Capítulo 8

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Finalmente, vestimos nossas escolhas e nos olhamos no espelho, rindo das nossas aparências um tanto exageradas. Era um contraste engraçado: eu maquiada como se fosse a um evento e Mari com a camiseta de pizza. Mas era exatamente isso que tornava a noite ainda mais divertida.
Saímos do quarto, prontas para enfrentar a noite de besteiras com estilo. As ruas estavam agitadas com a energia da cidade noturna, e as luzes brilhantes iluminavam nosso caminho. A conveniência ficava a uma curta distância, então caminhamos conversando sobre tudo o que nos vinha acontecendo nos últimos anos.
Ao chegarmos à conveniência, nos deparamos com uma seleção diversificada de opções de comida, cada uma mais tentadora do que a outra. Nossos olhos brilhavam diante dos salgadinhos exóticos, dos chocolates peculiares e das bebidas coloridas que enchiam as prateleiras. Não conseguíamos decidir por onde começar, então acabamos pegando um pouco de tudo, incluindo algumas coisas que sequer sabíamos o que eram, mas que pareciam intrigantes o suficiente para experimentar.
Desbloqueei meu celular, clicando rapidamente no ícone do Instagram e decidindo que seria uma ótima ideia gravar um story provando tudo. Nos dirigimos a uma mesinha no canto do estabelecimento e me acomodei.
- Anda, senta aqui, vamos gravar! - falei animada.
- Começou! - Mari revirou os olhos, mas logo seu rosto se iluminou com entusiasmo.
Com a câmera do celular gravando, começamos a nossa exploração. Provamos de tudo, desde pãezinhos recheados com feijões doces até lamens esquisitos, passando por chocolates exóticos, bebidas coloridas e até mesmo salsichões. Nossos rostos revelavam surpresa, diversão e às vezes até desgosto enquanto degustávamos essas combinações. Tudo bem que provavelmente não seriam as escolhas mais amigáveis para nossos estômagos no futuro, mas naquele momento, estávamos mais interessadas em nos divertir.
Depois de toda a comilança, nos dirigimos até a geladeira e pegamos algumas garrafinhas de cerveja. Voltamos para a mesa e começamos a beber, rindo e falando animadamente enquanto nossas risadas ecoavam pelo local. A senhora do caixa nos lançou alguns olhares de desaprovação, e percebendo que estávamos causando um pouco de alvoroço, decidimos que era hora de mudar de cenário.
Saímos da conveniência e começamos a andar sem direção pelas ruas iluminadas de Seul. Foi então que avistei um letreiro luminoso que chamou a nossa atenção: "Karaoke". Sem pensar duas vezes, agarrei o braço de Mari e atravessei a rua em direção à escadaria que nos levaria ao estabelecimento.
Subimos as escadas com a empolgação de duas adolescentes prestes a fazer alguma besteira. O som da música escapava pelas portas, aumentando nossa curiosidade e animação. Chegando à entrada, uma atendente simpática nos cumprimentou e nos entregou uma lista com milhares de músicas para escolhermos.
Sentadas em uma cabine aconchegante, examinamos a lista como se estivéssemos escolhendo um mapa do tesouro. Nossos dedos corriam pelas páginas enquanto nomes de músicas e artistas saltavam aos nossos olhos. Finalmente, depois de muito debate, decidimos começar com uma balada clássica dos anos 80.

Assim que a música começou a tocar, rimos com nossa própria falta de habilidade para acompanhar as notas e a letra. Nossas vozes estavam longe de ser afinadas, mas isso não importava. Estávamos nos divertindo como crianças em um parque de diversão.
À medida que a noite avançava, nossa mesa se enchia ainda mais de bebidas e copos, com a cabeça já fora de si, passamos por uma seleção eclética de músicas: pop, rock, baladas românticas e até mesmo algumas músicas K-Pop. Cada escolha era seguida por uma gargalhada, enquanto tentávamos imitar os artistas originais da forma mais engraçada possível.
Depois de algumas horas de canto desenfreado meu celular vibra em uma mensagem, olho para a tela tentando focar nos caracteres dançantes, finalmente consigo ler a mensagem de JungKook. Ele estava marcando um encontro para o dia seguinte para discutir as dúvidas sobre a mansão. Minha embriaguez se esforçou para entender o contexto, mas a excitação de receber uma mensagem dele suprimiu qualquer confusão momentânea.
Sem pensar muito, decidi que a melhor maneira de responder seria ligando. Minha coordenação motora não estava em seu melhor momento, mas finalmente consegui selecionar seu nome na minha lista de contatos e pressionar o botão de ligação. O telefone tocou algumas vezes antes de ser atendido.
- Alô? - sua voz soou do outro lado da linha.
- Oi, JungKook! - exclamei, minha voz soando mais alta e mais animada do que eu pretendia. Ri para mim mesma, percebendo que minha embriaguez estava ficando óbvia.
- Alice? - Ele soou surpreso e um pouco confuso.
- Sim, sou eu! - respondi, tentando parecer mais sóbria do que realmente estava.
- Você parece... diferente. Está tudo bem? - Ele soou preocupado, e o tom de sua voz me fez perceber que provavelmente havia notado minha condição.
- Claro, tudo ótimo! - eu ri um pouco, sem motivo aparente. - Só estou me divertindo com minha amiga.
- Onde vocês estão? - Sua pergunta foi direta e eu podia ouvir a cautela em sua voz.
- Ah, estamos em algum lugar de Seul, curtindo a noite! - respondi vagamente, percebendo que talvez não fosse a melhor ideia estar tão bêbada enquanto falava com ele.
- Vocês estão bem? - Ele perguntou novamente, sua preocupação mais evidente agora.
- Sim, claro! - garanti, minha voz um pouco mais controlada. - Estamos nos divertindo muito!
- Hum... – Esperei ansiosamente por alguns segundos, ouvindo-o do outro lado da linha enquanto procurava por palavras. Qualquer coisa, mesmo um simples "boa noite", teria servido. Mas então, ele finalmente quebrou o silêncio – Fique aí, estou indo – As palavras saíram de sua boca em um fluxo rápido antes de desligar o telefone.
Olhei para minha amiga, uma mistura de choque e empolgação passando rapidamente por mim. Eu ainda não conseguia processar completamente o que ele tinha dito. Espere, ele está vindo? Mariana me olhou com preocupação, percebendo minha reação.
- O que aconteceu? – Ela perguntou, segurando meus braços com um olhar inquisitivo.
- Acho... Acho que ele está vindo! – As palavras escaparam dos meus lábios enquanto eu tentava entender a situação em que me encontrava.
Mariana arregalou os olhos, o mesmo nível de surpresa que eu estava sentindo estampado em seu rosto.
- Puta merda!!! – Disse.
- Puta merda!!! – Respondi dando uma palmada em minha testa.

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