Forever

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                            Becky Narrando


– É inconcebível que isto aconteça. Em vinte anos à frente desta instituição nunca passei tamanho desgosto como hoje. –  a diretora lastimou-se, colocando as garrafinhas vazias dos ovos em cima da mesa, felizmente, tampadas. – As aulas do primeiro andar serão suspensas até que o odor se disperse completamente. As senhoras imaginam como é atrasar o cronograma pedagógico por uma brincadeira de mau gosto dos seus filhos? – perguntou olhando para nós. Uma por uma.

Olho para os meus filhos que se encolhem mais. Eu vou matá-los! Eles ficaram de castigo até completar a maioridade.

– Não olhe para mim. – Paola falou despreocupadamente. – Quem fez isso foi os trigêmeos. – apontou com a cabeça. – Aponte o dedo para Becky e não para mim. Minhas filhas são inocentes nisso.

Olho para a Paola com incredulidade. Ela apenas dá de ombros e sorrir, um dos seus sorrisos cínicos.

– Senhora Paola, as suas filhas não são tão santinhas assim. Elas podem estar livres da acusação dos ovos, mas... Soraya arrancou um punhado de cabelos da coleguinha e Agatha bateu no rosto de outra coleguinha. – a diretora disse com a voz cortante. – Nossa instituição abomina qualquer tipo de violência, sendo verbal ou física.

Paola estala a língua como se isso não fosse grande coisa. Deu uma rápida olhada para as meninas, e depois olhou para a diretora.

– Se fizeram isso algum motivo teve por trás, minhas filhas não são malvadas deliberadamente. Eu acho que antes de puni-las deveríamos escutá-las.

– Mesmo que tenha acontecido alguma coisa ou não, Sra. Paola, violência nunca é a solução. Não somos animais! – a diretora parecia que iria ter um ataque de tão vermelha que estava. – Eu não posso simplesmente fazer vista grossa e deixar isso passar. Eles precisam de uma lição de moral e eu estou disposta a aplicá-la já que parece que em casa não devem ter consciência de justiça.

Tanto eu, como a Paola cruzamos os braços com aquela insinuação da diretora. Ela não se abala com os nossos olhares fulminantes. Karine afundou-se mais na poltrona, envergonhada.

– Creio que está bastante equivocada, Srta. Smith. Tanto aqui na escola, como em casa, os meus filhos recebem excelentes educação, acho prepotência sua dizer o contrário. Não os generalize por um deslize. São adolescente e crianças fazem esse tipo de coisa, ás vezes.

– A questão, Sra. Rebecca é que os seus filhos fazem isso o tempo todo. Isso inclui as suas filhas também, Sra. Paola. – ela rebate.

– São crianças e tem os espíritos livres. Não posso prender os meus passarinhos na gaiola só porque você não quer vê-los voar. – Paola responde, balançando os seus cabelos simetricamente cortados e mais escuros.

Srta. Smith nos olha com tanto agastamento que até arrisco dizer que ela estava desejando que sumíssemos para frente de sua vida.

– Mas os meus filhos são de boa, né? – viramos para olhar Karine que tentava tirar o dela e dos seus filhos da reta. – Quer dizer, eles não são de aprontar...

– Florence e Ryan são crianças adoráveis quando não estão na companhia dos outros capetinhas. – Karine nos lança um sorriso de "Está vendo? Os meus filhos são angelicais". Reviro os olhos, e escuto a Paola bufar. – O que não muda o fato de que eles estavam presentes na confusão. Por tanto, o castigo será para os oito. Por igual. E não importa que um fez mais que o outros, eles precisam arcar com o peso de suas atitudes.

True Love - FreenBeckyWhere stories live. Discover now