Mesmo em um ambiente caótico como o moto clube Abismo, não há ninguém mais explosivo do que o capitão de estradas.
Com uma personalidade forte, Ryder Reece é o responsável pela segurança dos membros do clube nas estradas.
Sobre o seu passado, e...
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- Acho que já consigo andar. - disse Ryder enquanto eu o empurrava na cadeira de rodas pelo corredor extenso.
Sorri de lado.
- Vai ficar se achando por que correu por cinco minutos sem parar? - indaguei a ele com divertimento
- Claro que não. - disse num rosnado. Não tive medo. Já havia me acostumado com o seu jeito duro de agir - Cinco minutos não são porra nenhuma. Eu conseguia ficar mais de dez minutos correndo... - divagou com um sorriso que logo se desmanchou - antes dessa merda acontecer. - completou
Abri a boca para falar, mas parei ao ver alguns enfermeiros passando por nós. Olhei pra trás esperando o grupo estar a uma distancia agradável. Sabia que Ryder não gostava de se expor, por isso odiaria se eu falasse algo pessoal na frente dos outros.
- Não pode comparar suas habilidades atuais com as anteriores, ainda mais considerando tudo oque lhe aconteceu. - expliquei, querendo que ele entendesse de uma vez
Ryder deu de ombros e não disse nada. Suspirei, chateada com a situação.
A parte crucial do processo de cura é a aceitação. Para conseguirmos nos recuperar de um trauma, físico ou psicológico temos que reconhecer e aceitar os nossos limites. Aceitar que oque aconteceu nos mudou. É importante entender que nós não somos os mesmos, não importa o quanto quisermos isso.
Mas infelizmente, isso é algo que Ryder não consegue entender. Ele insiste em se desafiar mais do que o recomendado. E já percebi que terei que me policiar quanto a isso.
- Acho que eu devo a minha disposição a você. - disse de repente me deixando surpresa. Franzi o cenho
- Não entendi.
Ele se virou e sorriu, sem mostrar os dentes.
- Você me deixou dois dias sem fazer fisioterapia. - lembrou - O colchão da maca já estava com a porra do formato da minha bunda. - falou me fazendo rir
Eu estava gostando cada vez mais desses momentos. Nos últimos dias, Ryder se mostrou uma pessoa muito agradável, apesar da personalidade forte.
Nós não falamos sobre oque aconteceu no banheiro, e nem sobre o resto, oque eu agradeci. Sinceramente, não saberia oque dizer. Apenas lembrar daquele dia já me deixava envergonhada e mexida.
Não conseguia compreender oque me afetou tanto e nem por que, mas não pretendia fuçar pra descobrir. Decidi me concentrar no meu trabalho e deixar essa sensação estranha, eu não sabia se era uma atração, mas resolvi deixar de lado.
- Foi necessário. Você se forçou além do limite, e o seu corpo precisava descansar. - tornei a repetir oque já havia dito ontem, quando perguntou o motivo de estar parado por tanto tempo - Seus pontos estavam quase abrindo.
