Forever

1.1K 157 15
                                    


                                Becky Narrando



Eu ainda não acredito que a Freen teve a displicência de perder algo tão valioso e sentimental como a nossa aliança de casamento. O que tinha na cabeça? Sinceramente, depois de quase treze anos de casamento, eu não esperava isso dela. O meu sangue borbulha de raiva, enquanto o meu coração enche-se de mágoa. Juntou tudo, revolta e descontentamento pelo comportamento dos meninos, com a fúria, mágoa e decepção por Freen.

Puta que pariu, caralho! Era complicado manter uma porra de aliança no dedo? Eu acho que não. A primeira e última vez que tirei a minha aliança foi quando estava sofrendo de amnésia, depois que recuperei e me acertei com a Freen, a mantive cativa em meu dedo. Não tenho precisão de tirá-la para nada. Achei com que Freen fosse assim também.

Infelizmente, a perda temporária de sua aliança, quero pensar que é temporária, porque se for definitiva, preparem o meu caixão que eu vou morrer , me leva outras questões: Por que ela tirou a aliança? Com que intuito fez isso? O que estava pensando ou aprontando para tirar a aliança? Que atividade realizou que a aliança não poderia estar em seu dedo?

Insegurança. Essa é a palavra exata para que estou sentindo agora, mais uma agregada para um monte de sentimentos negativos que estou sentindo. Confio em Freen. Deus sabe que sim, mas... Puta merda! Eu não sei o que pensar, sinceramente, os meus pensamentos estão muito perdidos e não quero dá êxito a nenhum negativo que me povoa.

Tentando ser um pouco coerente, que fui terminar o jantar e tentar deixar de lado a vontade de gritar e esganar a Freen por perder a sua aliança. Eu não vou fazer isso. Não sou abusiva. Não aceito um relacionamento abusivo. Disse a mim mesma, revirando os olhos.

O jantar foi uma porcaria com um clima pesado. As crianças estavam se remoendo, enquanto, Freen os fuzilava com o olhar, e eu fuzilava a Freen. Quando terminaram, praticamente correram para os quartos com a desculpa de estudar. Lily e Nina dividam o quarto, assim como o Pietro e Pierre. Eles já reclamaram que queriam um quarto individual, mas não é como se eu e Freen tivéssemos prestado atenção. Não é porque eles querem, que precisam de um quarto individual. Poderíamos nos mudar para uma casa maior... Mas, para que fazer isso se nos adaptamos perfeitamente bem com a nossa? Já fazíamos o gosto demais dos meninos, e olha o que deu... Não dava para alimentar sempre o querer deles.

Freen cuidou da louça depois da janta, enquanto, eu apenas a observava de longe. Depois de um tempo, fui até o quarto dos meninos, pedindo para que fossem dormir. Eles obedeceram. Fui para o meu quarto e tomei um banho de ducha fria, aniquilando qualquer desejo do meu corpo. Confesso que amava foder com raiva, mas desta vez, não seria o caso.

Quando sair do quarto, apenas enrolada na toalha, Freen entrou e nossos olhares se cruzou, a vir engolir a seco, mas com o meu olhar se resignou e foi para o banheiro. Vestir a camisola mais curta e uma calcinha sensual, e deitei de bruços. Crueldade? Sim... Mas é bom maltratar ás vezes.

Não sei quanto tempo fiquei esperando a Freen retornar, mas quando ela retornou, fingir que estava dormindo. Senti quando ela deitou na cama e tocou suavemente a minha bunda descoberta. O tesão aflorou dentro de mim, o que não era muito difícil, dando-se conta do que como eu estava nesses dias, mas tentei ignorar, mesmo os seus dedos brincando com a tira da minha calcinha.

– Se você não tirar a sua mão do meu corpo, eu vou cortá-la quando você estiver dormindo. – avisei rancorosa.

– Becky, precisa disso? – murmurou quase sofrida.

– Precisa! Quem sabe assim você aprende a dá valor e não perder as coisas.

– Amor, eu não perdi porque quis, eu...

– Shhh, eu quero dormir! – corto irritada.

Freen bufou e apagou a luz do abajur, socando o travesseiro com uma força extra por longos minutos. Na realidade, ela praticamente o espancou, fazendo o colchão se mover com sua violência contra o pobre travesseiro que não tinha nada a ver com a sua frustração. Quando ela se deu por vencida, deitou-se...

A noite foi mal dormida. Durante a madrugada, sentir o corpo de Freen querendo se moldar ao meu, sempre dormimos de conchinha, e meu corpo sentiu a ausência, mas quando ela se aproximava, empurrava em outra direção por pirraça. Negando as ondas sexuais e a vontade do meu corpo. Resumindo: Uma noite péssima. E pelos resmungos de Freen, ela sentia o mesmo. Bom, ao menos não estou sozinha nesse barco.

Levanto-me mais cedo do que costume e vou até o quarto das meninas. Acendo a luz, e elas choramingam, tentando se cobrir. Caminho até elas e puxo os edredons.

– Acordem! – falo alto.

– Mamãe! – Lily suspirou.

– Nos deixa em paz, mamãe! – Nina ordena, virando-se para o lado.

– Eu quero as duas em pé, e prontas em uma hora! – aviso com a voz dura.

– Mas não temos aula hoje! O nosso andar está interditado, lembra? – Nina resmungou com o rosto afundado no travesseiro.

– O colégio sim, mas vocês vão para o Corporation com a mãe de vocês. Então... – grito – Levantem!

– Não quero ir. – Nina resmungou, embolando no edredom que fiz questão de puxar. – Mamãe! – ela me olha irritada.

– Eu não estou pedindo a sua opinião, estou ordenando. – falo por entre os dentes, a olhando nos olhos, sem baixar a guardar. – Agora, Nina. – viro minha cabeça pra outra. – Lily?

– Já to de pé. – Lily avisa, se arrastando pra fora da cama.

– Ótimo. Siga o exemplo de sua irmã, Nina. – falo me afastando sem olhar pra trás. – Uma hora! – aviso mais uma vez.

Com os meninos foi mais fácil. O Pietro ainda quis fazer uma gracinha, mas eu o cortei. O Pierre como era obediente, e tinha aula porque o setor dele não foi afetado com o ovo, levantou-se sem resmungar.

Voltei para o quarto e Freen parecia que estava dormindo profundamente. Vê-la na cama com sua expressão angelical, mexia comigo, mas... A sua mão esquerda estava por cima do travesseiro, o que me fez recordar do porquê estar furiosa com ela... No anelar estava apenas a marca da aliança, inferno! Fui pra o banheiro tomar um banho. Enquanto, estava na banheira, Freen surgiu pra usar a privada.

– Você disse aos meninos que eu os levarei para a empresa?

– Disse e você os levará. – comunico, passando a esponja pelo meu corpo.

– Você sabe que eu tenho muito trabalho...

– Olhe minha cara de preocupação. – viro-me para ela com um sorriso falso. – Eu também tenho trabalho, vou na Corporation e depois para ong, não ficarei responsável pelos capetinhas.

– Becky. – Ela geme.

– Terminou? Por que se terminou, sai do banheiro que eu quero terminar de tomar banho.

Freen resmungou algo que eu não escuto. Depois de se limpar, deu a descarga e lavou as mãos, saindo do quarto. Solto um suspiro resignado, sentindo os efeitos ainda de sua presença... Ah, como seria bom transar na banheira... Suspiro, e busco o meu celular com sua capinha anti-água. Coloco a banda Camila pra tocar, relaxando meu corpo, enquanto, os meus pensamentos intercalam em minha mulher e nas letras das músicas. Sinto-me um pouco melancólica, e me bate uma vontade de correr atrás de Freen. Balanço a cabeça em negativa, não posso ceder facilmente. Não foi uma besteira, foi a perda da nossa aliança. Na minha cabeça isso ainda era imperdoável. Porém isso não impede que inexplicavelmente, sinto saudade absurda da minha mulher, mesmo ela estando a poucos metros de mim...

True Love - FreenBeckyOnde histórias criam vida. Descubra agora