Prólogo

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    Uma vez, quando eu era pequeno a minha mãe me disse que só damos o devido valor a algo quando perdemos

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    Uma vez, quando eu era pequeno a minha mãe me disse que só damos o devido valor a algo quando perdemos. Eu não entendi, pelo menos não até agora.

   Já fui ferido várias vezes mas nunca cheguei ao ponto de perder a consciência. A sensação é horrível. Consigo ouvir tudo ao meu redor, mas não importa o quanto me esforce, não consigo abrir os olhos. Estou preso. Vulnerável, e eu odiava ficar assim.

    Está tudo imerso em uma completa escuridão e não consigo encontrar a saída. Nunca pensei muito sobre a minha morte, gostava de ignorar isso pois acho que no fundo, bem lá no fundo, eu me conhecia o suficiente para saber que não iria pro céu. Mas agora, não há como ignorar.

   Me lembro de estar na caverna em uma reunião, Pietra apareceu toda machucada dizendo que tinham sequestrado a filha do Lambert, o presidente ordenou que nós fossemos atrás. Então eu a encontrei, parei por um momento e depois fui baleado. Após o tiro eu não sei oque aconteceu, posso ter sangrado até morrer, podem ter me encontrado oque duvido já que o heliporto estava um verdadeiro caos.

    Como cheguei nessa situação?

    Bom, eu meio que busquei por isso. Sabia que em algum momento isso aconteceria, com a vida que eu levava, era bem óbvio. Mas nunca imaginei que fosse tão cedo. Achei que teria mais tempo. Achei que viveria mais tempo.

          - Homem, branco, vinte e oito anos, múltiplas lesões por arma de fogo. - escutei uma voz ao longe - Teve duas paradas cardíacas na ambulância.

      Oque?

      Oque está acontecendo?

    Eu estava em uma ambulância, isso significava que eu estava vivo e a caminho do hospital, ou já estava nele. Conseguia escutar barulhos ao redor, coisas sendo arrastadas, vozes alteradas, motores, sirenes.

    Tudo estava uma verdadeira confusão. A única coisa que me fazia ter certeza de que eu estava vivo era as batidas aceleradas do meu coração. Ele bombeava com força e ritmo, provavelmente se esforçando para me manter vivo.

    Tentei abrir os olhos mais nada aconteceu, eles pareciam colados um no outro, não consegui nem abrir a boca, estava paralisado. Haviam pessoas ao meu lado podia sentir, mas não podia fazer nenhum movimento. De repente, algo ao meu redor começou a se movimentar, podia jurar que estava em uma maca, sendo levado para algum lugar.

           - Preparem a sala de cirurgia! - alguém mandou. Uma voz feminina.

     Cirurgia?

     Ah caralho!

    Eu vou ser operado, a coisa devia estar muito ruim. Não posso morrer, não quero morrer pois sei aonde vou parar e não vai ser nada bom. Tentei abrir meus olhos outra vez e não consegui. O desespero me pegou com força. Tudo ao meu redor parou de se mover.

          - Você se machucou feio. - escutei a voz feminina dizer pra mim perto do meu ouvido - Mas não se preocupe, você vai ficar bem. - disse baixo. A forma como falou foi tão firme que me peguei acreditando nela

    Logo depois algo foi colocado na minha boca, e em poucos segundos eu não escutei mais nada. Fiquei inconsciente. 




Implosão (MC ABISMO Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora