Capítulo 16

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- Senta ai e me espera, vou buscar uma água – Daniel diz, saindo antes que eu possa dizer algo.

Encosto no sofá confortável da sala do luxuoso iate. Meus olhos estão cansados e pesados. Fraca e relaxada, eu me deito entregando-me ao cansaço.

Ouço vozes. Fico em alerta. Abro os olhos e vejo Daniel segurar um prato com sanduiches e uma garrafa de agua na outra mão. Leon tem os braços cruzados, parados em frente a ele.

- Porque ela está dormindo? Está passando mal? – ele pergunta desconfiado olhando em minha direção

- Ela está descansando. Quando acordar come o sanduiche que eu trouxe.- Daniel parece irritado por ter que dar explicações a Leon.

Sonolenta eu abro os olhos - Estou bem Leon, só estou descansando. Dormi pouco esta noite. - olhando para Daniel digo – Obrigada pela comida e água, eu estou mesmo muito cansada.

Ajeitando-me no imenso sofá, volto a fechar os olhos.

- Você está mesmo bem? Precisa de algo? – insiste Leon.

- Estou ótima. Obrigada pela preocupação. – Respondo com olhos ainda fechados.

Daniel faz sinal para Leon que saia.- Ela está bem. Deixe que durma. Ficarei aqui.

- Obrigada rapazes, vou ficar bem – eu digo, ignorando os dois.

Essa disputa me irrita. Leon é da família e quer me proteger e Daniel me enlouquece, depois escapa, depois me beija com ternura e disputa minha atenção, me confundindo.

Eu poderia cortar a tensão entre eles com uma faca. Com meu olhar encoberto vejo os encarando-se como dois rinocerontes. Não dizem nada. A sombra de Leon se afasta, deixando a sala. Ouço Daniel por o prato e a garrafa na mesa com aspereza e cruzar o espaço, na direção do bar. Pelo tilintar de copos, aposto que ele está pegando uma bebida.

A boca dele. Meu liquido em sua mão. Um formigamento me paralisa as pernas. Um braço tatuado e com veias grossas segura minha garganta. Estou transpirando e gemendo. Abro os olhos. Eu devo ter amanhecido no sofá do iate? Minha nossa, quanto tempo dormi? Sento-me, esfrego os olhos.

Na outra ponta do grande sofá, Daniel segura um copo de bebida, deve ser whisky. Seu olhos me observam despertar.

- Há quanto tempo esta ai?- pergunto ficando em pé, consciente da cara amassada.

- Tempo suficiente para te ver dormir como uma pedra – ele diz com um sorriso nos lábios. – Sente-se e coma o sanduiche que está ai há pelo menos 3 horas te esperando acordar.

- Estou morrendo de fome- digo, pegando um sanduiche

- Descansou um pouco?- ele pergunta

- Sim. Mas sei que ainda preciso de uma boa noite de sono. Estou dolorida.

Ele me olha e franze o cenho. Os olhos são curiosos.

- Meus músculos estão levemente doloridos – apresso em explicar a frase de duplo sentido que acabei de dizer

- Certo. Beba água, deve estar desidratada.- Ele diz olhando para a garrafa na mesa do centro - depois das atividades físicas é lei beber água, comer e descansar. Nesta ordem - ele esboça um meio sorriso, acrescentando uma piscadela.

Seu charme me desconcerta. Caramba esse deus me fez gozar igual uma louca. Fico vermelha rubi ao sentir latejar o interior entre minhas coxas.

- Perdi o por do sol?- pergunto fazendo beicinho - Queria tanto ver.

- Não Lys, você não perdeu. – Gostei de como me chamou de Lys.

- Mas não tem muito tempo – levanta-se e vem em minha direção. Estende a mão, eu pego sem pensar.

Do lado de fora, estamos ancorados numa praia paradisíaca. O céu tem tons misturados, contrastando com o azul do mar. Vejo que o álcool está misturado aos corpos bronzeados que fazem festa e curtem no espaço reservado para dançar e saltar na água.

Daniel segura minha mão atravessando o deck ancorado, com música e um ambiente descontraído. Em qualquer outra circunstância da vida eu os odiaria por serem ricos e despreocupados. Subimos a escada até o local onde estão as espreguiçadeiras. A maioria do nosso grupo parece não notar que tenho a mão presa ao homem tatuado e alto que passa por entre a festa. Não vejo Leon ou Raul, devem estar no lado oposto ou na água. Vejo Otto e Pedro discutindo sobre quem terá feito o melhor salto.

Daniel senta em uma espreguiçadeira e me puxa para seu colo. Eu encosto meu corpo em seu peito firme. Ele passa um dos braços possessivamente sobre o meu pescoço. Eu engulo seco. Nunca estive com uma home assim, em publico.

Meu subconsciente deu uma risadinha cínica pondo a mão na boca. Observo o sol ao longe... calado, pronto a sair de cena e deixar rasgar o luar. A noite pronta para engolir tons de vermelho e laranja vibrantes. Fecho os olhos. Sinto o vento e respiração do homem apoiando meu corpo com os olhos fixos no horizonte. O silêncio entre nós é confortável. Não quero pensar em mais nada, só curtir o momento.

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