Lucerys Velaryon nunca se considerou uma pessoa religiosa, entretanto, quando a oportunidade da glória eterna bate à sua porta, vestida em um terno preto com cabelos prateados, o jovem rapaz não hesita em vender sua alma. Em meio a escolhas sombrias...
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"__O toque sutil dos teus lábios desperta uma sinfonia de sensações na minha pele__”
Aemond encontrava-se ausente de seu escritório quando o ressoar inconfundível de asas anunciou a presença de Aegon, o intruso habitual em sua sala. O albino, já ciente da identidade do visitante, dispensou o olhar, pois sabia que a presença conhecida e irritante estava novamente a interrompê-lo.
—Irmão...— Aegon exclamou animado— Quanto tempo desde a última vez que nos vimos— disse, sentando-se no chão como uma criança cheia de entusiasmo.
—Miguel, o que o traz aos meus domínios?— indagou Aemond, sem rodeios.
—Não seja tão ranzinza, meu caro irmão— retrucou Aegon— Apenas vim fazer uma visita e comentar sobre o quão fascinante é o seu novo brinquedo— sorriu cruelmente ao perceber a expressão séria de Aemond.
—Você sempre é sinônimo de problemas, Miguel— Aemond ergueu-se de sua escrivaninha e dirigiu-se ao irmão mais velho, abaixando-se para ficar à sua altura— Este é o meu primeiro e último aviso: não se aproxime de Lucerys novamente. Não ouse tocar naquilo que me pertence, nem respire o mesmo ar que ele. Você não é digno— falou com raiva, seus olhos violetas oscilando.
—Você é engraçado, sabia?— debochou Aegon— Ele não é o seu amante morto. Eu realmente pensei que fosse mentira quando ouvi rumores de que o rei do inferno havia encontrado alguém semelhante ao falecido amante. Tive que verificar com meus próprios olhos— riu com desdém— Mas quando olhei para o rapaz, percebi que você era verdadeiramente louco o suficiente para isso— disse, zombeteiro.
—Você não tem o direito — Aemond vociferou com ódio, seus olhos faiscando como brasas ardentes.
—O direito de que? De dizer àquele pobre rapaz que você está apenas usando-o para suprir a falta do Elijah? — pronunciou com uma expressão séria, algo que destoava de seu rosto angelical e sereno. As rugas de desgosto marcavam sua testa enquanto seu olhar perfurava o coração do irmão.
—Eu não o estou usando para nada; foi apenas coincidência que Lucerys seja um pouco parecido com ele — respondeu o mais novo, tentando desviar o olhar do irmão mais velho, mas sua voz vacilou diante da intensidade do confronto.
—Coincidência é eu e você gostarmos do mesmo café — desdenhou, um sorriso cínico brincando em seus lábios — Lucerys ser a cópia exata do Elijah não é coincidência — afirmou com firmeza, apontando com um dedo acusador — Ele tem até mesmo o maldito sinal em sua coxa esquerda, Aemond — você realmente chama isso de coincidência? — riu, uma risada carregada de amargura, aumentando a tensão no ar até se tornar quase palpável.
Aemond arregalou os olhos em descrença, incapaz de aceitar a revelação sobre o sinal na coxa de Lucerys.
— Como você sabe que ele tem um sinal na coxa? — Seus olhos eram faróis de incredulidade, faiscando em desafio. — Você por acaso o viu nu, seu maldito desgraçado! — O mais novo, consumido por uma ira repentina, agarrou o pescoço do irmão, seus dedos cerrando-se com uma força que denunciava a fúria do rei dos demônios.