Capítulo 41

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    3 meses depois

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    3 meses depois.

    Se me contassem a alguns meses atrás que as coisas estariam dessa forma eu não acreditaria, mas aqui estávamos.

    Sempre que pensava na minha vida, diferente de anteriormente, dessa vez me dava uma imensa satisfação. Eu estava me saindo bem no trabalho, e tinha me aproximado ainda mais das meninas no clube. 

    A cerca de dois meses, tentei entrar em contato com o meu pai depois de várias tentativas frustradas. Contradizendo todas as minhas expectativas ele atendeu o meu telefonema, mas disse que não quer ter contato algum comigo. Fiquei triste, mas infelizmente não há nada que eu possa fazer. 

    Ryder tinha começado a fazer terapia. Ele recusou de inicio, alegando que não gostava da ideia de expor seus segredos a um estranho, mas logo ele entendeu que era a única forma de resolver a sua questão.

     Até hoje, Ryder não teve crises como daquela vez, embora eu saiba que é apenas questão de tempo até que aconteça, mas quando acontecer, estarei preparada. Ele me fez dormir com uma seringa de tranquilizante ao lado da cama como uma forma de eu me sentir mais segura. Sei que é uma situação atípica, mas creio que juntos iremos superar isso. 

     Daqui por diante tem estado tudo ótimo, claro, só não tão bom assim, já que a guerra contra os gárgulas está esquentando a cada dia que passa. Ataques de ambas as partes acontecendo. Meu namorado tem estado estressado, mas sempre procuro ajudar da forma que posso.

           - Oi Sean! - saudei assim que entrei no quarto e vi o homenzarrão deitado na maca - Como você está? 

    Sean era um dos demônios que foi ferido durante o ataque ao clube. Todos já tinham recebido alta com exceção dele que levou um tiro na coluna e precisou fazer fisioterapia guiada. Preferi o manter por perto caso algo mudasse no seu quadro, já que mesmo depois da cirurgia ele ainda corria o risco de ficar paraplégico. 

          - Posso fumar? - perguntou pela quinquagésima vez. 

          - Eu já disse que não pode fumar aqui. - falei novamente. Os quartos hospitalares contém grande quantidade de oxigênio, de forma que, qualquer faísca poderia gerar um incêndio.

          - Então eu não to bem. - respondeu ranzinza se recostando no travesseiro e fechando os olhos para cochilar. 

       Fui até ele, me aproximando da cama. 

           - Ah, mas eu tenho certeza que você vai ficar feliz com oque eu tenho aqui. - ele abriu os olhos - E não, não é bebida. - me apressei em avisar. Sean revirou os olhos. 

           - Então oque é? 

       Tirei a folha da prancheta. 

           - Sua alta. - cantarolei, lhe entregando o documento - É só assinar aí que você já pode ir pra casa. 

           - Porra, finalmente caralho! - xingou com um sorriso satisfeito. 

      Dei os parabéns novamente e Sean me agradeceu. Assim que eu saí do quarto, avisei aos enfermeiros para auxiliá-lo para a saída e segui o meu caminho para o próximo quarto. Porém, antes que eu pudesse chegar recebi um bip avisando para ir para o centro de trauma. 

      Não compreendi mas segui o caminho. Assim que cheguei ao andar e saí do elevador já vi a Carly. 

            - Kaycee, tem uma ambulância vindo. - avisou afobada.

    Me apressei até a porta emergência. Assim que cheguei, comecei a colocar as luvas enquanto escutava o barulho das sirenes se aproximando.

    O carro apareceu. Esperei que estacionasse e entrei em ação.

            - Qual é o caso? - perguntei ao paramédico assim que ele abriu a porta. 

            - Homem, branco, vinte e oito anos, ferimento a bala no abdômen. - explicou enquanto tirava a maca de dentro.

     Meu coração pulou uma batida e se apertou no peito no mesmo instante que vi quem era o homem. 

           - Ryder! - corri até a maca. Olhando para o seu rosto, buscando os seus olhos nos meus, ele estava lúcido. - Meu amor, oque aconteceu? - soprei com a voz embargada.

    Ele estava tremulo, com a mão apoiada na barriga, ensanguentada. Certamente estava com uma hemorragia.

          - Kaycee... - murmurou, fraco.

    Senti o desespero me dominar.

          - Venham! - chamei os internos que estavam parados esperando meu comando - Levem ele para o trauma oito.

          - Kaycee...

          - Poupe as forças. - pedi, enquanto os dois empurravam Ryder para dentro - Você vai ficar bem. - garanti, sentindo minha garganta fechar. Me voltei aos internos - Tragam gaze, temos que conter a hemorragia. - pedi mas eles não se moveram - Oque estão fazendo? Andem logo! - gritei nervosa

         - Calma, sunshine. - me virei ao som da voz baixa. - Eles só querem ver o show. - disse antes de virar a mão ensanguentada e mostrar uma caixa de veludo vermelha.

   Meu coração acelerou quando ele se levantou se nenhuma dificuldade e ajoelhou na minha frente.

        - Oque...?

        - Kaycee. - disse o meu nome com tanta emoção que meus olhos marejaram - Quer ser a minha esposa?

   Cobrindo o rosto numa tentativa de aplacar as lágrimas, olhei ao redor, me deparando com todos em silencio, assistindo. Carly fungava baixinho, emocionada. Eles sabiam de tudo desde o início.

           - Ryder... - murmurei com a voz embargada - Você me assustou! - reclamei limpando o rosto. Seus olhos estavam em mim.

           - Achei que gostaria de ser pedida em casamento aqui. - explicou, dando de ombros - E foi a sua amiga que deu a ideia.

   Olhei para Carly que sorriu para mim. Nas últimas semanas ela tem se dado bem com Ryder e isso me deixou muito feliz.

           - E então? - insistiu - Aceita se casar comigo?

   Aos prantos, me joguei em seus braços, sem me importar em sujar minha roupa. Colei minha boca na sua, emocionada.

         - Eu aceito. - disse ouvindo o alvoroço ao redor. Me aproximei, e sussurrei no seu ouvido - Eu amo tanto você.

   O aperto na minha cintura se tornou mais forte enquanto se levantava, me levando junto com ele.

        - Nunca pensei que amaria alguém. - confessou, num murmuro - E agora estou aqui, diante da mulher mais linda e carinhosa que eu já vi. - declara com a voz rouca - Você é a minha luz, sunshine. Não sou nada sem você.

   Notei quando alguém atrás de mim lhe deu algo, mas não consegui tirar os olhos dele. Ryder mostrou a roupa. Era uma jaqueta de couro que carregava o meu nome na frente em tom de rosa, com o brasão do clube. Na parte de trás dizia: PROPRIEDADE DO RYDER.

   Não perdi tempo e me virei para que ele a colocasse.

   Agarrando-me pelo couro da jaqueta, ele voltou a me beijar, roubando não só o meu folego mas tudo em mim. A escrita na roupa não poderia ser mais real. Eu pertencia a Ryder, e ele a mim. Éramos um do outro.







Implosão (MC ABISMO Livro 3)Where stories live. Discover now