Mesmo em um ambiente caótico como o moto clube Abismo, não há ninguém mais explosivo do que o capitão de estradas.
Com uma personalidade forte, Ryder Reece é o responsável pela segurança dos membros do clube nas estradas.
Sobre o seu passado, e...
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É muito fácil pensar de forma irracional quando estamos diante de uma situação atípica. Isso se deve ao fato da aceleração cardíaca devido ao medo. Quando sentimos medo, o nosso corpo passa por uma série de reações físicas e emocionais. O medo é uma emoção que funciona como um alerta para as pessoas em uma situação de risco ou ameaça. Quando nos deparamos com uma situação que foge do nosso controle, nos sentimos acuados, ameaçados, e assim o medo surge nos fazendo agir de forma irracional.
No tempo que passei como médica, já vi diversas vezes pacientes que passaram por uma situação difícil reagir de forma arriscada. É comum querer se sentir no controle, e a busca a isso pode levar a atitudes relapsas.
Assim que a porta do elevador se abriu, empurrei a cadeira de rodas para fora. Apenas uma olhada rápida no meu paciente e pude perceber que ele não estava nada bem. Por mais que fosse um cara durão, a dor estava aparecendo em sinais sutis.
O seu corpo estava tremulo e sua respiração pesada. Os ombros tensos, a mandíbula cerrada e os punhos fechados.
Suspirei enquanto seguia pelo corredor, a culpa me atingindo fortemente. Deveria ter parado como o doutor avisou. Aquilo estava passando dos limites, eu vi. Mas olhei nos olhos de Ryder e ele precisava daqueles minutos. Precisava cumprir a sua meta para se sentir confiante.
Não foi responsável da minha parte como médica e responsável por ele, eu deveria ter dito algo, ter o alertado.
Abri a porta do quarto e virei a cadeira, entrando com ela de costas. O posicionei ao lado da maca. Respirei fundo antes de dar a volta. Olhei em seus olhos, abri a boca mas então a fechei, sem saber ao certo oque dizer.
- Se sente melhor? - perguntei no fim.
Ryder levantou o rosto e me encarou por um longo tempo. Parecia que estava pensando no que me dizer.
- Sim. - respondeu num arquejo cansado. A respiração agitada fazendo um som ruidoso em seus lábios. Ele estava cansado.
- Vou te dar um remédio pra dor. - disse dando a volta na cama. Ryder me olhou com o cenho franzido
- Eu não tô com dor. - murmurou
- Está sim. - apertei o botão ao lado da cama para chamar os enfermeiros - Você se esforçou bastante. Muito além do limite aliás. - adverti e o encarei - Agora você vai se limpar, vou fazer um checape completo pra ter certeza que não rompeu nenhum ponto e só então vou te medicar.
Ele fez uma careta.
- Por que não me da o remédio agora? - quis saber. Sorri de imediato, ostentando uma expressão convencida
- Achei que você não estava com dor. - contrapus o fazendo fechar a cara, claramente contrariado.
Nesse momento, a porta foi aberta e me virei para receber o enfermeiro. Fiz sinal para que ele se aproximasse. A maioria dos funcionários ainda tinham um medo muito grande do gangster.
