Capítulo 31

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      Estava sentada no sofá

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      Estava sentada no sofá. Minhas pernas estavam tremendo, saltitando inquietas no chão até que a campainha tocou e eu me levantei num pulo pra atender. Abri a porta, prendendo o ar ao ver a figura que estava por trás. 

            - Minha filha! - meu pai exclamou, abrindo os braços para me receber. 

      Aceitei o gesto.

            - Oi papai... - murmurei, me sentindo sufocada pela sua presença - Pode entrar. - pedi ao me afastar. 

           - Não precisa, querida. - descartou com um gesto de mão. - Olhe... - apontou para a rua - Trouxe o meu carro para te ajudar a levar as suas coisas. - falou dando as costas e indo até o veículo. - Vai ser divertido não é? - sorriu animado 

           - Papai... - murmurei indo atrás dele na calçada. 

           - Vai ser como quando você era criança. Apenas nós dois, num carro, fazendo uma viajem pelos Estados Unidos. - deu a volta no impala.

            - Pai, eu... 

            - Eu sempre quis me mudar para a Flórida quando me aposentasse, e agora finalmente vou poder fazer isso. - falou abrindo o porta malas - Vai ser apenas nós dois. Já conversei com um amigo meu e consegui uma vaga pra você em um hospital por lá. 

           - Eu não vou pra Flórida. - soltei de uma vez.

     Pronto! 

     Falei. 

          - O que você falou, querida? 

     Olhei para o meu pai que estava perto do carro azul. Respirei fundo antes de conseguir dizer oque eu havia repassado na minha cabeça centenas de vezes. 

          - Eu não vou pra Flórida com você, papai. - contei, mais calmamente. 

          - É claro que vai. - disse ignorando minhas palavras - Sabe o trabalho que tive pra conseguir uma vaga pra você em uma clínica lá? 

          - Eu sei disso, mas o problema é que em momento nenhum o senhor me perguntou se era isso que eu queria. - disse, querendo que ele entendesse 

          - Eu não preciso perguntar nada, sou o seu pai e sei oque é melhor pra você. - sibilou, me fazendo ver a sua irritação - Vamos logo, pegue as suas coisas e vamos. 

     O encarei por um tempo, sentindo meu peito apertado. A alguns anos atrás eu nem estaria tendo essa conversa com ele, apenas assentiria e iria embora. Mas as coisas estavam diferentes. Eu mudei. Tudo oque aconteceu nos últimos meses me fez consciente de que eu precisava me impor. Antes eu abaixava a cabeça e deixava que os outros me intimidassem. O meu pai, meu chefe, os professores da faculdade, todos. Fazia isso para evitar conflitos, e também por pensar que eu não era boa o suficiente pra contestar ninguém. Dizia a mim mesma pra aguentar tudo calada pois nunca se sabe quando vou precisar de ajuda já que não era capaz de nada sozinha. Mas, com os dias se passando eu percebi que era exatamente o contrário. 

Implosão (MC ABISMO Livro 3)Onde histórias criam vida. Descubra agora