Capítulo 11

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Bebo a garrafa da água que Daniel põe sobre a mesa em fração de segundos. Meu nível alcoólico vai baixando a medida que as horas correm. Duas da madrugada. É hora de ir embora. Não quero chegar tarde demais na primeira noite que saio sozinha.

Despeço-me de Laura e dos demais. Neuza e Carlo continuam tão distraídos. Tenho a sensação de que o tempo não passou para eles, quando me olham com cara de espanto quando me despeço.

Agradeço Laura pelo convite e avanço para despedir-me de Sara e do soldado que me arrastou para o inferno colocando uma cereja na minha boca.

Do lado de fora, paro e observo. Faço força para lembrar onde está meu carro. Está muito mais cheio e movimentado do que quando cheguei. Isso me deixa confusa. Me afasto do conglomerado de pessoas a porta do bar. O vento fresco da madrugada toca meu rosto. Sem pressa caminho pela calçada da rua estreita. Eu poderia jurar que as flores das árvores são todas iguais mas em diferentes cores. Troco de calçada. O barulho da agitação reduz, o silêncio vai chegando de masinho. Ouço passos rápidos se aproximando. Antes que eu possa me virar por completo, sou alcançada por Daniel. Ele toca meu ombro. A onda de calor do choque me domina. Eu amoleço sob o efeito dele. O encaro. Como é lindo. Olhos sombrios me olham, indo dos meus olhos a minha boca. A magia e malícia da sedução das mãos dele em envolvem em seu abraço. Sua língua violenta me inflama. Meu rosto está preso na dança erótica do beijo e de suas duas mão grandes. Antes que eu me situe, ele interrompe dizendo – eu disse que não acabava no beijo que você me roubou, Elysia.

Sinto meu rosto queimar. – Desculpe. – meu subconsciente dá um salto zombando, me deixando ciente de que sem álcool jamais faria algo assim. Eu encaro o chão. Ele toca meu queixo, puxando meu rosto para que eu o encare.

- Você não parece o tipo de garota que rouba beijos – murmurou tocando meu lábio inferior. Foi um toque sutil e intenso, quase áspero eu diria. Eu o encaro - meu primeiro roubo - menti. Lembrei-me de Matt e o escândalo na frente da turma toda.

- Você é linda Elysia.

Ele volta a me beijar, puxando meu corpo para si. As mãos seguram meu rosto enquanto desfrutamos da lingua um do outro. Meu corpo se encaixou perfeitamente no enorme e rídigo corpo de Stone. Ele me beija com intensidade, sinto meus lásbios aumentarem de tamanho com a atenção que estão recebendo. Seu polegar invade o beijo, pondo-se entre a boca dele e meu lábio. Isso é tão erótico. Que beijo, que homem.

Afastando os lábios dos meus, ele ajeita uma mecha do meu cabelo para trás da orelha. Desconcertada, tento me equilibrar sob meus pés.

- Também foi a primeira vez que me roubaram um beijo – ele murmura zombando.

Eu o encaro sem entender. Ergo uma sobrancelha. Ele lê meu pensamento e responde - a primeira que lê minhas intenções e ataca primeiro.

Ele passa as costas da mão no meu rosto.

- Agi por impulso - digo ruborizando tendo que encarar olhos tão intensos. Eu gosto dos seu beijos e tenho medo dos seus olhos.

- Deveria fazer isso mais vezes – ele sussurra encostando seu corpo no meu. – Comigo, é claro. - Beija meu rosto, em seguida beija minha orelha inalando profundamente meu cabelo. Meu corpo implora para ele me tocar em qualquer lugar.

Pressionando seu corpo no meu, posso sentir que me deseja e então sua língua fria me açoita num beijo quente, e húmido na medida certa. As mãos movimentam-se da nuca para a cintura. Mordendo e chupando meus lábios. O polegar insinuando entrar na minha boca. Meus seis estão sendo pressionados e sinto formigamento. Preciso que ele continue me tocando e pressionando seu desejo em mim. Daniel Stone brinca com suas mãos firmes passando pelas minhas costas. Nossas cabeças giram em sincronia para dar prazer e conforto as nossas línguas. Ele me solta subitamente.

- Posso te levar para casa? – posso sentir a respiração irregular dele. Elysia, você não é a única em chamas aqui. Esperando minha resposta, ele me encara. Eu estaria na cama dele amanhã de manhã. Não seria má ideia.

- Não posso deixar o carro na primeira noite em que saio com ele. Não é correto não voltar para casa na primeira noite em que saio com amigos.

Daniel, passa as mãos pelo cabelo raspado. A boca numa linha firme. Olhos escuros iluminados por chamas de desejo.

- Vou procurar meu carro – digo, tentando recuperar a força nas pernas. Pondo o juizo no lugar.

Caminho por 4 minutos com Daniel Stone ao meu lado. Ele não diz uma palavra. Está distante. Passamos de beijos quentes para companheiros de passadas rápidas e frias de um minuto para outro.

Vejo meu Suzuki estacionado. Uma figura masculina sentada no capô do meu carro com os braços cruzados me deixa alerta. Me aproximo e reconheço Leon.

Ao me ver ele fica nitidamente aliviado. Daniel passa por mim e encara Leon. Antes que ele diga qualquer coisa, eu pergunto - Leon, está tudo bem? O que faz aqui no meu carro?

- Fiquei preocupado quando vi seu carro aqui. Vi Laura saindo sozinha, te mandei mensagens.

Daniel observa com atenção. Os olhos fixos em Leon.

- Está tudo bem. Vou para casa agora. – eu disse, enfiando a mão nos bolsos da jaqueta. – Ah, este é o Daniel – apontei para o soldado ao meu lado, dois passos a frente - amigo da Laura – murmurei sem jeito.

Daniel ergue uma sobrancelha me encarando. Não diz nada. Encarando Leon com desdém, ele estende a mão. Leon aperta a contragosto. Os dois fazem breve acenos de cabeça.

- fez amigos? – pergunta Leon, curioso, com os olhos em Daniel.

Daniel me encara dando as costas para Leon - entra no carro, vou te seguir até em casa. Fico feliz por sua intervenção para que eu não tenha que responder.

Encaro os olhos frios de Leon. O azul piscina gelado está em chamas. Aceno para ele. E entro no carro.

- Meu carro está logo atras daqueles dois - fechando minha porta - Daniel aponta o BWM azul escuro metálico, moderno e lindo. Balanço a cabeça afirmativamente.

Giro a ignição do Suzuki quando Leon diz - avisa quando chegar!

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