17 - capítulo

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                         Pov's Becky



Ainda estou sob efeito do beijo de Freen.

Minhas pernas estão bambas, sinto até dificuldade de me firmar em meus saltos, se o meu braço não tivesse entrelaçado com o da Freen, acho que eu iria cair. A minha mente rodava também, lembrança dos lábios quentes e macios nos meus me fazia querer mais... É viciante.

Freen em si é viciante. A sua beleza, o seu perfume, o seu beijo. Meu Deus! Eu queria sentir novamente os seus lábios tão doces nos meus... Quero sentir aquela correnteza que me fez estremecer dos pés a cabeça.

A sensação era de que eu tinha nascido para beijá-la. Que em seus braços era o meu lugar. Tentei manter a tranquilidade depois do beijo, mas a realidade é que estava tão nervosa que tive que demonstrar uma paz que eu não sentia. Minha vontade era de pedir que ela não parasse de me beijar nunca mais.

Depois que conheci o poder dos seus lábios. O meu coração doía com a possibilidade de compartilhá-la com outra mulher. Eu não queria dividir a Freen com mais ninguém, mas como eu iria pedir isso? No olhar de Freen, eu não passava de sua melhor amiga, uma irmã.

Estou louca. Á que ponto que cheguei. Como posso querer isso da minha melhor amiga? De uma mulher? Nunca tive dúvidas da minha sexualidade até agora. Sempre achei que era hétero, mas á maneira que vibrei nos braços da Freen, estou a questionar isso.

Todas essas novidades juntas estão mexendo demais comigo. Não sei mais o que pensar... A única coisa que sei é que o cheiro de Freen está me instigando, os meus lábios formigando num pedido desesperado de outro beijo. O meu coração pedia baixinho para que ela me notasse, não como uma irmã, mas como uma mulher.

Olhei para a Freen. Ela sorria de alguma coisa, o vento soprava em seu cabelo e também no seu vestido, tornando-a mais sexy. A luz da lua e também das lâmpadas de várias cores que enfeitavam La Rambla tornava-a mais exótica. Sua expressão era de pura paz.

Ao perceber que estou a olhando. Virou o rosto para mim, os seus olhos estavam mais claros, brilhavam intensamente. O seu sorriso aumentou e o meu coração palpitou. Simplesmente apaixonante.

— O que está pensando? — ela perguntou ainda sorrindo.

— Se eu disser você não vai acreditar. — minha voz estava mais rouca do que costume.

— Já te disse que eu não acreditava em fadas até o meu destino esbarrar com você? — gracejou e eu gargalhei.

— Ah Freen, você é terrível! — acariciei o braço dela com as minhas unhas, vi sua pele se arrepiar. Fiquei satisfeita. Olhei para o lado e vi uma barraca de bugigangas. — Vamos lá! — puxei-a.

Ela olhou para a barraca e fez uma careta.

— Por que você sempre adora essas coisas? — perguntou vindo.

— Porque são ótimas e sempre tem inúmeras variedades! Bunny. Vem. — soltei-me dela e já fui pegando o chaveiro.

Freen ficou entretida em outras coisas.

Fiquei fascinada pelo chaveirinho. Achei lindo e o quis. O formato era de uma sereia todo em metal com strass de cristal. O cabelo, espartilho e barbatana da sereia eram avermelhados. Comprei e deixei escondida atrás das minhas costas.

— O que você tem na mão? — Freen perguntou.

— Nada. — falei sapeca e andei para trás, ela vinha em minha direção.

— Mostre-me o que tem na mão... —mandou ameaçadora. Nessa altura, eu já estava rindo.

— Não! — disse firme. Andando mais para trás, as pessoas passavam entre nós, aumentando o espaço entre mim e ela. Mas ela vinha atrás.

— Rebecca Armstrong! — falou mais alto. — Sua última chance: Vai me mostrar ou terei que ver por conta própria?

— Tenta na sorte, gata. — pisquei para ela.

Ela avançou de surpresa, tentei correr, mas antes que eu pudesse me virar, Freen me agarrou pela cintura. Gritei, algumas pessoas riram ao nos ver, até porque, ela começou a fazer cócegas e eu era muito mole para isso. Gargalhei e tentei me soltar sem sucesso, suas mãos eram ágeis e impiedosas.

— Vai me mostrar? — ela perguntou, enquanto me atacava e também ria.

— Não! — disse sem fôlego, suas cócegas chegaram às minhas costelas. Tentei afastá-la com uma mão, mas não dava. Então, desistir. — Tudo bem. Rendo-me! Vou mostrar.

Freen sorriu vitoriosa, mas não me soltou, continuou me segurando, e eu percebi quão próximas e íntimas que estávamos. Nossos corpos estavam colados, mesmo que fosse despretensiosamente, era muito bom tê-la bem juntinho de mim.

— Então. O que? — ela perguntou, mas os seus olhos estavam interessados em meus lábios. Engoli a seco.

— Um chaveirinho de sereia para você. — mostrei a peça. — Vi e achei a sua carinha.

— Que lindo. — pegou e sorriu, passou o polegar pelo chaveirinho. — Obrigada, eu amei e vou usá-la para colocar as chaves do meu apartamento.

Sorrir feliz. Segurei em seu rosto e beijei a sua bochecha. Nós encaramos longamente, a vontade estava explicita em nossos olhos, mas nenhuma teve coragem de finalizar o que o pensamento pedia. Suspirei, soltei-me dela, mas peguei em sua mão e voltamos a caminhar.

Quando ficamos cansadas, Freen me levou de volta para o meu apartamento. Beijou em minha testa em despedida e foi embora. Entrei em meu apartamento, coloquei minhas rosas num vaso e joguei-me na cama com um sorriso sonhador. Quando eu estava com ela não pensava em mais nada ao não ser em sua presença. Virei-me de lado e abracei o travesseiro, foi impossível não suspirar ao me relembrar do beijo...

Empurrei os meus sapatos para fora dos pés e me encolhi. Fechei os olhos e vi o seu rosto refletido em minha mente. Ah, Freen... Você é uma feiticeira! Foi o meu último pensamento antes de dormir e sonhar com a minha doce sereia...

True Love - FreenBeckyWhere stories live. Discover now