Capítulo 17

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Terminamos o treinamento antes do almoço, bem antes, com Yuuta me trazendo a marmita feita na noite passada às pressas pois "eu estava branca feito uma folha e tinha um aspecto doente no rosto". De fato, parecia haver uma cratera em meu estômago, que passou a se fechar à medida que comia a deliciosa comida caseira – ainda tive de almoçar com eles depois disso. Na mesa, todos nós passamos um olho no bolo de papéis dados à Yuuta – informações valiosas a respeito dos Harbingers, mas vagas demais para terem algum uso realmente efetivo no meu treino.

Maki pareceu bem interessada, até pediu uma cópia de tudo para os próprios estudos, e lamentou profundamente o fato de serem pouquíssimas as informações sobre as técnicas da Rússia e outros países mais fechados quanto aos segredos de sua feitiçaria. Respondi a ela todas as perguntas que pude durante o almoço, sobre o olhar apreensivo de Yuuta a cada mínima menção de meu passado, mas ele não impediu o fluxo da conversa e fingiu estar calmo, sempre tendo algo em sua boca para mastigar, mantendo um olhar quase fixo em suas tigelas pequenas.

Não me machuquei naquele debate, o que é surpreendente. Para ser sincera, colocar para fora todas as informações que tinha sobre minha família e seus métodos me trouxe um estranho alívio – me senti viva e vista, apesar de todas as calamidades que rodeiam meu sobrenome, a memória de minha família por vezes afasta a sensação de invisibilidade, de ser um fantasma desconhecido no meio da multidão. Nenhum deles me tratou estranho, não vi medo ou nojo, mas admiração e interesse.

Foi... estranho.

Agora Yuuta e eu atravessamos alguns corredores, ziguezagueando pelas salas fechadas até onde Satoru nos pediu para encontrá-lo. A tal "sala dos professores" está situada na construção principal, onde Yaga passa a grande parte de seu tempo no próprio salão construindo seus bonecos amaldiçoados (palavras de Yuuta). Quando chegamos, a salinha mais se parece uma sala de aula normal, e Gojo está sentado em uma das carteiras analisando uns documentos cheios de fotos.

–Chegaram cedo! – Ele sorri largo, sem dizermos nada para revelarmos nossa presença. – Os treinos ocorreram bem?

–Sim... – Yuuta responde por nós dois diante de meu silêncio. O fato de estarmos só nos três nessa reunião misteriosa me preocupa, com certeza vai ter algo a ver com meu treinamento também, mas, diferente de um combate inofensivo, parece estar estrito aos feiticeiros de classe especial me acompanhando: Satoru e Yuuta.

Não gosto disso. Se for o tal do treinamento psíquico, eu vou gritar.

–Então, por que nos chamou aqui?

–Vamos fazer o treino psíquico agora. – Sinto minha pressão baixar e cobrir meu corpo de gelo até o cérebro. Parando para pensar, esse é o edifício mais distante dos outros, consideravelmente longe dos dormitórios e de qualquer aluno desavisado, então vai ser aqui.

–Mas não temos nenhum registro de como ele é feito. – Yuuta vai até Satoru, me deixando para trás, ele se apoia na carteira e franze o cenho ao encarar os documentos à sua frente. – Não acha muito perigoso?

𝙍𝙀𝙌𝙐𝙄𝙀𝙈, 𝔒𝔨𝔨𝔬𝔱𝔰𝔲 𝔜𝔲𝔲𝔱𝔞Onde histórias criam vida. Descubra agora