Mesmo em um ambiente caótico como o moto clube Abismo, não há ninguém mais explosivo do que o capitão de estradas.
Com uma personalidade forte, Ryder Reece é o responsável pela segurança dos membros do clube nas estradas.
Sobre o seu passado, e...
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Estava a exatos seis dias no hospital e estava prestes a ter um colapso nervoso. Sou o capitão de estradas do Abismo, não fui feito pra ficar com a bunda em uma cama o dia inteiro recebendo comida na mão como um incapaz.
Não aguentava nem olhar pra frente, aquelas malditas paredes brancas me faziam sentir estar num hospício. Não aguento mais.
Direcionei a minha atenção para o canto do quarto ao ouvir a porta se abrir. Uma enfermeira entrou empurrando um carrinho.
- Chegou o seu café da manhã. - disse colocando a bandeja com a comida em cima da cama. De novo isso.
- Não quero essa merda. - rosnei entredentes
A mulher me encarou com o rosto tenso, era evidente que estava com medo. Ela começou a dar passos para trás.
- Eu... - divaga quase perto da porta - vou falar com... com a doutora - gesticula pra porta com as mãos tremulas
Assisti ela sair confuso com sua reação. Não que eu me importasse. Comecei a comer a minha comida, já que essa é uma das poucas coisas que posso fazer.
Não sabia como faria para não me descontrolar aqui. Esse ambiente me dá vontade de puxar a pistola e sair atirando por aí. No entanto, nem a porra da arma eu tenho pra isso.
Queria poder falar com o Alexandre, ou com qualquer um do Abismo. Não saber oque está a acontecendo no clube está acabando comigo. Meus irmãos podem estar em perigo e eu estou aqui, deitado como um completo inútil.
Sempre que pergunto algo a doutora ela dá uma desculpa rápida e se manda. No primeiro dia que a vi ela foi atenciosa e parecia se importar, mas acho que era pura fachada, não que isso me surpreenda. Deve ter agido daquela forma para garantir que eu não sairia daqui, aquela mulher não se importa com porra nenhuma a não ser o seu próprio umbigo, e se tem uma coisa que eu odeio é manipulação.
Assim que acabei de comer, a porta se abriu devagar. Peguei a bandeja e o coloquei no móvel ao lado da cama.
- Bom dia, Ryder. - disse secamente. Semicerrei os olhos pra ela, procurando analisar bem o seu rosto
Ela era bonita, isso eu não podia negar. A sua pele negra, olhos escuros, cabelos cacheados, a boca cheia e um corpo delicado. Bonita não, ela era linda, gostosa pra um caralho. O tipo de mulher que eu adoraria ter na minha cama. O problema é que nem cama eu tinha, somente essa maldita maca.
Visto que não disse nada, ela veio até mim e começou a fazer o seu trabalho da mesma forma tensa que fez nos últimos dois dias.
Realmente não estava entendendo essa diferença de comportamento. Parecia ser além de uma enganação.
- Precisa de algo? - indagou colocando o estetoscópio no pescoço
- Preciso sair daqui, mas pelo visto isso não será possível. - entornei cheio de irritação. A, que se foda, eu preciso descontar em alguém ou vou surtar.
