Capítulo 24

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Seguimos pela calçada, enquanto minha amiga ainda bufava ao meu lado. O sol já iluminava o dia, espalhando um tom dourado no horizonte e trazendo um pouco de calor para nossos corpos.

- Ei, o que vamos fazer? - Perguntei, quebrando o silêncio enquanto observava as ondas quebrando na praia.

- Vamos encontrar um lugar para tomar café. Estou morrendo de fome - respondeu ela.

Paramos em uma cafeteria aconchegante em frente a orla, o cheiro do café recém-torrado nos recebendo calorosamente. Escolhemos uma mesa perto da janela, permitindo que a luz do sol nos aquecesse enquanto pedíamos nossas bebidas.

- Amiga, isso tudo está muito estranho. Por que eles estão agindo assim com a gente? - Perguntei, mexendo o canudo no café.

- Eu sei, Ali. Às vezes, é difícil entender o que se passa na mente desses dois. Parece que o mundo gira em torno deles - respondeu, pegando um muffin da bandeja ao lado.

- Essa não é a reação habitual, sabe? Joon costuma estar sempre ao meu lado, mesmo que seja um pouco complicado lidar com ele às vezes. Mas Kookie nunca agiu assim comigo.
Descansei minha cabeça sobre a mesa enquanto brincava com o canudo no copo. A noite anterior ainda ecoava em minha mente, pesando mais do que eu gostaria. Havia um peso no peito, como se eu tivesse cometido um erro terrível, e a atitude dos meninos só aumentava essa sensação de culpa. Engraçado, não é? Sentir-se culpada por algo que nem mesmo sabia ter feito.

Apesar da fome, cada mordida no croissant parecia um espinho engolido, e até o leite não trazia o mesmo prazer de sempre. Parei para apreciar as ondas quebrando nas rochas, mas logo avistei um grupo de garotos vindo em nossa direção.

- Jesus Cristo! - Tentei me esconder sob a mesa.

- O que está acontecendo?... Oh! Olha só, Ali, Park Jo-Hon e o Hyuk! - Disse a ruiva, erguendo as mãos para chamar a atenção deles.

- Para com isso! - Bati levemente em sua perna. - Pare agora!

- Por que está agindo assim? - A mais nova perguntou, baixando o braço.

- Só para, por favor. Eu já te explico.

Os meninos seguiram em frente, passando direto pela janela sem nos notar. Agradeci mentalmente por isso, mas quando me ergui para me sentar, o olhar da garota à minha frente já estava fixo em mim.

- O que aquele sujeito fez com você quando te levou para a floresta?

Por alguns segundos, tentei decifrar sua expressão, mas me surpreendi com as ideias que passavam por sua mente quando percebi sobre o que ela falava.

- Aish, ele não fez nada. Só... nos beijamos - murmurei.

- Vocês o quê? - Ela quase cuspiu o café em mim.

- É isso que você ouviu - comentei baixinho, tentando me esconder dos olhares na cafeteria.

- E por que diabos você está se escondendo, então?

- Shhhh, fala baixo - pedi, o rosto ardendo de vergonha. Mesmo que ninguém ao nosso redor entendesse nossa língua, ainda era constrangedor demais.

- Me responde!

- Eu não sei por quê. E isso está me matando. Foi bom, quer dizer, eu queria ter continuado ali. Mas algo está me incomodando, sinto um aperto no peito...

- Hummm... conheço esses sintomas.

- Sério? - Perguntei, desesperada por qualquer resposta que pudesse ajudar.

- Sim, você está apaixonada!

Ri alto, sem controle, a risada reverberando no ambiente. Não conseguia conter minha reação enquanto ria da sua expressão.

Além do EstrelatoWhere stories live. Discover now