143 - Amnésia

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                                  POV FREEN



Os chineses estavam nervosos. Queriam exportar por um preço ridículo. Insistiam para que produzíssemos peças mais baratas. O que era patético! A economia da China era uma das melhores do mundo, não tinha porque eles quererem rebaixar as nossas joias para comprarem mais baratas.

Uma discussão acirrada acontecia quando á porta da sala de reunião foi aberta em um estrondo. Todos nos viramos para saber o que tinha acontecido, estava á ponto de praguejar quando vir a Becky entrando na sala. Parecia afobada. Muito afobada.

— Becky? — levantei-me, preocupada, porque sabia que tinha acontecido alguma coisa. Ela nunca seria capaz de interromper uma reunião dessa forma.

— Todos. Pra fora! — ela berrou e estralou os dedos apontando para á porta. Quando ninguém se moveu, bateu palmas. — Vamos queridos! P-R-A F-O-R-A.

Os chineses e os advogados levantaram, estavam perplexos com a situação. A minha vontade era de rir, Becky estava parecendo uma louca, expulsando todo mundo da sala, inclusive, até estavam empurrando uns que se afastavam dela como se ela tivesse a doença da vaca louca. Sentei-me na mesa e cruzei os braços com um sorriso de lado, apenas assistindo o espetáculo.

— E não interrompam. — gritou do batente da porta quando a última pessoa saiu e fechou á porta num estrondo, girou o trinco e virou-se para mim.

— Você tem noção de que interrompeu uma reunião muito importante, não é? — perguntei com a expressão séria, mas na realidade, queria muito rir.

Ela se aproximou de mim, agitada, e parou em minha frente. Fez um bico e mordeu o lábio, pensativa. Então, descruzei os meus braços, e puxei-a para mima pela cintura, afastei as minhas pernas e deixei que ela ficasse entre elas.

— O que se passa nessa cabecinha? — perguntei.

— Não fiz uma coisa muito boa. — começou a falar rápido e desesperadamente. — Mas quando dei por mim tinha feito e se você quer saber, não me arrependo porque a Alison mereceu ter levado a surra! — arregalei os meus olhos em surpresa. Quê? — Fiquei furiosa quando soube que ela tinha contratado um mendigo para bater nela e colocar a culpa em você. Que asco dessa ser! Como ela ousa fazer isso? Ah, mas quando o mendigo me contou, o meu sangue ferveu e eu precisava dá uma lição na Alison, talvez, ela esteja agora em algum hospital porque a situação ficou meio crítica para o lado dela. — fez uma careta, gesticulando. — Eu acho que deveria ter batido de mão, mas o cinto estava mais prático, pelo menos, não cansei as minhas mãos... Enfim, a questão é que a qualquer momento posso receber uma intimação, porque bati nela com intuito de que ela tivesse um motivo real para ir à delegacia e não mentir como fez no seu caso. O que me lembra que... — parou pra puxar o ar e me olhou nos olhos. — Perdão, amor... Eu me sinto tão estúpida por não ter acreditado em você e ter me deixado levar pelas palavras envenenadas da Alison naquela época. Eu devia ter acreditado em você, mas fiquei tão confusa porque tinha aquela câmera lá que não soube o que pensar, queria muito voltar no tempo e remediar a situação. Isso evitaria que eu e você passássemos por tantas coisas sem motivos. Estou tão arrependida... Você me perdoa?

As palavras foram ditas muito rápidas para o meu raciocínio que ás vezes era um pouco lento.

— Espera... Você está me dizendo que descobriu que Alison contratou um mendigo para bater nela e me acusar?

— Exatamente. —  suspirou. — Encontrei o mendigo por acaso. Já o tinha visto uma vez, inclusive, estava conversando com a Alison na primeira vez que ele nos abordou, um tempo atrás, e Alison ficou toda nervosa. Hoje, o encontrei novamente e ele me contou tudo. Aí, eu marquei um encontro com a Alison e quando ela chegou, não pensei em duas vezes e a bati nela.

True Love - FreenBeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora