Capítulo 12

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A manhã seguinte chegou com a luz suave do sol entrando pela janela do meu quarto. A primeira coisa que fiz ao acordar foi verificar meu celular, ansiosa para ver se ele havia respondido minha mensagem. Para minha surpresa, havia uma notificação estampada na tela.

" Alice, saiba que você também é muito mais do que apenas uma corretora para mim. Tenha um ótimo dia. 😊"

Um sorriso se espalhou pelo meu rosto ao ler sua resposta. Nunca pensei que me tornaria amiga de um Idol, na verdade nem sei como isso aconteceu, era tudo uma novidade para mim e minha cabeça se encontrava entre a beira da loucura e da felicidade, tendo passado todas essas coisas nos últimos dias. Não era normal para alguém como eu na qual nunca teve muita sorte na vida, nem para ganhar um pano de prato em um bingo de igreja estar tendo dias tão felizes assim, era estranha essa sensação e eu estava começando a ficar com medo do que poderia começar a dar de errado a partir de agora.
...
Acordei de meus pensamentos quando ouvi um arranhão na porta.
- Oi neném, desculpe, já está na hora de levantar, não é? - Peguei Belinha no colo, acariciando sua cabeça enquanto saia.
Caminhei pelo corredor, abrindo suavemente a porta do quarto da minha amiga, mas a fechei rapidamente ao ver que ela estava profundamente adormecida, nem mesmo seu próprio ronco a acordaria.
Me dirigi à cozinha, peguei alguns petiscos no armário e os coloquei sobre o tapete para Belinha.
- Coma - disse a ela, antes de ir em direção à pia para preparar o café da manhã.
Estar na cozinha era terapêutico para mim; cozinhar acalmava minha mente, e eu precisava dessa tranquilidade.
Terminei de arrumar a mesa, colocando a garrafa sobre ela. Meu desjejum não era diferente do Brasil, havia muitas coisas que eu tinha me acostumado quando voltei para a Coreia, mas abrir mão do meu pão com manteiga na chapa e uma xícara de café pela manhã era demais. Era uma explosão de sabores que me enchia a barriga pelo menos até o almoço.
Enquanto eu dava a última mordida no meu pedaço, Mari entrou no ambiente, totalmente descabelada.
- Você não me esperou? - Ela questionou bocejando.
- Desculpa, eu estava morrendo de fome.
- Quando você não está? - Ela se sentou, tirando um pão de dentro de um saco.
- Não sei ao certo... Às vezes até sonho que estou comendo - Ela sorriu, e eu me senti feliz por tê-la de volta.
- Por que você está com essa expressão boba no rosto?
- É porque eu te amo.
- Ah, eu também te amo muito. Afinal, você é minha melhor amiga.
...
Alguns dias se passaram, e eu estava lutando contra o cansaço. Tudo estava uma correria com o crescimento da empresa dos meus pais. Estávamos nos mudando para um escritório novo, mais próximo do centro comercial de Myeong-dong. Como a filha querida, mais conhecida como escrava deles, todo o meu tempo estava focado nisso. Não era apenas se mudar, era organizar o frete, comprar novos móveis, planejar uma nova decoração, contratar funcionários e cuidar da documentação do aluguel, além de executar meu trabalho com excelência.
Para piorar, meus pais haviam decidido fazer uma viagem de negócios para Tóquio, me deixando encarregada de toda a gestão da empresa. Não estava sendo fácil, mas, apesar de tudo, algo estava despertando dentro de mim.
Enquanto estava sentada em minha mesa, revisando alguns documentos, meu celular vibrou com uma mensagem de Mari.

"Amiga, dê uma olhada no Instagram."

No mesmo instante, desbloqueei a tela e abri o aplicativo, deparando-me com uma foto de JungKook nos EUA em frente a um restaurante, fumando um cigarro. Cada site de fofoca estava compartilhando aquilo, e no TikTok era a mesma coisa. Eles não tinham nada mais a dizer além disso. Era estranho como a vida dele era pública e como isso incomodava as pessoas.
Por que algo tão simples como alguém fumando era tão perturbador? Como as pessoas conseguiam se importar com isso quando havia tantos outros problemas ao redor? Por que isso era errado, quando 90% da população coreana já fumava desde a adolescência? Quem criou essa regra? Eu me encontrava fazendo essas perguntas enquanto observava a tela do meu celular.
No impulso, digitei o nome dele na barra de mensagens e abri a conversa, percebendo que as últimas palavras trocadas haviam sido há alguns dias, quando eu o agradeci e o parabenizei pela compra. Não sabia em que momento nos afastamos, mas eu tinha certeza de que tínhamos nos tornados amigos. Nossa vida corrida era evidente, mas eu sentia falta dele.
Preocupada com sua situação, decidi enviar uma mensagem:

"Oi, está tudo bem?"

A mensagem estava enviada, e agora tudo o que restava era esperar por uma resposta. Enquanto eu aguardava, continuei a revisar os documentos em minha mesa, tentando me concentrar no trabalho. Mas, no fundo, eu estava ansiosa para saber como JungKook estava.
Os dias continuaram agitados, com as responsabilidades no escritório e a mudança iminente ocupando a maior parte do meu tempo. Eu estava administrando tudo com o máximo de cuidado e dedicação, fazendo o meu melhor para atender às expectativas dos meus pais.
Mariana também estava me apoiando, tornando as coisas um pouco mais leves com seu senso de humor e amizade, além de tudo como eu estava passando a maior parte do meu tempo na empresa, ela estava realizando algumas visitas e negociações no meu lugar, e cara, como ela era boa naquilo. Nós duas tínhamos nossos momentos de descontração, e ela era uma presença valiosa em minha vida, especialmente durante os dias atribulados.

Além do EstrelatoWhere stories live. Discover now