Capítulo 11

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    Deixei a sala de cirurgia com minhas mãos erguidas

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    Deixei a sala de cirurgia com minhas mãos erguidas. Ao atravessar a porta, retirei as luvas e as joguei no lixo ao lado. 

    Minhas costas estavam doendo, e eu necessitava de um copo de água. Peguei um plantão de quarenta e oito horas. Depois do que aconteceu com aquela mulher, resolvi trabalhar em dobro, me manter ocupada era sempre a melhor opção. Cansar o corpo e acalmar a mente. Mas não foi só a mãe raivosa que me deixou acuada. Ryder conseguiu entrar na minha cabeça sem que eu percebesse. 

    Não sou o tipo de pessoa que chora no colo das outras, mas Ryder conseguiu me fazer chorar. E eu me senti melhor. Foi bom extravasar um pouco, colocar pra fora. Havia muito tempo que eu não fazia isso. Por outro lado, oque aconteceu me trouxe novos dilemas internos. 

   Se passaram quatro dias desde o ocorrido, nem eu e nem Ryder tocamos no assunto. Acho que é constrangedor para ambos. Mas agora, não consigo pensar de pensar naquilo. 

   Quando fecho os meus olhos, eu sinto. Sinto os braços fortes me envolvendo e suas mãos me acariciando de uma forma que nunca experimentei. O som do seu coração batendo tão forte quanto o meu. Seu cheiro... Me fazia querer descansar ali. 

    Não posso estar me sentindo atraída pelo meu paciente. Isso é errado em tantos níveis que nem sei por onde começar. Mas oque posso fazer? Não é como se houvesse uma cura pra isso. Se tivesse, eu com certeza tomaria. 

            - Acho que já está limpa. - uma voz me tira do meu topor. Era Jackson. Nem o vi saindo do centro cirúrgico. 

            - O que disse? - procurei saber

            - Sua mão. - apontou com a cabeça - Já está a um bom tempo aí. - disse rindo - Vai acabar com a água do hospital

     Arqueei as sobrancelhas em desafio. 

            - Ah sim, eu lavar a minha mão por dez minutos vai acabar com a água do hospital. - me aproximei dele e baixei minha voz - Mas você, transando debaixo do chuveiro com metade das enfermeiras não conta, né? - indaguei sussurrando

     Ele fez uma careta de desgosto. 

            - Foi só uma vez. - se defendeu

           - Uma vez que eu vi, e outras duas que eu ouvi. - disse me lembrando - Nunca vou esquecer aquele imagem... - disse fingindo calafrios

      Jackson riu com diversão. 

            - Deixa de ser puritana, Kaycee. - disse enquanto tirava a toca e o avental. - Isso é muito chato, sabe? Você deveria se divertir mais. 

       Fiz uma careta e desamarrei o meu avental 

            - Não sou puritana. - falei arrancando a toca do meu cabelo - Só não gosto de fazer essas coisas com qualquer pessoa. Além disso, há outras formas de se divertir sem precisar... você sabe. 

Implosão (MC ABISMO Livro 3)Where stories live. Discover now