Capítulo 25

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Depois de tomar um banho, visto-me com jeans confortável e uma camiseta básica branca, calçando meu Chuck Taylor vermelho pego minha mochila e desço para encontrar Leon. O dia hoje está nublado e um pouco abafado, e o shopping esta bastante cheio para um dia de semana.

É meio dia e praça de alimentação está cheia e Leon corre quando vê uma mesa sendo desocupada por um casal — já pensou no que vai comer? — ele pergunta quando nos sentamos, observando ao redor às possibilidades — pensei pizza o que acha?

A sugestão remeteu ao jantar da noite passada, e sinto um calor nas bochechas quando lembro do que veio depois.

— Pode ser, estou com vontade de pizza — eu minto.

— Okay, vou buscar pizzas e refrigerantes — ele sorri e eu vejo a ansiedade crescente no sorriso dele.

Perfeito, vestindo blusa de moletom branca com capuz e calça preta que marca seu corpo viril, vai em direção a pizzaria express, chamando a atenção de duas garotas sentadas numa mesa no caminho que faz. Observo, e as garotas ao perceberem que estou olhando, desviam os olhares.

Ele põe uma pizza e dois copos de refrigerantes na mesa, e sentando-se puxa as mangas da blusa até os cotovelos

— Espero que goste de extra queijo e salame italiano.

— Salame é minha preferida, obrigada. — Eu abro um sorriso, porque realmente adoro pizza de salame e queijo.

— É a melhor comida aqui do shopping.

— Eu sou americana Leon, mesmo que não fosse eu iria adorar. — eu dou um bom gole no refrigerante refrescante que foi colocado á minha frente.

— Então Elysia, como está indo sua segunda semana em Portugal?

— Me chama de Lys — eu peço a ele e continuo — está indo bem, estou adorando o ritmo da cidade apesar de ter visto pouco, mas acho que a coisa vai ganhar movimento quando eu estiver estudando e tendo rotina, — Dou a primeira mordida na pizza que está deliciosa e com queijo na medida certa. — por enquanto é como se eu estivesse de férias.

— Acho que você tem razão — Leon, me olha nos olhos — Só mesmo com uma rotina é que podemos nos sentir em casa. Embora eu quanto estou aqui é que me sinto em casa e em Londres na rotina fico deslocado, desejoso de voltar para casa.

Eu reflito sobre o que ele acaba de me dizer e pergunto, curiosa — Como é essa coisa de você se sentir em casa, longe da sua família e em outro país?

— Não consigo explicar, mas posso dizer que Vivian e o dr. César é como se fossem meus pais.

— Seus pais devem ter ciúme, — eu dou outra mordida na pizza — porque a minha mãe pode até não dizer, mas acho que ela pode ter ciúme de Vivian quando eu disse que ela é maravilhosa.

— Nunca disseram nada, se têm, escondem muito bem.— Ele arqueia uma sobrancelha figurando a dúvida.

Eu reflito sobre a vida de Leon enquanto ele termina de mastigar outro pedaço e percebo que temos mais em comum do que poderíamos calcular, porque eu também estou em outro país com uma família que tecnicamente não é minha e mesmo que eu queira pensar diferente, sempre serei a garota que apareceu quando César Costa e sua linda família não esperavam. E ao contrário de Leon que está confortável aqui, eu estou sobrevivendo e apesar de ter encontrado Daniel que em uma semana me deixou marcas profundas, literalmente, eu estou vivendo uma vida que caí de paraquedas, embora tenha sido planejada ao contrário de mim, e é a minha chance de estar com meu pai e de estudar e conhecer a Europa.

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