17

680 120 11
                                    

Dia 180 .。.:*✧

Seis meses, cento e oitenta dias. Exatos cento e oitenta dias lutando contra o câncer, passando altos e baixos, por dias alegres e tristes. Após um mês internada, Lena recebeu alta e vem ao hospital a cada duas semanas para se internar e fazer o tratamento. Algumas vezes ela diz que eu não preciso vir, mas eu venho assim mesmo e fico com ela até o final.

Após sua publicação contando o que estava acontecendo, revelando o motivo de sua internação, nós ganhamos o apoio de todos aqueles que nos seguem e isso também aumentou os números de nossas contas, não que nos importamos com isso. Para nós duas, tanto fez quanto faz o número de seguidores.

Lena iniciou em seu Instagram uma série de publicações sobre sua rotina lutando contra o câncer, o que rapidamente fez sucesso e arrancou risadas da minha esposa. Ela continua com a mania de nos gravar em momentos bobos, as vezes estou concentrada em algo e a pego me filmando, o que me deixa bem envergonhada.

Nós ainda não tentamos nada na cama, eu não quero exigir muito do corpo dela que está debilitado por causa do tratamento de quimioterapia e radioterapia, mas minha esposa não esconde a sua vontade de tentar fazer algo. Cerca de cinco meses atrás, decidi tentar uma inseminação sem ela saber, não estava muito confiante de que ia conseguir engravidar, mas para minha surpresa eu consegui.

Estou grávida de quatro meses, minha barriga não está tão aparente assim e por essa razão Lena não desconfiou de nada, pretendo contar a ela hoje, já que viemos ao hospital. Minha esposa fez alguns exames para saber como está seu pulmão, para ver se ainda há sinais de câncer, depois da consulta com o oncologista vou levá-la para minha consulta com a obstetra.

— Você está bem Kah? — Sorrio para ela.

— Estou, está ansiosa para saber os resultados?

— Sim, não quero que as células cancerígenas cresçam ou que se espalhem. — Segurei a mão dela.

— Lena Luthor.

Seu nome foi chamado, minha esposa apertou minha mão nervosa, entramos na sala do oncologista de Lena que nos cumprimentou, o homem analisou os exames dela e a olhou com seriedade, ela me apertou mais uma vez.

— Alguém gosta muito de você, Senhora Danvers Luthor.

— Por que está dizendo isso?

— Você teve remissão completa Lena, não há sinais de câncer em seu corpo. — Abri minha boca surpresa, senti ela soltar minha mão aos poucos.

— Não tenho mais câncer? — A voz da minha esposa saiu trêmula.

O médico nos explicou o que era o estágio de remissão e que o câncer poderia voltar em alguns meses, ou daqui a dois, três ou cinco anos. Que nesse período Lena deveria continuar tomando os cuidados necessários e frequentar consultas de rotina a cada três ou quatro meses. Ele sugeriu que minha esposa fizesse mais uma semana de tratamento antes de realmente dar uma pausa.

Nós saímos da sala com um sorriso de orelha a orelha, minha esposa toda hora repetia que estava a um passo da cura, pela primeira vez a vi confiante a respeito de sua saúde e isso não tinha como ter me deixado ainda mais feliz. Ela me arrastou para recepção toda sorridente, Lena marcou sua proxima internação e quando estava indo para saída do hospital, eu a puxei para o consultório da obstetra e ginecologista.

— Por que viemos aqui?

— Eu agendei uma consulta para mim, querida. Ando um pouco inchada e com cólicas, achei melhor agendar uma consulta com uma ginecologista. — Kieran arregalou os olhos preocupada.

— Por que não me contou Kara?

— Não queria te preocupar vida. — Deixei um selinho nos lábios da minha esposa.

Nós esperamos meu nome ser chamado, Kieran me acompanhou para sala da obstetra e resmungou algumas coisas em voz baixo dizendo que não gostou da médica por ela ser bonita e ter a chance de me roubar dela, o que me fez rir e deixou a médica confusa. A obstetra já estava ciente que minha esposa não sabia de nada, eu havia combinado tudo com ela para poder revelar a gravidez.

Ela fez algumas perguntas em códigos que deixaram Lena confusa, eu respondi cada uma com um sorriso no rosto, assim que me deitei na maca hospitalar, a médica preparou o equipamento para o ultrassom e Lena segurou minha mão, sua preocupação era nítida e eu estava achando muito fofo.

Quando o aparelho tocou minha barriga com o gel gelado, minha esposa deixou um carinhoso beijo em minha testa, peguei meu celular como quem não quer nada e comecei a gravar ela escondida, meu olhar foi para médica que aumentou o som da máquina deixando os batimentos cardíacos do nosso bebê preencher todo aquele espaço.

Kieran olhou assustada para máquina, a médica estava tirando as medidas do nosso bebê e eu vi a lágrima dela cair.

— Parabéns mamãe! — Sussurrei assim que ela me olhou.

— É verdade mesmo? — Afirmei ouvindo a risada da médica.

— Querem saber o sexo? — A médica perguntou, Lena afirmou frenética.

— Sim, queremos. — Respondeu por mim e por ela.

— Pode falar doutora. — Ela sorriu.

— Parabéns mamães, Lizzie é uma bebê saudável.

— Oh, Rao! — Luthor murmurou chorando, eu não estava diferente dela.

Lonely - Karlena Supercorp Onde histórias criam vida. Descubra agora