3 - capítulo

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Pov's Freen






Eu não sei qual a reação que Becky imaginava que eu iria ter. Mas provavelmente, pelo o seu rosto, não era está. Eu estava abismada ou talvez, chocada? Adicione também histérica no pacote. Á qualquer momento eu teria um ataque fulminante, sentia o meu rosto quente, indicando que eu estava ficando cada vez mais vermelha.

- Isso é um absurdo! - exclamei, balançando a cabeça em negativo. Não mesmo. - Há quanto tempo você conhece esse cara? Quatro meses? Seis meses?

- Cinco meses. - ela respondeu o óbvio.

- E você já quer se casar com ele? É um absurdo. - voltei a repetir, sentindo o gosto amargo em minha boca. Deveria ser o fim do mundo mesmo. Por que eu não morreria logo? - Pelo amor de Deus Becky. Seja um pouco coerente, você não o conhece suficientemente bem. - falei como uma louca, quanto mais escutava a minha voz, mais ficava incrédula. - Ele pode ser um malandro ou um psicopata qualquer. Minha alma até treme ao imaginar a índole desse rapaz!

Becky entortou a boca em desgosto. Ela sabia que em parte eu tinha razão!

- Você está exagerando. - retrucou claro, era mais teimosa que uma mula. - Tudo bem que eu não conheço muito bem o Nop, mas estou apaixonada por ele. É um homem divertido, lindo e me trata como uma verdadeira rainha. - cruzou os braços, olhando-me seriamente. - Não sei por que está questionando a índole do Nop quando você o conhece. Até ontem, gostava dele.

- Falou bem: Até ontem. Ontem é passado. Hoje é presente e no meu presente estou com uma enorme vontade de socar a cara dele! - esbravejei com raiva, a idéia de Becky devotando a sua vida para aquele cara era ultrajante. Ela merecia uma pessoa melhor. - Casamento não é brincadeira de casinha, requer muitas responsabilidades e preparação. Dúvido que o cantorzinho de barzinho de esquina que adora compartilhar maconha saiba muito bem o significado da palavra "compromisso". - ironizei, o Nop adorava puxar uma erva, nada contra, só que ele era exagerado demais. - Cristo! Nem um anel de noivado decente da SD, ele lhe deu.

Becky fechou a cara. Esse anel com esse solitário patético era até uma ofensa. Ela merecia um anel de noivado verdadeiro com uma enorme pedra para combinar com sua grandiosidade. Mas é claro que o Nop não podia comprar uma joia SD. Não era rico e nem beirava a classe social média.

- Não seja malvada com o Nop. - ela pediu tentando se manter paciente. Via o seu esforço, mas os seus olhos estavam ficando quase mortais. - Ele não é da nossa classe social. Reformulando: Da minha classe social porque o meu patrimônio nunca será comparado seu, a dona da Espanha e provavelmente do mundo. - ironizou, fiquei emburrada. - Mas ele está tentando ser famoso. Hoje pode ser um cantor de bar, mas ele tem muito potencial e amanhã pode ser famosíssimo. Não o subestime e muito menos o menospreze.

- Eu tenho uma sugestão: Por que ele não procura um trabalho fixo primeiro para depois ter a audácia de lhe pedir em casamento? - retruquei, a palavra "casamento" estava me deixando muito furiosa. Negava-me a entregar minha joia mais preciosa que era a Becky para qualquer cara. - Já prevejo o seu futuro: Trabalhando como uma condenada para sustentar um marido gigolô. Só de pensar nisso fico enojada! - antes que ela me rebatesse, voltei a falar. - O que sua família acha disso?

Becky hesitou antes de responder. Já sabia o porque: Não tinha contado a família porque sabia que eles também eram contra o relacionamento e seria contra o casamento. Becky não era o tipo de cara que gerava muita confiança. Eu tive a doce ilusão de que esse namoro não iria durar muito, mas veja aonde chegamos!

Um casamento!

- Ainda não os comuniquei. Mas eles irão amar. - ela disse altiva.

- Uma mer/da que vai! - rebati. Ela me fuzilou com o olhar. - Eles acharam o mesmo que eu: Desnecessário. Estou quase vendo um golpe do baú inverso acontecendo.

Becky irritou-se mais. Levantou-se em um pulo quase escorregando no chão polido. O seu ato me assustou, mas logo ela recobrou a compostura.

- Chega! Eu não vou ficar aqui escutando os seus sermões. Tenho vinte e seis anos e posso fazer o que bem entender da minha vida sem precisar da sua autorização. - ela disse afoita, abriu a sua bolsa e retirou algumas cédulas, jogou em cima da mesa. Ela sabia que eu odiava aceitar o dinheiro dela. - Achei que ficaria feliz por mim e me apoiaria nesse momento tão importante da minha vida, mas vejo que me enganei. Uma excelente tarde para você, sabichona! - terminou de falar e saiu pisando duro da doceria.

Bufei furiosamente e esmurrei a mesa, fazendo a louça estremecerem e também chamar atenção dos clientes. Soltei mais algumas cédulas e sai correndo atrás de Becky. Não queria ter sido grossa e muito menos destruir a felicidade dela. Só que o meu lado protetor estava gritando e também a minha consciência, não tinha fundamento esse casamento.

Era óbvio que daria errado. Nop era uma ameba, um aproveitador. O cara não dava um tiro numa cocada, nem se movia para trabalhar com essa desculpa de ser cantor. Preguiçoso e relaxado. Becky sempre fora péssima para escolher namorados, tinha o dedo podríssimo.

O choque térmico do ar quente me fez parar. Olhei ao redor á procura de Becky até que a vi, andando rapidamente, uns metros longe de mim. Corri atrás dela...

True Love - FreenBeckyDonde viven las historias. Descúbrelo ahora