resumo: às vezes, a guerra acaba antes mesmo de começar de verdade.
A: um pequeno aviso, esse Imagine tem parte 2. Vou escrever daqui a alguns dias... Ou semanas, não sei.
Autor(a): orangeave
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As palavras de Wednesday disparam para matar, seu olhar normalmente sombrio e sombrio se transforma em uma tempestade de raiva. Você sabe que um de vocês, ou ambos, não sairá ileso dessa situação, mas prossiga. Um abismo se abrindo sob seu peito que você implora para que Wednesday cruze.
“Isso não é justo e você sabe disso. Por que você continua me punindo por coisas que nunca fiz? Quando já lhe dei um motivo para duvidar dos meus motivos?”
Uma zombaria sai dos lábios zombados de Wednesday e é amarga; cruel. Você entende, tarde demais, que esta é uma luta com apenas um vencedor e a vitória nunca pertencerá a você. Você detesta isso – dane-se o vazio que só aumenta a distância entre vocês. Resumidamente, você se pergunta quando o azedume do seu relacionamento criou raízes, como a hera do seu amor cresceu com espinhos destinados a despedaçar tudo.
Talvez estivesse sempre ali, disfarçando-se até que a luz o atingisse de um ângulo oposto. Amar Wednesday nunca foi fácil, mas você não foi ingênuo, desde o início você sabia no que estava se metendo.
Há uma resignação na maneira como você se encolhe, o queixo encostado no pescoço com um aceno superficial. Wednesday observa o movimento, mas não faz nenhum movimento para consolá-lo, em vez disso, vira as costas para você com os punhos cerrados e isso é dolorosamente familiar - uma forma sutil de desistência dela; na luta, em você, em tudo que vocês estavam construindo juntos.
Uma dor gera metástase na garganta e atrás dos olhos; quando você fala, as palavras saem da sua língua com uma vaga sensação de apatia: “Você combina com uma boca aberta e a saliva por trás de seus dentes afiados é querosene. Cada expiração é uma faísca que se transforma em uma pira de chamas e você só tem a capacidade de queimar todas as coisas que você considerou que o traíram. Não posso te amar assim, quando meu corpo está com marcas de queimadura e pele fumegante.”
Quando você recupera seu terreno, uma mão se estende para uma das mãos dela, apesar de suas palavras. As pontas dos dedos roçam os nós dos dedos brancos e manchados, mas ela é rápida em arrancá-lo do seu alcance. A reação faz você recuar e prova ainda mais seu ponto de vista; outra mancha escaldante para adicionar à coleção. “Dói amar você, Wednesday.”
“Eu nunca pedi sua necessidade incessante de me amar. Na verdade, é a última coisa que quero, então por que você não faz uma cortesia para nós dois e vai embora? Você cumpriu sua utilidade.” Ela cospe, finalmente girando para olhar para você. Você está a apenas alguns passos dela, mas parece que há um mundo inteiro entre vocês. Suas feições ainda carregam seu vazio habitual, embora haja linhas sutis puxando cada canto de seus lábios, um tom obscuro de desprezo ancorando seu nariz e sobrancelhas no lugar.
Sempre foram as pequenas coisas de Wednesday que dizem como ela realmente se sente e, agora, elas estão pintando um quadro para o qual você gostaria de ser cego. Ontem de repente parece tão distante, quando vocês dois estavam sussurrando no escuro e de mãos dadas em segredo porque o PDA nunca será algo em que Wednesday participa.
Não há nada disso agora e isso rasga algo visceral dentro de você, algo que você sabe que pode nunca consertar.
Você quer lutar contra esse final, por ela, mas se tornou uma guerra, uma guerra que você não é capaz de sobreviver sem sacrificar partes de si mesmo que não existem mais. Você já deu tudo a ela, todos os fragmentos do seu ser – simplesmente não sobrou nada.
Lentamente, você reúne seus pertences e esconde sutilmente um dos suéteres dela em sua bolsa. (Tem que ser o suficiente, se você não pode tê-la.) A caminhada até a porta do dormitório é pesada, você sente isso pesar até o último osso do seu corpo e quando seus dedos envolvem a maçaneta, você tolamente quer isso ser a mão dela que você está segurando.
Sua cabeça se inclina em direção a ela, mesmo que o resto de vocês fique de frente para a saída. Wednesday observa enquanto você memoriza sua forma, absorvendo-a desde seu cabelo escuro até suas botas pretas grossas. Você grava a imagem na parte de trás de suas córneas, desejando que ela permaneça lá e prometendo a si mesmo que um dia, embora não tão cedo, você a removerá a partir deste momento. Você limpará a doença que se espalha pelas bordas, desejando manchar a versão dela que você ainda ama.
A porta se fecha atrás de você com um clique agudo e você avança no corredor, com uma grande massa de tristeza caindo sobre seus ombros. E você não tem ideia do que chora mais; ela… ou você mesmo, porque este não é apenas o fim do seu relacionamento.
Também é uma morte e é exclusivamente sua.
—seu corpo é um cemitério e você segura um buquê de queimaduras—
