Capítulo 11

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Ekaterina

Satoru Gojo é um sujeito estranho, mas que trabalha com eficiência e rapidez. Logo já estou de banho tomado, tenho meu próprio quarto e uniforme: uma versão simples e sem nenhuma personalização da roupa escura. Em meus pulsos, tornozelos e pescoço, talismãs de contenção brilham em amarelo e vermelho vivo: ele disse que a presença deles seria necessária para calar as vozes em minha cabeça e manter minha sanidade. De fato, durante as horas em que estive trancada na pequena salinha encantada, tive o privilégio de degustar da paz que há muito senti falta: a paz de ser única em sua própria mente.

Encantamentos de contenção são uma necessidade.

–Então... agora posso ver minha irmã? – Massageio os pulsos. Considerando todas as maluquices pelas quais passamos, acredito que os talismãs sejam a última coisa com as quais ela vá se preocupar. – Ela está aqui, não é?

–A gremllin está dormindo. Descansando na enfermaria. – Gremlin. Ninguém nunca se referiu à Arisu dessa forma. Gojo ajeita a faixa preta em seus olhos – Se quiser, podemos dar uma passadinha lá.

–Por favor.

À medida que andamos, tomo o cuidado de observar todo o ambiente. Apesar da clara diferença cultural na arquitetura, posso ver nitidamente minha antiga escola se formar diante de meus olhos: a pequena comunidade de feiticeiros, grandes pátios de treinamento, pequenas casas e dormitórios... O ar de familiaridade me traz grande nostalgia – a falta daquilo que nunca pensei ter grande peso em minha vida.

A dor das últimas memórias que tenho de casa se mistura à alegria de lembranças boas, como o dia em que conheci Aleksandra e os momentos divertidos que compartilhamos juntas durante os treinamentos. É sutil a dor da agulhada em meu coração, uma pequena beliscada incômoda.

Estou de volta, em casa. Só não sei se gosto disso.

Paramos em frente à porta da enfermaria. Gojo entra sem bater, mas cheio de cuidado ao girar a maçaneta lentamente, ao ponto de andar na ponta dos pés. Uma mulher de cabelo castanho e jaleco branco está de costas, anotando algo em uma prancheta, sentada ao lado de uma maca ocupada. Sr. Yamada, Arisu e Sakura dormem profundamente apesar da luz branca e forte da enfermaria. "A pequena gremlin está dormindo" de fato. Talvez devesse conversar com ela mais tarde.

–Ei, Shoko! – Satoru sussurra e move os braços freneticamente, buscando a atenção da médica alheia à nossa presença. Ela se vira lentamente, os olhos castanhos cansados erguidos em nossa direção. – Como estão? – Ele aponta para os três pacientes desacordados.

A doutora, Shoko, suspira.

–Bem. – Sua voz é suave, não sei se pelo cansaço ou devido à sua própria personalidade, e arrastada. Então, trajando um sorriso gentil, ela despeja sua atenção em mim. – Como está, Ekaterina?

𝙍𝙀𝙌𝙐𝙄𝙀𝙈, 𝔒𝔨𝔨𝔬𝔱𝔰𝔲 𝔜𝔲𝔲𝔱𝔞Onde histórias criam vida. Descubra agora