Capítulo 6

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Pela segunda noite, não desci para jantar. Abro os olhos às sete e catorze da manhã, levanto-me e vou até a janela. Lembrei do grupo do lado de fora ontem a noite. Apenas vestígios da festa no quintal. Um silêncio absoluto. O sol vem beijar os topos das montanhas. Corro para escovar os dentes, vou aproveitar o sol da manhã do lado de fora. Tiro a camiseta do 1D e ponho um top de alças finas.

Ao cruzar o corredor ouço um barulho. Gemidos femininos ecoam vindo de um dos quartos. Um onda de vergonha e curiosidade me invadem. Caminho mais dois passos, decidida, me concentro em atravessar o corredor rapidamente.

Três portas depois, desvio o olha para a fresta da porta de onde vem o erótico e intenso gemido. O ruivo alto e corpulento está completamente nu e tem os quadris colados ao traseiro da garota debruçada sobre a penteadeira. Ela está agarrada a cada um dos lados do móvel e tem nós dos dedos brancos, seu cabelo escuro e longo cobre a coluna magra. O ruivo arremete contra ela, ritmado. A penteadeira bate na parede e volta a desencostar. Ela grita pedindo que não pare. A figura erótica e nua do ruivo de costas musculosas e nádegas sensuais roubam minha atenção, quando ele faz um movimento e eu vejo os músculo de seu traseiro retraírem-se sensualmente sobre a mulher nas pontas do pés.

Todas estas informações são registradas por meu confuso subconsciente em fração de segundos. Uma sensação estranha sai do meio de minhas pernas, passando pelo estomago, se instalando em minha garganta. A cena depravada e íntima congelou meus pés no lugar. Embora eu tenha conseguido desviar os olhos para o chão, estou imóvel.

Consciente de que tenho de mexer os pés, engulo a gota de saliva que tenho na língua. Um tremor na barriga me fez lembrar Matt. O ruivo percebeu minha presença. Ele me encara com olhos divertidos. Descongelei sob seu olhar lascivo e perigoso. Minhas pernas estão moles demais para correr. Ouço o som de porta abrindo. Isso não poderia ficar pior. Olho para atrás, Leon está encostado no batente, e tem peso do corpo num dos pés, os braços cruzados, me observando. Sem camisa, e vestindo um short preto de cintura muito baixo, esta terrivelmente bonito, os músculos salientes mostram como é forte.

Olhos azuis piscina me encaram com sagaz curiosidade. A loira em seu short curto me olha de cima abaixo, antes de beijar o pescoço dele sensualmente, causando formigamento no interior das minhas coxas...

— Você é vouyer ou só curiosa mesmo? — Leon Castilho está provocativamente me encarando. Sinto a pele do meu rosto formigar como se estivesse sendo queimada. Ciente de que estou no nível cinco de vermelho desespero, corro em direção as escadas, deixando Leon, sua loira vulgar, e o ruivo pervertido com sua morena escandalosa no andar de cima.

Do lado de fora, caio sobre a grama fresca e levemente húmida, com pele do rosto aquecida. Meu corpo tenta falar comigo. Sensações lascivas dobraram de tamanho dentro de mim. Era esse o medo que eu tinha depois de sair da escola. Lidar com gente que estava anos-luz a minha frente quando o assunto era o sexo e seu poder. No ano passado flertei com Matt Lewis durante uma festa, na expectativa de ter uma vida sexual antes de deixar a escola. Matt estava lindo com seu jeans surrado e uma camiseta preta bastante larga. As sardas no rosto, um charme que não passa despercebido. O corpo bastante atlético para alguém de dezessete anos. Olhos verdes claros e um sorriso com língua entre dentes capaz de deixar qualquer garota apaixonada. Eu havia bebido. Sinto as bochechas corarem ao lembrar do quanto fui ousada ao me jogar em seu colo e o beijar desesperadamente. O álcool e eu somos uma combinação de libido e explosão. Eu descobri naquela noite.

O gemidos da morena de implorando ao ruivo que não parasse ecoam por minha cabeça. Meu subconsciente me lembra de que eu não senti nada além de uma vontade de sair correndo na noite com Matt. Ele estava nervoso e eu também, e mesmo assim na mesma noite eu passei de boca nunca beijada para garota sem virginidade e completamente crente que a vida sexual poderia se resumir a constrangimento e incomodo. Me refugio nas minhas lembranças, buscando conexão com o que presenciei hoje e o que li nos poemas do velho escritor safado*. Mais do que prazer e delírio eu expectava luxuria e desejo. O que tive foi o garoto mais bonito da escola, vestido com camiseta, meias em uma tentativa desesperada de me invadir, unindo seu exterior com o interior do meu corpo. Voltei pra casa com o plano devidamente executado e sem nenhuma experiência ou noção sobre como e o que fazer. Eu ainda era a Elysia estranha que não sabia nada sobre libido e sexo.

Com batimento acelerados e algo queimando dentro de mim, adormeço refletindo sobre os eventos que sucederam depois de beijar em Matt. Meu corpo estremece a cada lembrança da cena erótica que presenciei mais cedo. Os olhos azuis de Leon Castillo vagueiam entre um pensamento e outro.

— Caramba! Melhor sair do sol Lys, vai pegar uma insolação — foi o que disse Raul, se aproximando.

Ele esticou o braço para que eu pudesse me levantar. Devo ter dormindo umas três horas.

Raul, me encara com seus olhos verdes de ressaca.

— Vamos a praia, vem conosco.

Vejo Leon se aproximar vestindo o short preto que destaca sua leves marcas masculinas do quadril e uma camiseta no ombro. O andar despreocupado, com as pernas compridas e seu corpo esguio, exibindo a barriga com músculos salientes.

— Leon e eu vamos pegar umas ondas e depois almoçar, vem com a gente — meu irmão insiste, quando eu demoro a dizer alguma coisa.

— Lys, um banho frio de mar vai esfriar esse corpo e refrescar a pele — Leon diz encarando-me com seus olhos azuis. As palavras escolhidas de forma a dar duplo sentido, me fazem corar pela décima vez nesta manhã.

— Leon tem razão, vamos! Você vai adorar a praia. Algumas amigas vão também!

Eu já tinha visto os tipos de amigas deles hoje mais cedo. Parecendo ler meus pensamentos, Leon intervém.

— Não são as mesmas que viu hoje, eu prometo.

Raul encara Leon com olhos de curiosidade.

— Sim. E vou com vocês. — Mesmo estando indecisa e com pensamentos confusos eu decido que vou com eles.

— Depravados. — apontando o dedo em minha direção, ele avisa — Fica longe dele e do Pedro.

Meu meio-irmão se vira para o amigo em tom de ameaça.

— Você e Pedro tem que comprar focinheiras.

Leon, apenas ergue as duas mãos em sinal de rendição. Se vira e sai em direção a casa. Raul avisa, voltando a me encarar

— Saímos em 20 minutos.

Meu subconsciente ousou, por três segundos, pensar no motivo de comprarem focinheiras. Minha mente foi invadida pela cena da mulher da penteadeira implorando para que as estocadas continuassem, esclarecendo a questão.

Vestindo com meu velho biquini amarelo e expectativas, entrei no carro do meu meio-irmão confiante nas promessas de fazer novas amigas e ter uma tarde legal.

* Como poeta Charles Bukowski é conhecido.

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