Capítulo 15

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     Assim que sai da sala de tomografia, peguei a minha prancheta para verificar na ficha o meu próximo paciente, mas parei ao escutar sons de passos

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     Assim que sai da sala de tomografia, peguei a minha prancheta para verificar na ficha o meu próximo paciente, mas parei ao escutar sons de passos. 

            - Smith, vem aqui. - chamei assim que vi o novato passar por mim. - Eu tenho um paciente na tomografia, pegue ele e leve pro quarto, por favor. Já tem uma fila enorme e eu tô atrasada, obrigada - agradeci já começando a andar. 

   Voltei a verificar a lista enquanto caminhava e me dirigi até o quarto. Bati na porta e entrei sem esperar confirmação. O tempo estava muito escasso hoje. 

         - Boa noite, Jonathan. - cumprimentei com um sorriso gentil - Sou a doutora Watson, fiz a sua cirurgia e vou cuidar do seu pós-operatório. Você ficou adormecido por três dias  - expliquei me aproximando enquanto terminava de marcar o checklist   

         - Não gosto que me chamem desse nome, me conhecem como Jace. - reclama rabugento - Quando é que eu vou sair daqui? - perguntou direto. Deixei de prestar atenção na folha e o encarei. 

         - Bem, Jace. - me corrigi - Felizmente, embora tenha perdido muito sangue a sua lesão não foi tão grave. - expliquei a ele - Algumas artérias se romperam, mas a bala não atingiu nenhum órgão vital. Você deve sair daqui a uma semana no mínimo, dependendo do seu avanço. 

     Ele me encarou de uma forma que me deu calafrios. Comecei a me sentir ameaçada e tive que engolir seco e prender a respiração para não correr. 

        - Não tenta me enrola, garota. - sua voz soou perigosamente baixa - Oque você quer dizer com avanço? 

     Por mais nervosa que eu estivesse, tratei de respirar fundo e agir da forma mais profissional possível. 

        - Cicatrização. - disse num sopro - Se chegarmos ao sétimo dia e o seu ferimento não estiver infeccionado, já é um sinal pra sua alta. Eu te libero e você fará repouso em casa por mais umas semanas até que a cicatrização esteja... 

       - Desembucha. - repetiu me olhando bem nos olhos. Senti que ele queria voar no meu pescoço 

       - Quero dizer que quando o ferimento cicatrizar completamente, você vai poder ir pra casa pra terminar de se recuperar lá. - disse da forma mais rápida e clara possível.

    Ele não disse nada, apenas ficou ali, me encarando. Tomei aquilo como uma chance e decidi fazer logo o meu trabalho. Afinal, não era o primeiro paciente assustador que eu tinha. E quem sabe, talvez ele fosse igual ao Ryder. Parecesse ruim, mas não fosse tão mal. Ameacei dar um passo até ele. 

          - Oque tu tá fazendo? - rosnou me fazendo parar no lugar. Tudo em mim passou a tremer de medo. Engoli em seco, nervosa. 

          - Eu tenho que verificar se o seu ferimento não está infeccionando. - lembrei o observando com cuidado. 

Implosão (MC ABISMO Livro 3)Where stories live. Discover now