CAPÍTULO 15

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ANA

A casa mais parecia uma mansão na floresta.

Era protegida fortemente por um portão preto que cercava toda a propriedade.  Pelo menos logo de cara, parecia haver muito mais lá atrás.

Sara me esperaria lá fora, porque mesmo que desse pra andar até a cidade, ela estava muito curiosa e também um pouco receosa.

Mas tínhamos chegado muito longe pra desistir agora.

Abracei minha irmã antes de respirar fundo e sair para o segurança no portão.

— Bom dia!

— Bom dia! Eu estou aqui para a entrevista com a senhora Lombardi. – Acrescentei um sorriso que torci para não parecer de nervoso.

O segurança me olha por dois segundos que pareceram uma eternidade antes de puxar um rádio.

— Nome?

— Ana.. Ana Machado.

Ele assente e passa as informações no rádio. Logo ouvindo o que eu pensei ser uma confirmação, pois ele se afasta e abre um pouco o portão pra minha passagem.

— Pode seguir em linha reta até a mansão. As outras candidatas já estão lá.

As outras? Quantas mais? E caramba, achava que chegar com dez minutos de antecedência fosse bom mas... que horas essas mulheres chegaram?

Ando pelo caminho de pedras até a mansão e quanto mais caminho, mais nervosa fico. Era estranho estar aqui.

O vento balançava um pouco meu cabelo e me causou um calafrio, me fazendo levar a mão até o relicário e apertar ele firmemente.

Por mim, por nós.

Recito isso na minha mente várias vezes até acreditar que isso seria possível. Não era hora de titubear.

A porta estava entreaberta, então abro um pouco mais e olho a casa toda feita de madeira, a escadaria gigantesca de madeira é a primeira que noto, que parecia aquela de mansões riquíssimas que levam aos andares superiores.

Um lindo e gigante tapete cobria o chão, duas mesas com vasos ladeavam cada lado da escada. No canto do lado esquerdo tinha uma portinha que parecia de elevador.

Do lado esquerdo levava pra uma sala que estava bem iluminada, já o lado direito estava com as portas fechadas.

— Senhorita Machado? – Uma voz feminina me chama do lado esquerdo e vou até ali.

Uma senhora de cabelos grisalhos em um coque me encarava com um sorriso acolhedor. Ela era metade do meu tamanho, vestida com esmero, desde um vestido verde escuro até pérolas combinando no pescoço e nas orelhas. Ela exalava elegância.

Ela também parecia ser bem gentil.

— Sim, sim. Ana Machado, prazer. – Estendo a mão para ela.

— Me chamo Marina Soares Lombardi, e você pode se juntar as outras aqui na entrada. Nosso mordomo, Augustus vai recolher seu casaco e sua bolsa. Temos uma mesa com alguns itens de café da manhã e café se precisar. Já estávamos prestes a começar.

Ela me leva até a sala e vejo as outras candidatas ali e me senti como se estivesse em outro mundo. Todas muito arrumadas, muito bem vestidas, corpos incríveis e acho que elas nem tinham um fio fora do cabelo escapando.

Era uma entrevista pra babá ou uma entrevista pra uma vaga dentro do mundo corporativo? Essas mulheres sabiam que ficaríamos com uma criança e não dava pra brincar com uma criança com saltos de dez centímetros?

ENFIM, LIBERTAWhere stories live. Discover now