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Dia 4 .。.:*✧

Ontem eu passei o dia inteiro lendo o caderno de Lena, lendo tudo o que ela tinha escrito, o que ela estava passando escondida de mim, bem debaixo do meu nariz e eu nem mesmo percebi. Quando desci para procurá-la pela casa, ela já não estava mais, tinha um bilhete avisando que precisou sair para resolver um assunto importante e que voltaria tarde.

Tentei ligar para ela, mas seu celular caiu direto na caixa postal, minhas mensagens não chegavam e tudo o que eu podia fazer era esperar. Esperei a noite toda por ela, lendo seu caderno e chorando por tudo que não percebi. Lena não chegou, eu vi o dia clarear e minha esposa não chegou em casa.

Acordei deitada no sofá, o caderno de Lena estava em minhas mãos, me sentei no sofá ainda sonolenta e olhei a hora, era quase duas da tarde e não tinha um único sinal dela na casa, nada que indicasse que ela já havia chego. Fui para o quarto sentindo meus olhos arderem, ouvi um ruído no banheiro do meu quarto e ao me aproximar percebi que era Lena vomitando.

- Lee... - Me aproximei da morena que estava agachada em frente ao vaso, segurei os cabelos dela.

Esperei que minha esposa terminasse de vomitar, ajudei ela a se levantar, esperei que lavasse a boca para levá-la para cama, Kieran se encolheu sob o edredom quentinho, reclamando de frio e estranhei já que o quarto estava em uma temperatura normal. Peguei o termômetro que ela comprou quando adoeci, coloquei nela para verificar sua temperatura e suspirei ao ver o resultado, trinta e oito de febre e eu nem mesmo percebi.

- Você está com febre, precisa tomar um banho para reduzir a sua temperatura corporal.

- Você leu? - A voz embargada dela me destruiu, anuí. - Você pode me perdoar?

- Por que não me contou? Eu teria estado com você a todo momento Lena, não devia ter me escondido isso.

- Não queria que me deixasse, eu estou com medo de morrer sozinha.

- Você não vai morrer sozinha, nós vamos lutar até o fim, está me ouvindo? Eu li que você descobriu no começo, que não tem tanto tempo assim, então nós podemos vencer.

- Me perdoa Kah, eu nunca quis te machucar. - Os olhos verdes brilhavam por culpa das lágrimas. - Eu não quero mais machucar você... Pode me perdoar por eu ter matado nosso filho?

- Nunca mais repita isso, não foi você. - Acariciei a bochecha de minha esposa. - Você não tinha como prever que um louco atingiria o nosso carro, que iríamos sofrer aquele acidente.

- Mas você se culpa...

- Touché. - A vi sorrir minimamente.

- Promete para mim que nunca mais vai se culpar pelo que aconteceu?

- Só se você prometer não se culpar e lutar contra esse câncer.

- Eu prometo que vou Kah.

- Eu também prometo querida.

Luthor forçou um sorriso antes de suspirar cansada, seu corpo estava com uma leve camada de suor, sua pele parecia cada segundo mais quente e eu não fazia a menor ideia do que fazer para ajudá-la, não sabia o que fazer e para quem ligar.

Lonely - Karlena Supercorp Where stories live. Discover now