas as colocando no cesto, abro o box e entro ligando o chuveiro e deixo a água levar todo o meu cansaço.

Enquanto tomo banho, penso em como irei contar para Rebeca que sempre a amei e principalmente que sou infantilista, será que ela irá me aceitar? será que ela também gosta de mim? e com esses pensamentos termino meu banho.

Saio do box desligando o chuveiro, e pego uma toalha no armário debaixo da pia, me enxugo e a enrolo na cintura indo em direção ao meu closet, pego um pijama confortável, me visto e desço para a cozinha para fazer um lanche rápido e ir dormir, faço um misto e pego um jarro de suco na geladeira me servindo, após terminar guardo o jarro na geladeira.

Subo para meu quarto novamente, vou para meu closet abro a única gaveta trancada que tem lá e pego uma chupeta azul, vou para o banheiro higienizá-la, sigo para minha cama e me aconchego debaixo das cobertas, coloco minha chupeta na boca e durmo, como a muito tempo não fazia.


OBS:

Mesmo com idade normal, ele usa chupeta porque ele se sente bem e gosta, e em Londres ele não usava porque dividia o quarto do dormitório com outro menino, e ele não queria que o outro garoto soubesse


ALGUÉM ESTÁ GOSTANDO?


Carla

Carla

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