Capítulo 37

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Erik conduziu Ayla aos jardins. Eles andavam de braços dados e ele sentia ansioso. O que poderia dizer a ela aquela noite? Não havia um motivo especial para aquela ocasião. Apenas um desejo incontrolável de estar na presença dela. Eles se sentaram no banco de ferro, em frente as roseiras. O silêncio permaneceu entre eles. O que ele deveria dizer? Que ela estava linda sobre a luz que incidia devido ao luar? Comparar a beleza dele com as rosas vermelhas que mandara plantar? Ou que ela era tão bela quanto uma musa? Por Deus, estava sem ideias. E não era tão romântico assim. Era um homem comum, cheio de defeitos e muito retraído. Como iria conquistar o coração dela, enquanto permanecesse fechado?

- Erik? – ela disse, segurando a mão dele, repousada sobre o banco – Está tudo bem?

- Eu...- ele tentou encontrar as palavras certas. Mas, não havia o que dizer. Fitou o rosto dela, mergulhando em sombras – Ayla, eu não sei como me portar diante de você, para ser sincero. Queria um tempo com você, para que possamos no conhecer melhor e eu...

Ayla levou o dedo aos lábios dele, o calando. Ele sentiu a pressão do indicador dela sobre seus lábios e sentiu vontade de beijar sua mão. Depois, seus lábios. Estava indo além do que o decoro permitia, pois ela ainda era legalmente casada. Tinha que refrear seus desejos quanto a ela.

- Não tem que dizer nada – ela disse, tocando o rosto descoberto dele – Eu estou muito feliz que podemos passar um tempo a sós. Estava acreditando que nunca iria me pedir isso.

Ele puxou a mão livre dela, entrelaçando os dedos enluvados dela.

- Eu não deveria, Ayla – ele disse, com pesar – Eu não deveria estar sozinho com você. Nem ao menos mantê-la em minha residência. Estamos fazendo tudo errado.

Ela riu. Teve a capacidade de rir da preocupação dele. E isso o deixou irritado. Ele se afastou do toque dela, se ajeitando no banco.

- Ó, não Erik. Não faça isso – ela pediu, tentando puxar a mão dele. E envolveu os dedos dele com o dela. Ele não conseguia negar que queria sentir o toque dela sobre sua pele. Mesmo que fosse amaldiçoado. Temia maculá-la com sua deformidade.

- Não fazer o que, Ayla? – ele indagou, irritado – Me portar como um cavalheiro e não a despeitar? Sabe que enquanto for casada, devemos ter limites. E assim que conseguir a anulação desse casamento, nós estaremos devidamente casados e...

- Ah, por Deus, Erik. Pare de ser tão antiquado – ela pediu, com zombaria.

Ele se virou para ela, com um olhar de repreensão.

- Não sou antiquado, Ayla. Só quero fazer tudo certo – justificou.

Ela esboçou um sorriso. Ele quis beijá-la por isso. Por sua insolência.

- Já nos beijamos tantas vezes, Erik. E você não estava se preocupando com minha reputação ou com o que era certo – ela colocou a mão dela por entre os cabelos dele, o deixando sem reação. Sentiu os dedos delicados dela massagearem seus cabelos. Sentiu o toque dela sobre sua pele e isso o estava tirando sua razão – Por que agora quer me negar isso? Não precisamos fazer mais nada de indecoroso. Só queria um beijo seu.

Ela aproximou os lábios dos dele, selando-os. Ele retesou, tentando se afastar. Tentando fazer o que era certo. Mas, apenas gemeu, frustrado e puxou a nuca dela, fazendo com que o beijo casto dela fosse mais profundo e intenso. Sentiu ela suspirar, enquanto vasculhou a boca dela com sua língua e sentiu o gosto de vinho em sua boca. Era delicioso. E seu toque aveludado sobre a língua dele era sua perdição. Ele a trouxe para seu colo, tocando sua cintura e continuou com a mão sobre sua nuca, desfazendo o penteado dela. Tirou suas forquilhas, enquanto ainda a beijava com avidez. Ela sorriu sobre os lábios dele.

Um assassino em Paris - O Fantasma da ÓperaWhere stories live. Discover now