Capítulo 34

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A partir do dia em que Ayla e Erik resolveram assumir seus sentimentos, tudo parecia em harmonia. Logo, começaram a confiar um no outro e permanecer o máximo possível em companhia um do outro. Enquanto ela treinava sua voz, ele tocava o violino. Se ela não poderia estar com ele, devido ao trabalho, procurava a sala de música, para se distrair e tocar as composições que conhecia. Não que algo tivesse mudado de fato entre eles, mas ao menos, Ayla conseguia estar mais perto de Erik e conhecê-lo. O que era mais do que ela poderia ter sonhado. Não agiam como um casal de fato. O único beijo que trocaram fora na sala de música, dias atrás. Mas, ele nunca mais a tocou, o que deixou ela muito frustrada. Ele se comportava como um verdadeiro cavalheiro. E como se fossem amigos.

Ela suspirou, cansada. Como poderia mudar aquilo? Ser mais próxima dele?

- Com licença, milady – disse o mordomo, entrando na sala de estar, fazendo uma reverência – A senhora tem uma visita.

Ayla arqueou as sobrancelhas. Quem poderia querer visitá-la em Londres? Ninguém sabia do seu paradeiro. Ela se levantou do divã, com um olhar inquisitivo.

- E quem seria, sr. Jones? – perguntou ela.

- É o sr. Bianchi. Ele disse que é urgente – respondeu ele, com um olhar que não demonstrava nada, além de seriedade.

- Peça para entrar e sirva chá, por favor – ela pediu, se sentando novamente no sofá.

O que ele poderia querer ali? Erik não estava aquela tarde e fazia dias que não via o detetive. Eles mal trocaram algumas palavras quando chegou a Londres com eles. E depois, ele fora embora, dizendo que tinha alguns assuntos em Paris, afinal, sua residência era lá. Ela aguardou, ansiosa, tentando prever o que Bianchi poderia lhe dizer que era tão urgente. Ele entrou na sala, retirando o chapéu coco e fazendo uma reverência a ela.

- Boa tarde, condessa – ele disse, com um sorriso ameno.

Algo estava errado. O olhar dele era tenso. Seus olhos azuis demonstravam a tensão que deveria estar sentindo por dentro.

- Boa tarde, Sr. Bianchi. Que surpresa em o rever – ela cumprimentou, com educação, tentando controlar a ansiedade e permaneceu sentada – Por favor, sente-se - gesticulou com a mão.

Ele se sentou a frente dela, em um sofá de cor creme. Parecia receoso de dizer algo e permaneceu em silêncio por alguns segundos. Ele clareou a garganta.

- Condessa, eu estou contente em revê-la e perceber que está muito bem – ele disse, mas seu olhar parecia estar além de lá. Ayla manteve a postura calma, esperando que Bianchi dissesse o motivo de estar ali. Por dentro sentia os nervos a flor da pele. Por ele ser detetive, deveria ter descoberto algo desagradável – E ao mesmo tempo, eu não gostaria de estar aqui, sendo sincero.

Ela respirou fundo. Ele a fitou com pesar.

- Bom, eu irei direto ao assunto, condessa. Procurei pelo Sr. Destler, antes de vir até vossa graça, mas não o encontrei em casa. E acho que é seu direito saber o que está acontecendo em Paris – Ele respirou fundo, demonstrando todo seu desconforto – O que quero dizer é que seu marido está a sua procura - Ayla levou a mão ao pescoço, sentindo a pulsação acelerada. Era óbvio que Philip não a deixaria em paz, mas saber que ele estava a procurando, era algo que a deixava nervosa - Ele cumpriu alguma das ameaças que vinha fazendo para retê-la com ele. Ainda não sabemos se é obra do conde ou não, mas houve um incêndio na Ópera de Paris...

Ayla não conseguira ouvir o restante da notícia. Sentiu-se entorpecida e sem reação. Parecia rever em sua mente as ameaças que Philip fazia, dizendo que se ela não se comportasse e tentasse fugir, ele iria atear fogo ao teatro, matando assim seus preciosos amigos. Sentiu a garganta seca e o coração disparado. Não conseguia pensar direito. Sabia que não deveria ter deixado seu marido. Isso tudo era culpa dela!

Um assassino em Paris - O Fantasma da ÓperaWhere stories live. Discover now