Capítulo 17.5

226 32 16
                                    


❦

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.


Japão, 2001

Residência Gojo

A criança portadora dos seis olhos nasceu no dia 7 de dezembro de 1989. Antes mesmo de nascer, Gojo Satoru já tinha se tornado o orgulho máximo de seu clã, já predestinado a ser paparicado de todas as formas possíveis, pelos seus conhecidos e estranhos, o rapazinho de grandes olhos azuis foi recebido pelo mundo com grande regozijo e muitas, mas muitas, expectativas. Tanto que, até os dez anos de idade, muitos representantes de países diferentes vieram até o Japão ter a "grande honra" de conhecê-lo pessoalmente.

Seu clã era o seu castelo, meio entediante... sem graça..., mas ainda assim seu. Olhava seus visitantes e esperava presentes em troca de sua atenção divina, ah, sempre os ganhava e, dessa vez não seria diferente. Claro que não. Ele acompanhou a mãe vestido em sua Yukata tradicional azul clara e um manto preto para protegê-lo do frio, não contrastando tanto de sua mãe – coberta de azul escuro e branco, folhagens delicadas na barra de seu vestido subindo até sua cintura.

Passaram pelo corredor externo da residência principal, feito de madeira e bambu, até as portas deslizantes decoradas por artes tradicionais.

"Que presentes ganharia hoje?" perguntou-se mentalmente, assistindo a mãe abrir as portas para o salão de visitas, onde seu pai e o líder do clã estavam ajoelhados diante das duas visitantes estrangeiras. Uma delas, percebeu cheio de curiosidade, parecia ter a sua idade. Elas não viraram o rosto quando ele foi chamado para sentar-se lá na frente, junto aos homens.

Ele não via nenhum pacote por ali.

–Este é Gojo Satoru. – O ancião dispensou a mãe do garoto, abanando a mão enrugada e ossuda em um gesto tranquilo, depois pousando sua palma no cabelo prateado curtinho da criança. Satoru fez cara feia para o chão. – O detentor dos seis olhos.

A mulher mais velha estreitou os olhos predatórios na direção da criança, analisando sua pequenez e vulnerabilidade de tal forma que o menino se sentiu insultado. Mas ela era alta, esbelta e forte, mais forte que a maioria das mulheres que ele conhecera. Seu cabelo longo, tão prateado e reluzente quanto o seu próprio, estava amarrado em um rabo de cavalo alto e rigoroso, deixando a mostra todo seu rosto meio angular, severo. Mas o peitoral de aço escuro foi o que chamou mais a sua atenção; a moça bonita não se vestiu como eles para a ocasião, ao invés disso, parecia uma guerreira preparada para a batalha.

Parecia velha e nova ao mesmo tempo, apesar de algumas poucas marcas de tempo, Gojo percebeu que a senhora deveria ser de idade pelos olhos nebulosos e extremamente demarcados por anos de muita luta. E muito sofrimento. Por ser pequeno e muito inocente, a profundidade daquele olhar pesaroso lhe pareceu mais um traço de um herói misterioso que um soldado traumatizado. E ele adorou aquilo.

𝙍𝙀𝙌𝙐𝙄𝙀𝙈, 𝔒𝔨𝔨𝔬𝔱𝔰𝔲 𝔜𝔲𝔲𝔱𝔞Where stories live. Discover now