Capítulo 38

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   Estava na minha casa, mas não na cobertura

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   Estava na minha casa, mas não na cobertura. Era a minha casa antiga onde passei a infância. Estava escuro e silencioso. 

   Comecei a andar, devagar, vasculhando os quartos. Travei na frente da porta do quarto do meu pai e da minha mãe. No mesmo momento me lembrei dos avisos do meu pai. Não podia entrar ali. Era proibido. Estava prestes a dar meia volta, quando escutei uma voz: 

    PARA!

    Era uma voz feminina. Meus olhos se abriram amplamente de horror. Era a minha mãe. Só podia ser ela. Meu coração começou a bater mais rápido, e uma mistura de pânico e angustia se apossou do meu peito. 

    POR FAVOR PARA! 

   Não esperei mais. Foda-se as regras. Foda-se o meu pai. 

   Empurrei a porta com força, a fazendo bater na parede. Mas ao contrário do que eu pensei, não tinha ninguém no quarto. E o mais estranho era que aquele não era o quarto dos meus pais. Era o meu.

   Pisquei, ao notar uma movimentação. Um menino apareceu, atravessou a porta e deitou na cama. Me aproximei devagar, sentindo meus ossos pesados. Era eu.  

   Antes que eu pudesse pensar em algo, escutei a porta rangido ao se abrir. Olhei pra trás, dando de cara com o meu pai. Era do meu tamanho, forte, e estava podre de bêbado. O meu coração se agitou ao saber oque viria a seguir. 

   Observei subir na cama e enforcar o menino que acordou se debatendo. Amedrontado. Eu não conseguia reagir. Estava paralisado. Olhei nos olhos do menino, e seus olhos se encontraram com os meus. Não pude mais ficar parado. 

   Arranquei o infeliz de cima do garoto e envolvi seu pescoço com as minhas mãos. Apertando o mais forte que eu podia. 

            - Ryder... - o demônio murmurou em súplica. Lutando por ar. - Me... solta!

    Sorri, sentindo a adrenalina percorrer o meu corpo. 

            - Eu vou te matar. - sibilei coberto de ódio. - Vou te matar. Vou te matar. Vou te matar. Vou te matar. 

    Repetia incessantemente, me sentindo possuído. 

    Ryder...

    Escutei a voz feminina outra vez. 

    PARA!

    Ela parecia estar com medo. 

    RYDER!

   Me sentia sendo puxado, e quando abri os olhos estava no meu quarto. Kaycee estava embaixo de mim, lutando pra respirar, com suas mãos lutando para afastar as minhas que a sufocavam, privando-a de ar. . 

    No susto, me joguei pra fora da cama e caindo de mal jeito acabei dando com a minha cabeça no chão.

           - Merda. - gemi, me levantando com a mão na cabeça. Pisquei ao ouvir a porta do banheiro bater num estrondo. 

Implosão (MC ABISMO Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora